A deficiência não é um acidente

De Livros e Sermões Bíblicos

Transcrição de Áudio

Há um número incontável de pastores, professores e leigos que não suportam o que este texto parece dizer, a saber, que Deus quis que este bebê nascesse cego com o objetivo de demonstrar as obras de Deus através desta criança décadas depois (João 9:1–5). Eles não aguentam isso. É uma abominação acreditar que Deus faria isso.

E para escapar da conclusão de que é isso que este texto diz, eles chamam a atenção para o fato de que talvez Jesus não esteja falando de um propósito, mas simplesmente de um resultado. Eu li esta objeção. Então, quando ele diz: “Não foi que este homem pecou, ou seus pais, mas”, em vez de ler a próxima cláusula como um propósito, você apenas a leria como resultado: mas o resultado da cegueira será usado por Deus para mostrar sua obra.

Deus não fez nada para provocar a cegueira com um propósito. Ele apenas encontrou a cegueira e mostrou seu trabalho. Ele usou a cegueira. Ele não o provocou, mas o usou quando o encontrou. Isso vai tão profundamente contra suas preferências que seu Deus bondoso e amoroso ordenaria que um bebê nascesse cego.

Agora tenho três respostas para essa objeção, e espero que elas nos aprofundem no que Jesus está dizendo. Essa maneira de interpretar João 9:3 simplesmente não funcionará por três razões.

1. Os discípulos estão pedindo uma explicação para a cegueira. Mas se você diz que Deus não tinha nenhum propósito, nenhum desígnio, nenhum plano naquele bebê nascendo cego, mas só o encontrou mais tarde e o colocou em uso para sua glória, você não respondeu à pergunta deles. Não é uma explicação. É evitar uma explicação, que não é o que este texto está fazendo. Este texto está dando uma explicação.

2. Deus sabe tudo o que está acontecendo na formação de um óvulo fertilizado. Ele sabe de tudo. Ele conhece a composição cromossômica ou genética de cada espermatozóide e cada óvulo. Ele é totalmente responsável por quais ovos são plantados e quais não. Ele é totalmente responsável pelo que o esperma fertiliza com sucesso no óvulo. Ele pode ver tudo, e ele pode ver se há uma pequena falha nesta espiral de DNA que vai resultar — se combinar com este ovo — em cegueira. Ele sabe disso.

Estamos falando de Deus aqui. Ele conhece a condição genética do esperma e do óvulo, e pode simplesmente dizer: “Não vá lá. Não vamos conceber desta vez porque daria um bebê cego.” Ele pode dizer isso, e se ele não disser, então poderíamos usar palavras como permissão. Ele permitiu que essa tristeza ou quebrantamento natural acontecesse.

Mas pondere a palavra permissão por um momento. Se Deus vê e sabe que a cegueira está a caminho daqui e ele diz: "Eu poderia pará-la", e ele decide não fazê-lo, ele está decidindo por um motivo? Ou ele está apenas dizendo: “Não tenho motivo. Eu só estou fazendo isso"? Este é Deus! Deus não faz as coisas à toa. Se Deus permite essa união, sabendo que ela produzirá cegueira — quer você use a palavra permissão ou causa — é proposital. É proposital. “Vou deixar isso acontecer porque tenho um projecto. Tenho um plano. Eu tenho um propósito para a minha vida.”

Ele sabe. Você não pode fazer dele um descobridor de cegueira como: “Oh, aqui está uma pessoa cega. Não faço ideia de onde ele veio, e eu não tinha nenhum propósito nisso”. Você não pode fazer isso. Isso não funcionará na Bíblia ou neste texto.

3. Negar o desígnio de Deus contradiz Êxodo 4:11 e Salmo 139:13. Se você tentar negar a soberania, sabedoria, e controle proposital de Deus sobre a concepção e o nascimento, terá uma colisão frontal com Êxodo 4:11 e Salmo 139:13.

O Senhor disse a [Moisés]: “Quem fez a boca do homem? Quem o fez surdo ou mudo? Quem lhe concede vista ou o torna cego? Não sou eu, o Senhor? (Êxodo 4:11)

Você formou minhas partes internas; você me tricotou no ventre de minha mãe. Salmos 139:13

Não vou me aproximar de nenhuma criança com deficiência em nenhuma fase de sua vida e dizer: "Ele não quis dizer você". Você poderia me matar antes que eu diga isso. Ele quis dizer você. ele a ama. Ele tem um propósito para você.