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English: Measuring Up

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Por Jerry Bridges Sobre Santificação e Crescimento
Uma Parte da série Tabletalk

Tradução por Olivia Monteiro

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Eu estou contente por o apóstolo Paulo ter escrito que ele tinha aprendido a estar contente (Filipenses 4:11). Esta graça do carácter Cristão certamente não me apareceu naturalmente. Um dia enquanto eu estava á frente do espelho do meu quarto eu contei sete coisas “erradas” com o meu corpo – coisas que já me tinham afligido várias vezes antes e das quais eu já tinha murmurado. Algumas eram meramente cosméticas, afectando somente a minha aparência, tal como a falta de cabelo que eu já tinha desde os meus vinte e cinco anos.

Um número de coisas que estavam (e ainda estão) erradas eram funcionais, e tem sido muito mais difícil de estar contente sobre elas. Eu ainda me lembro de estar a tentar jogar basebol como um jovem na escola primária. Eu nem podia bater nem apanhar bem porque não poderia dizer onde estava a bola, ou julgar com que velocidade esta se dirigia para mim. Eu não saberia durante anos mais tarde que a minha inabilidade de jogar basebol era devida a eu ter visão monocular - a inabilidade de me focar com mais que um olho de cada vez. A percepção profunda que é normal para a maioria das pessoas é baseada na visão binocular – a habilidade de focar com ambos os olhos juntos para julgar a distância como deve de ser.

O meu outro defeito funcional é a perda total de audição num ouvido. Isto é particularmente embaraçoso Quando as pessoas me falam e eu não as ouço, assim parece que as estou a ignorar, ou quando estou num ambiente social e tento conversar com alguém que está do lado do meu ouvido surdo. Até o nosso sentido de direcção do som vem da diferença milissegundos do som que chega aos nossos ouvidos de cada lado das nossas cabeças. Somente com um ouvido funcional, eu não tenho qualquer sentido da direcção do som. Por exemplo, Quando a minha mulher me chama de qualquer parte da casa, eu muitas vezes tenho que lhe perguntar, “onde estás?”

Eu apercebi-me que os meus defeitos físicos são, na pior, somente inconveniências comparadas com deficiências sérias, tais como a cegueira total, surdez ou a paralisia. Não obstante, em anos anteriores, elas por várias vezes causaram-me descontentamento. De facto, naquele dia que estava à frente do espelho e eu contei aquelas sete coisas que estavam erradas, eu estava mais que descontente. Eu estava a lutar com o sindroma “ porquê eu?”

Como é que eu aprendi o contentamento nestas circunstâncias? Da mesma maneira que alguém com maiores ou menores defeitos pode: Focando na maravilhosa verdade de que Deus fez-me desta maneira. Salmo 139:13 lê-se,”Pois possuíste os meus rins, Entreteceste-me no ventre da minha mãe.” A Bíblia ensina-nos que Deus fez cada um de nós da maneira que somos. Isto não ignora as realidades da herança genética e dos processos biológicos. Quer dizer que Deus assim quis esses factores de que a Bíblia pode certamente dizer que Deus moldou-nos unicamente a cada um de nós no ventre das nossas mães.

Eu tive que aprender que a maneira como sou fisicamente é por causa do Deus soberano que me amou e que enviou o Seu Filho para morrer por mim me fez da maneira que eu sou – completo com todos os meus problemas funcionais e da aparência. De um modo terrível e maravilhoso fui formado (Salmo 139:14). As minhas características físicas – verrugas e tudo – são o resultado do trabalho cuidadoso, intimo, detalhado e criativo de Deus.

Isto leva-me a outra verdade que me ajudou a aprender contentamento. Deus não só me criou no ventre da minha mãe. Ele também planeou dias para mim. Salmo 139:16 diz, “E no Teu livro todas estas coisas foram escritas, as quais iam sendo, dia-a-dia formadas, quando nem ainda uma delas havia” Deus criou-nos unicamente a cada um de nós para cumprirmos o plano que Ele tem para nós. Este plano não abraça somente a criação original Dele de nós, mas também o ambiente familiar e social em que nós nascemos.

Eu nasci numa familia de pouco rendimento e estatuto social. Ambos os meus pais saíram da escola no oitavo ano para trabalharem nas quintas das respectivas famílias. Eles não tinham quase nenhuma educação ou vantagens culturais para me oferecerem. Eu tinha inveja daqueles que tinham estas vantagens. Foi através de abraçar a verdade de Deus na sua sabedoria infinita e amor que ordenaram o meu caminho na vida de que eu tinha que aprender a estar contente.

O plano de Deus não inclui somente o estatuto social e económico onde nascemos, mas também todos os “altos e baixos” da vida – todos os acontecimentos por oportunidade ou acaso e todas as voltas imprevistas de eventos, tanto “bons” como “maus”, que ocorrem nas nossas vidas. Todas estas situações e circunstâncias, embora possam parecer como casualidade para nós, são parte do plano de Deus para as nossas vidas.

Quando a minha primeira mulher estava a morrer de cancro, eu periodicamente passei por “festas de piedade.” Um dia, no meio de uma destas, eu decidi fazer uma lista de todas as coisas significativamente “más” que me tinham acontecido na minha vida (tal como a morte da minha mãe quando eu tinha catorze anos). Para ser justo, do lado esquerdo da página, fiz a lista das coisas significativamente "boas". Pode não ser uma surpresa para si saber que a lista das coisas “más” era duas vezes mais longa que a lista das coisas “boas”. No mundo caído em que vivemos, eu suspeito que isto seja justamente típico. Então, com os Romanos 8:28 em mente, eu escrevi no fundo da página, “ E Deus criou todas essas coisas (tanto boas como más) para trabalharem em conjunto para o meu bem.”Algumas dessas coisas chamadas "coisas más" há anos que me chateavam. Mas naquele dia Deus deu-me um sentido de contentamento sobre elas.

Depois há a área da chamada. Embora tenha estudado engenharia na universidade, pouco depois da graduação eu comecei a pensar que Deus me queria como um missionário no estrangeiro. Contudo, nunca me tornei missionário. Em vez disso, eu tornei-me no administrador num organização de missões. Primeiro, eu pensei na administração como um intervalo temporário a caminho dos campos de missões. Depois um dia tive que encarar o facto de que Deus me deu o dom para a administração, e isso foi para isso que Ele me tinha chamado a fazer. Como é que aprendi o contentamento nessa altura? Eu aceitei a verdade de que Deus coloca cada um de nós no corpo de Cristo como ele quer (veja 1 Coríntios 12:18).

Você de certeza que pode detectar um elo comum a passar por todas as minhas experiências em aprender a estar contente: uma forte convicção na sábia e soberana regra de Deus em todas as circunstâncias da minha vida. Há uma outra verdade bíblica, embora, seja tão importante para mim: a realização de que tudo o que sou e tudo o que tenho é pela graça de Deus. Eu não recebi o que merecia, nomeadamente, a censura e a ira de Deus. Em vez disso, eu recebi o que não merecia: O perdão dos meus pecados, a prenda da vida eterna e todas as bênções desta vida. Eu acredito nestas duas verdades fundamentais – a soberania e a graça de Deus – têm-me ajudado a aprender a estar contente.

Até o conhecimento destas verdades maravilhosas, contudo, não podem sozinhas fazerem-nos contentes. A famosa declaração de Paulo nos Filipenses 4:13, “Posso todas as coisas, naquele me que fortalece,” foi escrito no contexto do seu ensinamento do contentamento. Eu tive que aprender, tal como Paulo, que embora difícil e frustrantes as minhas circunstâncias possam ser, a capacitação divina de Cristo através do Espírito Santo está disponível para me ajudar a estar contente. Esse contentamento, dessa maneira, é um termo relevante quando utilizado por mim. Eu nem sempre estou contente, nem eu penso que estou perfeitamente contente. Mas já percorri um longo Caminho em aprender a estar contente. Por isto eu agradeço a Deus.