A Verdadeira Grandeza É Dada, Não Tomada
De Livros e Sermões BÃblicos
Por Jon Bloom Sobre Santificação e Crescimento
Tradução por Isadora Glielmo
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Deus te fez grandioso — incrivelmente grandioso, muito maior do que você ainda compreende. Não estou dizendo isso para agradar sua autoestima. Estou afirmando um fato — um fato que você, a menos que seja a rara exceção, se subestima muito porque está condicionado a valorizar o tipo errado de grandeza.
A grandeza que estamos condicionados a valorizar, na verdade, não é grandiosa. Na verdade, sua maioria é puro faz de conta. E quando há um traço de grandeza, é pateticamente pequena.
Jesus veio para nos libertar do poder ofuscante e empobrecedor da grandeza falsificada ou pequena, e para nos restaurar tanto nossa verdadeira grandeza divina quanto nossas capacidades expansivas de desfrutá-la com grande e divina humildade.
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Grandeza Imponente
Você mal tem ideia da criatura absolutamente surpreendente que você é. Aquela coisa dentro do seu crânio que lhe permite ler e contemplar o que estou dizendo é a coisa mais complexa e misteriosa do universo material conhecido. Seu cérebro, por mais defeituoso que seja, é simplesmente de tirar o fôlego — mais incrível do que qualquer estrela ou galáxia.
Suas capacidades de raciocinar abstratamente; resolver problemas complexos por meio de dedução, indução e invenção; organizar a desordem; planejar o futuro; entender linguagens verbais, escritas, gestuais e táteis; apreciar as sutilezas da ironia; achar a descontinuidade humorística; e desfrutar das múltiplas belezas da harmonia e dissonância, simetria e assimetria, combinações de cores e padrões são nada menos que gênios maravilhosos.
Suas capacidades de memória visual, auditiva, olfativa, somatossensorial (tato, sensação, pressão, calor) e emocional são tão maravilhosas que não temos superlativos adequados.
E suas capacidades emocionais de amar e odiar, adorar e desprezar, valorizar e lamentar, criar e destruir e de alegria e tristeza estão tão além de qualquer outra espécie material conhecida. Como humano, você está em uma liga própria, é um eufemismo astronômico.
Você é mesmo semelhante a Deus. Você, assim como é, possui uma grandeza tão rara e surpreendente que, se pudesse se ver pelo que realmente é, a maioria de suas batalhas crônicas contra a inadequação desapareceria.
Pequena Grandeza
E, ainda, é provável que essa descrição de sua grandeza, da qual apenas comecei a falar, não o impressione muito. Por quê? Porque você e eu fomos enganados sobre o que é grandeza. Fomos condicionados a admirar minúsculas grandezas.
Pequena grandeza é grandeza relativa — grandeza definida e medida por comparação com outras pessoas. Não basta possuir a grandeza dada por Deus; devemos ser maiores do que outras grandes pessoas ou isso realmente não importa.
Nossa natureza pecaminosa é patologicamente egoísta e substitui Deus pelo eu como o padrão de medida de grandeza. Ela calcula o valor de todos e tudo em relação ao eu — como nos classificamos em comparação e como eles aumentam ou diminuem nossa posição relativa percebida.
Isso é pequena grandeza na melhor das hipóteses, e falsa grandeza na pior, porque despreza o imenso, inerente, valor dado por Deus às pessoas e coisas e, em vez disso, baseia sua avaliação na minúscula gama diferencial de talentos e circunstâncias que resultam em admiração pública, o que chamamos de "fama".
Quando somos fascinados por pequenas grandezas, valorizamos ou desvalorizamos a nós mesmos (derivamos nossa autoestima) com base em onde achamos que nos classificamos em nosso contexto social preferido ou acessível, e valorizamos ou desvalorizamos os outros com base em como eles melhoram ou diminuem nossa posição percebida, nossa relativa grandeza.
A grande e trágica ironia de uma preocupação egoísta com a pequena grandeza é que as coisas verdadeiramente grandes parecem pequenas para nós, as coisas inestimáveis parecem inúteis, as coisas magníficas parecem chatas e Deus parece de importância marginal.
Um Retrato da Pequena Grandeza
A Bíblia nos dá um retrato do poder ofuscante e empobrecedor da pequena grandeza em Atos 8.
Simão era uma celebridade local em sua cidade samaritana. Como se fosse um mago, ele havia enfeitiçado os moradores com suas artes, e eles lhe haviam dado um título: A Grande Virtude de Deus (Atos 8:10). Simão amava sua boa reputação e se alimentava da admiração do público.
Então, um dia, Filipe apareceu na cidade. Ele pregou o evangelho e o Espírito Santo veio com poder, concedendo a Filipe sinais e maravilhas além de qualquer coisa que Simão tivesse realizado. Um grande número de samaritanos professou fé em Cristo e foi batizado, incluindo Simão.
Logo Pedro e João chegaram e se juntaram para ajudar nesse avivamento. Simão observou com admiração enquanto os apóstolos oravam e os samaritanos se enchiam do Espírito Santo. As multidões ficaram maiores. Todos estavam falando sobre o grande poder de Deus.
Mas eles não falavam mais sobre Simão. Sua fama havia sido ofuscada. E como muitos que experimentaram a droga eufórica da admiração de outras pessoas, Simão queria aquela adrenalina novamente.
Então, discretamente, ele ofereceu a Pedro e João uma pequena fortuna se eles lhe dessem uma dose da droga da pequena grandeza do Espírito Santo. Pedro, que sabia por experiência pessoal o grande perigo de adorar o ídolo de pequena grandeza (Lucas 9:46–48; 22:24–27), misericordiosamente não poupou Simão de palavras:
"Que seu dinheiro seja destruído com você, por imaginar que o dom de Deus pode ser comprado! Você não tem parte nem direito neste ministério, pois seu coração não é justo diante de Deus. Arrependa-se de sua maldade e ore ao Senhor. Talvez ele perdoe esses seus maus pensamentos, pois vejo que você está cheio de amarga inveja e é prisioneiro do pecado.” (Atos 8:20–23)
A Grandeza à Semelhança de Deus é uma Dádiva
Simão é um aviso para nós. Ele viu o grande poder de Deus com seus próprios olhos, mas não viu seu valor real. Ele não valorizava Deus, o evangelho, os dons do Espírito Santo, os apóstolos e seus concidadãos pelo que realmente eram. Ele reduziu todos eles a meros meios para o aprimoramento de sua própria marca pessoal. E ao fazer isso, ele se reduziu a uma réplica minúscula e barata do que Deus realmente o fez ser.
Mas ouça o evangelho nas palavras de Pedro: “o dom de Deus” (Atos 8:20). Isto é o que Deus nos oferece: trocar uma vida fantasmagórica, constritiva e destrutiva de buscar uma grandeza minúscula e egoísta por uma vida eternamente substantiva, expansiva e criativa de admiração, alegria, amor e adoração, vendo todos e tudo em toda a sua gloriosa grandeza concedida por Deus.
É tudo graça! Sempre foi. Tudo é um dom, desde o nosso valor inerente e inestimável como seres humanos criados à imagem de Deus para serem maravilhosamente grandiosos, até a obra inestimável e supremamente grandiosa de Cristo que nos redime totalmente da culpa de todo pecado, até a herança inestimável da vida eterna e tudo o que vem com ela — tudo é o dom de Deus.
E quanto mais reconhecemos tudo como um dom, mais livres somos para desfrutar até mesmo de nossa própria grandeza sem o efeito desvalorizador e distorcedor do orgulho pecaminoso. Pois dons são graças recebidas livremente, não méritos conquistados. Somos grandiosas criações porque nosso Criador, Redentor e Sustentador é preeminentemente, supremamente grandioso, e porque Ele nos fez como Ele mesmo.
O que o torna grandioso não é sua capacidade de suprir a demanda das forças do mercado em sua economia social de admiração pública. Na verdade, quanto mais conscientemente você se esforça para alcançar a grandeza relativa, menos verdadeiramente grandioso você se torna. Sua grandeza vem como um dom de Deus. E, paradoxalmente, você perceberá mais do seu verdadeiro valor e do verdadeiro valor de todo o resto, quando estiver menos preocupado com seu próprio valor e mais preocupado com o de Deus.
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