Criar uma Família Longe de Casa

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English: Raising a Family Far from Home

© Desiring God

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Por Stacy Reaoch Sobre Santificação e Crescimento

Tradução por Vanderci Sentello

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Eu tive dificuldade para encontrar um assento na formatura da oitava série da minha filha. Andei pelas fileiras com muitos familiares sentados juntos — mães e pais orgulhosos, avós de cabelos grisalhos, bem como tias, tios e primos.

Quando finalmente encontrei um assento vazio, ao lado de uma amiga com sua grande família, a tristeza tomou conta do coração. Uma professora querida subiu ao palco e chamou o nome da nossa filha, para receber um prêmio especial. Lágrimas encheram meus olhos, enquanto eu ouvia suas palavras afirmativas e saboreava esse marco na vida de nossa filha. Desejei que toda a nossa família pudesse ter experimentado pessoalmente, o que tentei capturar em vídeo. Eu gostaria que todos nós pudéssemos ter estado lá.

Talvez você possa se ver aqui. Talvez o trabalho de seu cônjuge o tenha levado para longe de casa. Ou sua vida como missionário o levou para o exterior. Ou você é um cônjuge militar e se muda a cada dois ou três anos. Na providência de Deus, muitas coisas boas e dignas nos levam para longe daqueles que amamos, deixando-nos lutando para confiar no Senhor e ficar contentes.

Apesar do fato de que eu adoraria ter a família por perto, Deus forneceu algumas bênçãos inesperadas, ao criarmos nossos filhos longe de casa.

Tabela de conteúdo

1. Você realmente parte e se desconecta.

Mudar-se para longe de casa, acentua a partida do casal e abre mais a porta para a desconexão. O apóstolo Paulo escreve (citando Gênesis): “Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne.” (Efésios 5:31, NVI). Depois que nos mudamos, meu marido e eu ficamos ausentes um do outro. A partida e a desconexão não eram tão complicadas para nós, já que não podíamos correr para casa facilmente, sempre que tínhamos um desentendimento.

Nos últimos dezoito anos de nosso casamento, vivemos em três estados diferentes, enquanto nos preparávamos para o ministério e lá servimos em várias igrejas. Em todos os três lugares, ambos estivemos longe de nossas famílias. De certa forma, nem sabemos como seria morar perto de nossos pais ou irmãos. Esse sempre foi o nosso normal.

Meu marido e eu aprendemos a confiar um no outro, fizemos amizades juntos e começamos nossa nova vida, sem as complexidades relacionais de ter uma família grande por perto. Obviamente, perdemos os benefícios de estar mais perto, mas também somos gratos por como Deus nos abençoou. Nosso casamento é mais forte, por causa do caminho que trilhamos juntos.

2. A família da Igreja se torna sua família.

Sem uma família grande por perto, os relacionamentos dentro do corpo da nossa igreja imediatamente se tornaram mais significativos. Não consigo nem começar a contar, de quantas maneiras Deus forneceu o apoio de que precisávamos por meio da nossa família da igreja. Desde babás e refeições, quando as crianças nasceram, até assistir às brincadeiras e aos recitais de nossos filhos, foram formados laços com nossos irmãos e irmãs em Cristo, que se esforçaram para amar nossa família.

Na cerimônia da nossa filha, uma pequena multidão de pais e crianças da nossa igreja se reuniu ao redor dela para uma foto. Uma amiga de minha filha disse a ela: "Esses são todos seus irmãos e irmãs!" A alegria dos relacionamentos no corpo de Cristo é mais doce, por meio do preenchimento da família, que não pôde estar lá.

Jesus prometeu bênçãos abundantes àqueles que abandonam o conforto do lar e da família para segui-lo: “Jesus respondeu:― Em verdade lhes digo que ninguém que tenha deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou campos por causa de mim e pelo evangelho, deixará de receber cem vezes mais, já no tempo presente, casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos — com perseguições — e, na era futura, a vida eterna.” (Marcos 10:29–30).

3. Você é pressionado para confiar em Deus.

Na ausência de apoio familiar, fomos direcionados ainda mais ao Senhor com nossas provações diárias. A companhia de nosso Pai celestial é infalível. Ele sempre estará conosco (Mateus 28:20). Em meus maiores momentos de luta, Deus me aproximou por meio das promessas de sua palavra, a versículos como 2 Coríntios 12:9: “A minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”.

O anseio pela família tem sido especialmente forte em momentos de transição na vida — quando nossos bebês nasceram e em marcos importantes em suas vidas, especialmente à medida que envelhecem. Enquanto tentamos levar quatro crianças para quatro lugares diferentes algumas noites, penso em como seria bom ter alguma ajuda para dirigir e ter uma babá. Pode ser difícil não sentir inveja daqueles que têm apoio familiar por perto. À medida que os anseios pela família avançam, podemos encontrar medidas de alegria e confiar que Deus nos tem, exatamente onde ele quer que estejamos. Olhamos para Cristo para nossa satisfação, em vez de olhar para o arranjo familiar perfeito.

Ver minha amiga Sarah e seu marido arrumarem suas quatro crianças e se mudarem para as areias do deserto da África, me lembra que viver longe da família é um sacrifício, que vale a pena fazer. Sua família destaca o valor supremo de Jesus. O que eles desistiram ao se mudar para um lugar distante e desconhecido, eles ganharam na oportunidade de proclamar a glória de Deus para aqueles com pouco acesso ao evangelho.

4. Você se relaciona mais com os solitários e feridos.

Há uma tentação, quando nos sentimos sozinhos ou descontentes de se afundar na autopiedade. No entanto, um dos melhores antídotos é parar de olhar para o umbigo e, em vez disso, concentrar nossa atenção em servir alguém em necessidade. Viver longe da família, pode nos dar uma sensibilidade especial, para aqueles que podem estar sofrendo ou solitários.

Lembro-me do semestre em que passei estudando no exterior, na Espanha. Em uma nova cultura, com uma linguagem que eu estava apenas começando a entender, a saudade de casa era uma verdadeira batalha. Na providência de Deus, conheci uma família missionária, que me acolheu como sua própria filha, me convidando todas as semanas para jantar e estudar a Bíblia. O tempo gasto com esses crentes preciosos e hospitaleiros, me ensinou a dor da saudade de casa. Meu tempo no exterior me deu consciência da dificuldade de ser estrangeiro em uma nova terra e como um simples convite para jantar pode mostrar amor e carinho.

Deus quer que usemos o conforto que recebemos de Deus para confortar os outros (2 Coríntios 1:4–5). Empreste um ouvido atento a alguém, que luta contra a depressão. Participe da atividade ou jogo de seus filhos. Ofereça ajuda prática a uma mamãe nova, sendo sua babá ou preparando refeições.

Aquele que Abandona a Família

Quando Deus nos chama para viver longe dos entes queridos, recebemos o tempo conjunto como um presente especial. O tempo não é dado como certo, porque não é uma parte rotineira da vida. Nossos filhos buscam ver seus primos e avós.

Criar seus filhos longe dos entes queridos é um desafio e um presente. Quando você encontrar seu coração ansiando por uma circunstância diferente, lembre-se das bênçãos que o Senhor dá e como ele provê de maneiras inesperadas: “Senhor, tu és a porção da minha herança e o meu cálice; tu és a garantia do meu futuro. As divisas caíram para mim em lugares agradáveis: tenho uma bela herança!” (Salmos 16:5–6).

Abrace a porção que Deus lhe designou hoje. O feliz sacrifício de deixar aqueles que você ama, será mais do que compensado pelo dom do próprio Deus. A situação que é a sua maior mágoa, pode se tornar uma grande bênção.