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English: Groaning, Waiting, Hoping

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Por Jon Bloom Sobre Santificação e Crescimento

Tradução por Hadassa Duarte

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Tabela de conteúdo

Como viver em um mundo caído e frágil

Um final de primavera verdejante está neste momento dando lugar a um início de verão exuberante em Minnesota, o estado onde moro há quase 55 anos. Caminhando ao ar livre em uma bela manhã, quando os novos e brilhantes tons de verde das árvores e gramíneas estão repletos de vida; quando um lindo espectro de flores coloridas e perfumadas dança na brisa suave, parecendo cantar silenciosamente de alegria; quando os azuis profundos de nossos abundantes rios e lagos silenciaram os pensamentos frenéticos; e tudo está inundado pela luz dourada de uma estrela flamejante que nasce no céu azul celeste, quase se pode perguntar se estamos de volta no Éden.

Quase. Então um veículo da polícia passa por mim, seguido logo por uma ambulância barulhenta. Então, sob a ponte, vejo o corpo em decomposição de um pássaro canoro cuja voz recentemente adicionou beleza ao nosso coral de aves urbano. Então passo por prédios incendiados e cobertos de tábuas que testemunham a grande dor e a raiva que há poucos dias surgiram em nossas ruas depois que um homem foi morto desnecessariamente sob o joelho de um oficial da lei. Então, li sobre outra vida inestimável, perdida em uma pandemia global, que soma-se ao terrível número de centenas de milhares de mortos e adiciona dor aos milhões de corações partidos daqueles que ficaram. E então li sobre as crises econômicas globais que colocaram centenas de milhões de pessoas em situações desesperadoras.

E as histórias continuam chegando. Outra criança submetida ao pesadelo do abuso sexual, a morte iminente da Grande Barreira de Corais, o massacre de 92 soldados nas mãos de fanáticos religiosos na África Central. Não quero ler mais nada. O Éden definitivamente não voltou.

Olhando para este mundo, ensolarado pela manhã de primavera, deleito-me em sua glória e na glória daquele que o criou. Mas tecida nesta beleza sublime está uma dor horrível. O mundo funciona em um sistema que está em profunda e horrível ruína. Eu ouço seu gemido e eu gemo com ele para aquele que o criou. Mas há esperança nesse gemido, pois o Criador deste mundo também é seu Redentor, e ele prometeu que algo maior do que o Éden está vindo.

Não do jeito que deveria ser

Por que este mundo está em tão profunda e horrível ruína? E por que intuitivamente e profundamente sentimos que não deveria ser assim? O fato da humanidade ser incapaz de evitar essas duas perguntas é revelador.

O homem moderno, por mais que queira se convencer do naturalismo — que o mundo não está quebrado, que ele é apenas brutal, que somos apenas os produtos de uma longa e implacável competição pela sobrevivência, que não existe uma forma objetivamente moral de como o mundo "deveria" ser — ele não pode escapar do senso instintivo de que algo aqui está profundamente errado.

Há algo em nossa vida que deveria significar mais do que apenas produzir mais vida. Há algo sobre a doença que deveria ser curado. Há algo sobre a calamidade que deveria ser evitado. Há algo sobre a injustiça que deveria ser submetido a julgamento. Há algo sobre a morte que nos diz que ela não deveria ser o nosso fim.

E há algo sobre nossa própria depravação moral que não deveria fazer parte de nós — falo daquela nossa dimensão sombria que a história e as manchetes nos lembram, que tem potencial para disseminar coisas horríveis se tiver oportunidade, e que nos faz ansiar por perdão, redenção e libertação.

O Gênesis do gemido

Essas intuições profundas e inevitáveis vêm de algum lugar. E a Bíblia nos diz de onde. Elas fazem parte de nossa memória humana coletiva, nos lembram de uma catástrofe antiga, quando nossos primeiros ancestrais, e todos nós desde então, desafiamos o Criador, resultando em uma queda devastadora.

Porque você... comeu do fruto da árvore da qual eu lhe ordenara que não comesse, maldita é a terra por sua causa; com sofrimento você se alimentará dela todos os dias da sua vida. Ela lhe dará espinhos e ervas daninhas, e você terá que alimentar-se das plantas do campo. Com o suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra, visto que dela foi tirado; porque você é pó e ao pó voltará. (Gênesis 3:17-19)

E “como o pecado entrou no mundo por um homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte veio a todos os homens, porque todos pecaram” (Romanos 5:12). Mas a morte não foi a única consequência da queda humana; toda a criação “foi submetida [por Deus] à futilidade” e “geme até agora” (Romanos 8:20, 22).

Quando a humanidade caiu ao tentar alcançar o que pertence exclusivamente a Deus (Gênesis 3:5), Deus ordenou que o terrível mal que entrou em nós se espalhasse por todo o mundo em que habitamos. Por quê? Para que tivéssemos um feedback da profunda e horrível ruína do mundo, do horror moral do pecado.

É por isso que o mundo parece se torcer de aflição. É por isso que sabemos que as coisas não deveriam ser assim. A angústia da criação é um testemunho e um reflexo do desastre que é, para as criaturas, rejeitarem o seu Criador.

Gemendo de esperança

Mas quando a criação “foi submetida à futilidade”, aquele que a sujeitou o fez “na esperança” (Romanos 8:20). Que esperança? A esperança “de que a própria natureza criada será libertada da escravidão da decadência em que se encontra para a gloriosa liberdade dos filhos de Deus” (Romanos 8:21). A futilidade que infecta a criação não é, em última análise, fútil. Ela aponta para uma libertação vindoura.

O indício dessa libertação ocorreu quando o Criador de repente se manifestou na criação, gemeu com ela e entrou em seu horrível sofrimento, e no lugar de rebeldes como nós, suportou todo o peso do julgamento justo do Pai "até à morte, e morte de cruz" (Filipenses 2:8). E então ressuscitou dos mortos; "o primogênito de toda a criação" (Colossenses 1:15) tornou-se o primogênito da nova criação, "para que em tudo tenha a supremacia" (Colossenses 1:18).

Não serão apenas os filhos redimidos de Deus que experimentarão uma ressurreição para a nova vida. Deus prometeu fazer “novas todas as coisas” (Apocalipse 21:5). O que significa que toda a criação experimentará uma espécie de ressurreição, uma novidade de vida livre de corrupção.

Livre de ambulâncias barulhentas, pássaros canoros silenciados, homens assassinados, pandemias mortais, abuso infantil, recifes à beira da morte e violência sem sentido. Essas coisas, por mais insuportáveis e horríveis que sejam, por mais que façam com que a criação e os filhos de Deus gemam de dor, elas são as “dores de parto” (Romanos 8:22), à medida que o grande Redentor encerra sua obra e a história chega ao seu momento decisivo.

A ansiedade da espera

Realmente não é pelo Éden que eu anseio quando fico sem fôlego vendo uma sublime manhã de primavera em Minnesota. Isso desperta em mim o doce desejo, como disse C.S. Lewis, de “encontrar o lugar de onde toda a beleza veio”1 (Até que Tenhamos Rostos, 86). A glória da criação que vejo me faz desejar, “com a face descoberta”, “[contemplar] a glória do Senhor”, o Criador (2 Coríntios 3:18).

A profunda ruína do mundo não é como deveria ser. Ele está amaldiçoado. Mas não está amaldiçoado para sempre. Nem estará sempre destruído. Irá se tornar, pela palavra do Criador, um outro mundo, um mundo renovado. E assim, “a natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam revelados” (Romanos 8:19). E os filhos de Deus esperam ansiosamente pela libertação da criação.

E isso tudo é apenas uma fantasia? Há um túmulo vazio testemunhando que a vida humana tem enorme significado; que toda doença dos filhos de Deus terá sua cura; que todas as calamidades encontrarão seu fim; que toda injustiça será corrigida; que nossas dívidas com o pecado foram totalmente pagas; e nossa depravação será erradicada.

E nossos desejos doces, profundos e sofridos? Mais uma vez, nas palavras de C. S. Lewis, “Se eu encontrar em mim mesmo um desejo que nenhuma experiência neste mundo pode satisfazer, a explicação mais provável é que eu fui feito para outro mundo”1 (Cristianismo Puro e Simples, 181). Embora não possamos ver tudo agora, esperamos por aquilo que não podemos ver e o esperamos com paciência (Romanos 8:24–25).

1Tradução por Hadassa Duarte