Como Deus Motiva Gratidão?

De Livros e Sermões Bíblicos

Recursos relacionados
Mais Por John Piper
Índice de Autores
Mais Sobre Gratidão
Índice de Tópicos
Recurso da Semana
Todas as semanas nós enviamos um novo recurso de autores como John Piper, R.C. Sproul, Mark Dever, e Charles Spurgeon. Inscreva-se aqui—Grátis. RSS.

Sobre esta tradução
English: How Does Gratitude Motivate?

© Desiring God

Partilhar este
Nossa Missão
Esta tradução é publicada pelo Traduções do Evangelho, um ministério que existe on-line para pregar o Evangelho através de livros e artigos disponíveis gratuitamente para todas as nações e línguas.

Saber mais (English).
Como podes Ajudar
Se você fala Inglês bem, você pode ser voluntário conosco como tradutor.

Saber mais (English).

Por John Piper Sobre Gratidão
Uma Parte da série Taste & See

Tradução por Lucas da Silva Maria


Em 29 de maio, Na minha mensagem sobre Gálatas 5:1-5, eu me opus à “Ética da Gratidão” que diz: “Deus trabalhou para mim, agora vou retribuir o favor e trabalhar para Ele”; ou: “Deus me deu mais do que jamais poderia pagar de volta, mas vou devotar minha vida a tentar”. Mas a pergunta foi levantada por Steve Roy depois da ministração se poderia haver outra forma como a gratidão poderia motivar obediência que não envolvesse uma mentalidade de dívida. Então passei cerca de seis horas no [feriado de] Memorial Day tentando pensar e resolver aquela questão. E é aqui que estou.

Definição: gratidão é uma espécie de alegria que surge em nosso coração em resposta à boa vontade de alguém que nos faz (ou tenta nos fazer) um favor. Nós não respondemos com gratidão a uma pessoa se ela acidentalmente nos faz um favor. Nem respondemos com gratidão se ela nos faz um favor com segundas intenções mercenárias. Por outro lado, nós respondemos com gratidão a uma pessoa que tenta nos fazer um favor mas é impedida por circunstâncias além do seu controle - digamos, ele sacrifica sua vida para trazer-nos um remédio na selva, mas que acontece de não curar. Nós ainda sentimos gratidão para com ele. Portanto, a gratidão não é meramente a resposta de alegria a um benefício recebido. Ela tem especial referência à boa vontade de outra pessoa. A uma pessoa cuja alegria é centrada apenas em uma dádiva recebida, sem sentimento de alegria na boa vontade do doador, nós chamamos de uma ingrata. Então, gratidão é uma espécie de alegria que surge em resposta à boa vontade de alguém que faz (ou tenta fazer) um favor a nós.

Esta alegria, como todas as alegrias, tem em si um impulso de expressar ou mostrar o valor da sua causa. Essa é uma compreensão crucial para entender como a gratidão motiva o comportamento. É da natureza da alegria demonstrar ou expressar o valor da sua causa. Quando algo nos dá alegria, sentimos um impulso de mostrar o seu valor pelas nossas palavras ou ações.

A intensidade dessa alegria e seu impulso expressivo são determinados por três fatores variáveis: 1) A importância para nós da dádiva recebida (Somos mais gratos por um casaco de inverno do que por um cone de sorvete); 2) o sacrifício que custa a alguém dar essa dádiva (nós somos mais gratos se uma pessoa arrisca sua vida do que se a sua dádiva não é de nenhuma inconveniência); 3) nosso próprio senso de indignidade ao receber a dádiva (nós somos mais gratos por dádivas gratuitas do que por salários merecidos).

A questão de como a gratidão pode apropriadamente motivar um bom comportamento é a questão: como devemos expressar ou demonstrar o valor da boa vontade de Deus para conosco? A gratidão é a alegria que surge em resposta à boa vontade de Deus para conosco em todas as suas dádivas. Essa alegria tem um impulso de expressar o valor daquela boa vontade. Como ela deveria fazer isso?

Resposta: Ela deve expressar o valor da boa vontade de Deus de uma forma que honre a natureza e objetivo daquela vontade e que não os contradiga. (Por exemplo: eu não deveria tentar mostrar minha gratidão a alguém que acabou de pagar meu ingresso a um centro de tratamento de alcoolismo oferecendo-lhe uma festa de cerveja).

Vamos tomar como exemplo a boa vontade de Deus expressada ao enviar Seu Filho para morrer. A natureza daquele ato de amor é que ele foi incondicional, imerecido, uma dádiva de plena graça. O objetivo daquele ato foi libertar um poder de perdão e renovação que transformaria pessoas em refletoras da glória de Deus. Então, a maneira como a gratidão por esse ato da boa vontade de Deus para conosco deveria se expressar é dizendo e fazendo aquilo que honra a sua natureza como gratuita e o seu objetivo como a glória de Deus.

Certas atitudes são, portanto, excluídas: qualquer tentativa de pagar Deus de volta contradiria a natureza do ato como gratuito e gracioso. Qualquer tentativa de nos voltarmos e nos tornarmos beneficiadores de Deus é excluída como desonrosa à natureza e objetivo do ato divino. Esse foi meu argumento no domingo passado. Mas há certas formas apropriadas para o impulso de alegria da gratidão encontrar expressão: 1) a admissão de que não merecemos Cristo honra a graciosa gratuidade do dom. 2) Palavras de amor, louvor e agradecimento vão estourar como frutos no galho da gratidão. 3) Confiar no poder de perdão e renovação liberados na cruz honra seu objetivo. 4) Atos de amor que negam a si mesmo também mostram o quão libertos fomos pela plena suficiência da dádiva de amor na cruz.

É assim que eu vejo a gratidão motivando obediência a Cristo. Ela não nos incentiva a pagá-lo de volta ou satisfazer Suas necessidades. Como uma espécie de alegria, ela tem em si um impulso de mostrar o valor da boa vontade de Deus. O que mostra o valor da boa vontade de Deus na sua verdadeira natureza e objetivo são palavras de louvor, um coração de confiança, e uma vida de amor.

Grato por você,

Pastor John