Como não ficar desesperado

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English: How Not to Be Desperate

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Por Marshall Segal Sobre Sofrimento

Tradução por Robson Pereira

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Quando começamos a nos desesperar na vida, em relação ao casamento, perda de entes queridos, doença, trabalho ou ministério, a escuridão cai como uma névoa.

Espiritualmente, nos esforçamos para dar sentido ao que está ao nosso redor. Os olhos do nosso coração se contraem, na busca de pelo menos um fragmento da luz de Cristo. Nesses dias, semanas ou anos, seremos tentados a buscar dissipar a escuridão, para aliviar o desconforto de esperar em Deus, iluminando nossa vida de outras mil maneiras. Ao invés de navegarmos nas profundezas da escuridão com paciência seguindo a voz de Deus, procuraremos uma tocha feita por nós mesmos.

Isaías advertiu um Israel desanimado e errante a não seguir o caminho deles: “Agora, porém, todos vocês que acendem fogo e se equipam com tochas acesas! Vão, andem à luz do seu próprio fogo e das tochas que vocês acenderam. Vejam o que receberão da minha mão: vocês se deitarão atormentados” (Isaías 50:11). O alerta de Deus é claro: se andamos pela luz de nossas próprias tochas quando chegar a escuridão, acabaremos sendo queimados por elas.

Tabela de conteúdo

Tochas que carregamos

Anos atrás, passei por um período especialmente sombrio quando voltei a cair em pecado sexual depois de anos vencendo a tentação. A queda me custou caro, e isso (graciosamente) me levou a um desespero que eu não conhecia antes. A amargura daqueles dias foi uma bondade que me levou ao arrependimento duradouro, à vigilância e à pureza. Mas os dias eram frequentemente amargos e sombrios. Experimentei as consequências de minha própria pecaminosidade, especialmente como ela prejudicou as pessoas que eu amava. Muitas vezes, eu tinha dificuldade de olhar Deus (ou qualquer outra pessoa) de frente.

Eu estava tentado a me desesperar. E se eu nunca vencer essa guerra? E se esses relacionamentos nunca se curarem? E se eu perder meu futuro ministério? E se eu cair novamente? Em momentos como esses, Satanás nos interroga com perguntas erradas, tentando abafar a voz de Deus com medos e dúvidas assustadores. Se a escuridão é auto infligida, como foi o meu caso, ou se foge ao nosso controle, como geralmente acontece, a descida das trevas pode nos deixar mais desesperados do que nunca e, ao mesmo tempo, surdos para Deus, o salvador, ajudante e conselheiro de que precisamos quando as luzes se apagam. Assim, em vez de confiar nele e em sua palavra, muitas vezes aprendemos a lidar com a situação, a rastejar pela escuridão por conta própria.

Como você se acalma em meio ao insuportável? Talvez você se medique com distração, recorrendo a prazeres simples e superficiais que afastam sua mente das realidades mais sombrias que enfrenta. Você assiste, come ou faz compras, o que for necessário para não se sentir, mesmo que por alguns segundos. Talvez você prefira se afundar na autopiedade, sentindo conforto apenas quando fica obcecado com sua dor. Em vez de construir uma torre de Babel, você esculpe um cânion para tentar se esconder da realidade. Talvez você descarregue seu desespero nos outros, transformando em armas os cacos de vidro quebrados em seu coração. Se você vir outra pessoa sofrendo, não se sentirá mais tão sozinho. A sensação é de justiça ou, pelo menos, de igualdade.

Não nos orgulhamos das tochas que acendemos. Elas não apenas expõem as idolatrias silenciosas que cultivamos, mas também revelam o quanto estamos despreparados para as provações. Elas iluminam nossos pecados e fraquezas. E, como Isaías adverte, elas nos condenam se dependermos delas. Temos vergonha delas, mas confiamos nelas, pelo menos quando estamos desesperados.

A tristeza na vida

Por que abandonamos Deus na escuridão? Quando a vida não corre da maneira que esperamos ou queremos, podemos ser tentados a nos tornar amargos (ou pelo menos desconfiados) em relação a Deus. Quando a vida muda para melhor, podemos correr alegremente para seus braços soberanos e oniscientes. Porém, quando a vida muda para pior, o mesmo poder e sabedoria infinitos podem parecer subitamente perigosos, descuidados e distantes. Ele é absoluta e completamente soberano, portanto, não é ele o culpado em última instância? Esse pensamento pode nos deixar procurando um fósforo para acender.

Quando o povo de Deus começa a se ressentir da forma como ele governa, resmungando, reclamando e caindo no desânimo, ele responde, “Quando eu vim, por que não encontrei ninguém? Quando chamei, por que ninguém respondeu? Eu o adverti e fui paciente com você. Onde estava você quando te chamei? A aflição deles não se deve de forma alguma à negligência de Deus. Não. “Por causa dos seus pecados, vocês foram vendidos; por causa das transgressões de vocês, a sua mãe foi mandada embora. (Isaías 50:1). A escuridão da vida se deve à escuridão do pecado, muitas vezes o nosso próprio. Não para qualquer erro em Deus.

Quando a vida fica difícil, Deus não quer que invejemos seu plano, ele quer que confiemos em seu amor. “Vejam! O braço do Senhor não está encolhido para que não possa salvar, nem surdo o seu ouvido para que não possa ouvir. Contudo, as suas maldades separaram vocês do seu Deus; os seus pecados esconderam de vocês o rosto dele, por isso, ele não os ouvirá. Deus é capaz de nos salvar de qualquer dificuldade que enfrentamos. Ele quer carregar nossas ansiedades porque se importa conosco (1 Pedro 5:6-7).

Seu ouvido não está fechado para nós. Seu coração não é indiferente a nós. No entanto, nós nos recusamos a recebê-lo, porque a escuridão em nós e ao nosso redor o escondeu de nós.

Andar (não) pela visão

As multidões fecharam os ouvidos aos convites e advertências do Senhor, acendendo suas tochas que desprezam a Deus, Isaías diz que um ouvinte surgiu do meio dos surdos, um servo forte o suficiente para sofrer injustiças e compassivo o suficiente para cuidar e apoiar os fracos.

Enquanto muitos, desiludidos pelo desespero, tapavam os ouvidos e se ressentiam de seu próprio Senhor em seus corações, esse servo diz corajosamente, “O Soberano Senhor deu me uma língua instruída, para conhecer a palavra que sustém o cansado. Ele me acorda manhã após manhã, desperta o meu ouvido para escutar como alguém que está sendo ensinado. (Isaías 50:4) Enquanto outros estavam riscando fósforos, ele seguiu seu ouvido, em meio à escuridão, até as palavras de vida. Quando não conseguia ver a luz, ele a ouvia.

Então ele diz no próximo versículo, “O Soberano Senhor abriu os meus ouvidos” (Isaías 50:50). Na hora mais escura, Deus fez isso pelo servo do Senhor. Em um momento muito mais sombrio, ele fez o mesmo e muito mais por Cristo (João 17:8). Se você consegue ouvir a voz dele em suas horas de escuridão, é porque ele fez isso (Mateus 11:15). Ele abriu os ouvidos de seu coração. Não despreze a voz dele, não pegue uma tocha feita por você mesmo. Não, deixe que essa extraordinária hora de escuridão lhe ensine a andar pela fé e não pela visão (2 Coríntios 5:7).

Caminhe por outra luz

Se caminhamos pela luz das nossas próprias tochas, seremos queimados. Como então, perseveramos na nossa escuridão de desespero. Isaías ilumina o outro caminho. “Quem entre vocês teme ao Senhor e obedece à palavra do seu servo? Que aquele que anda no escuro, que não tem luz alguma, confie no nome do Senhor e se apoie no seu Deus”. (Isaías 50:10). Confie nele, conte com ele, ouça-o. Jogue fora as tochas nas quais você se sente tentado a confiar e caminhe pela luz de sua voz, a voz que ouvimos somente em sua palavra. Arrependa-se, acredite e dê o próximo passo.

Se você consegue ouvir a voz dele, ele despertou seus ouvidos para ouvir. E entre tudo o que ele diz a vocês, ele promete, “Quando você passar pelas águas, eu estarei com você; quando passar pelos rios, eles não o encobrirão; quando passar pelo fogo, você não se queimará, as chamas não o deixarão em brasas”. (Isaías 43:2). Não importa o quão escuro fique, eu estarei com você. “Eu o fortalecerei e o ajudarei; eu o segurarei com a destra da minha justiça”. (Isaías14:10)

E quando nos sentamos na escuridão, cercados de obstáculos e inimigos, e até mesmo de nossos próprios fracassos, podemos dizer, “Não se alegre a minha inimiga com a minha desgraça. Embora eu tenha caído, me levantarei. Embora eu esteja morando nas trevas, o Senhor será a minha luz”. (Miqueias 7:8). Quando estivermos abatidos e desesperados, tentados até mesmo a nos desesperar, ele será toda a luz de que precisamos.