A Razão Pela Qual as Coisas Muitas Vezes não Fazem Sentido

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English: Why Things Often Don’t Make Sense

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Por Jon Bloom Sobre

Tradução por Andreia Frazão

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Nós, humanos, temos uma necessidade irreprimível de fazer sentido do mundo e da nossa experiência neste.

A Falta de Sentido é uma Ilusão

Os naturalistas darwinianos creem que adaptámos a necessidade que temos de sentido de forma a obtermos comida e a transmitirmos os nossos genes. Disparates. Uma crença destas implica que o tipo de sentido mais importante para nós é uma ilusão. E o irónico resultado, se aderirmos realmente à crença de que não existe sentido além de calorias e cópula, é que não vamos querer comer nem transmitir os nossos genes. A falta de sentido rouba-nos os nossos apetites. Faz-nos detestar a vida que, alegadamente, os nossos genes querem preservar acima de tudo (Eclesiastes 2:17).

Não, nós temos fome de sentido porque o sentido existe, tal como temos fome de comida porque a comida existe. O sentido não é uma ilusão; a falta de sentido é que é uma Ilusão.

A Dissipação da Ilusão

No entanto, é uma ilusão poderosa. Muitas vezes, o mundo e a nossa experiência neste não nos fazem sentido. Os acontecimentos desenrolam-se de formas que, muitas vezes, nos parecem erradas ou que sentimos como sendo confusas. Podem parecer aleatórios. Podem parecer contrários à natureza e às promessas de Deus, e parecer antes as opressivas engrenagens de um universo indiferente. E não conseguir fazer sentido dos acontecimentos é algo que nos custa muito a suportar, e que nos tenta a virarmo-nos para uma descrença cínica.

Mas a Bíblia é-nos dada com o expresso propósito de desfazer esta ilusão. Nela, Deus revela o grande sentido que está infundido em todas as coisas (Colossenses 1:16), o sentido pelo qual as nossas almas estão famintas e de que precisam para viver, tal como os nossos corpos precisam de comida para viver. Pois “[n]em só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mateus 4:4, NVI). O sentido vem Deus e nós recebemo-lo através da sua palavra.

A História Mais Significativa

O que a Bíblia nos revela é que todos temos o incrível privilégio (que superlativo pode ser suficiente?) de ser escolhidos para desempenhar um papel na maior história épica alguma vez concebida pelo maior Autor que existe. É a história da glória de Deus (Romanos 11:36). E está a ser contada a uma tão larga escala que Deus tem de nos dar força para a compreendermos (Efésios 3:18). Tudo no universo material, desde a mais massiva galáxia à mais pequeníssima partícula molecular, está envolvido na história e está, em si mesmo, a contar uma parte da história (Salmo 19:1). E existem mundos que nos são invisíveis, e dimensões que nos são desconhecidas que são parte desta história (Colossenses 1:16). Cada pensamento imaterial que temos é parte desta história (2 Coríntios 10:5).

E esta é a história mais real que existe, pois esta história é a realidade. Todas as personagens envolvidas são reais. Todas as tragédias e comédias são reais. Não há nada mais real que a guerra cósmica. As apostas são reais, os riscos são reais, os perigos são reais, os castigos são reais e as recompensas são reais. A história é tão criativa que é, por definição, Criação; é tão imaginativa que as suas imagens são reais. Todas as histórias, todos os nossos empreendimentos artísticos são meramente cópias e sombras, indicadores ou distorções da Grande História, da Grande Composição.

A Razão Pela Qual as Coisas Parecem não Fazer Sentido

É então de admirar que as coisas que vemos e que vivenciamos não nos façam sentido? Num dado momento, estamos só a ver uma pequena, ínfima fração da história. E a verdade é esta: o nosso orgulho pecaminoso leva-nos muitas vezes a uma leitura egoísta e míope desta. Estupidamente, acabamos por depositar mais fé no pequeno pedaço que vemos do que nas imensas coisas que Deus, o Autor, diz.

Mas não nos dá a Bíblia exemplos atrás de exemplos de santos cujas experiências pareceram erradas durante algum tempo — talvez mais ou mesmo durante todas as suas vidas — e que, ainda assim, revelaram ser parte de uma história muito mais vasta e significativa do que tinham imaginado anteriormente?

Existem dezenas e dezenas de relatos como estes na Bíblia. E todos atestam isto: a perceção que temos das coisas, enquanto personagens numa história, não é um transmissor de sentido fiável; temos de confiar na perspetiva do Autor.

Confiem no Autor

O Autor está a contar a história, e dá mais sentido a cada umas das personagens e a cada um dos acontecimentos do que poderíamos ter imaginado. O que pode não nos fazer sentido hoje está, de facto, tão impregnado de sentido que ficaríamos sem fala, em reverente assombro, se soubéssemos tudo o que Deus está a fazer. E, um dia, saberemos e admiraremos o que Deus está a fazer.

Os profetas naturalistas estão a contar-vos uma história de desespero sem sentido. Não acreditem nos disparates deles. É isso que são. Vocês precisam de sentido porque o sentido existe. A falta de sentido é uma ilusão; é um engano.

Portanto, não cedam à tentação de cair no cinismo por não conseguirem ainda fazer sentido dos acontecimentos que se estão a passar no mundo ou nas vossas próprias vidas. Esta é a experiência habitual de uma personagem numa história mais vasta. Confiem no Autor com todo o vosso coração e não se apoiem no vosso próprio entendimento. Se reconhecerem o Autor em todos os vossos caminhos, este guiar-vos-á de modo a que vivam plena e frutuosamente o incrível papel que vos atribuiu na mais real de todas as histórias (Provérbios 3:5–6). E, um dia, o Autor vai contar-vos a história toda. E vocês vão ficar fascinados.