Sejam benignos uns com os outros

De Livros e Sermões Bíblicos

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English: Be Kind to One Another

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Por John Piper Sobre Amar Outros
Uma Parte da série Faith And Everyday Life: Ephesians 4:17-5:20

Tradução por Jorge Alves dos Santos Filho

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Tabela de conteúdo

Efésios 4:31 - 5:2

Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia. Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou. Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados. E andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave.

Este texto é tão rico que poderíamos tomar qualquer frase e gastarmos algumas horas considerando-a. Mas decidi concentrar nossos pensamentos nestes simples mandamentos no verso 32: "Sede uns para com os outros benignos.”

Cinco aspectos da bondade cristã

Como considerei esses versos, parece-me que eles falam para nós de cinco coisas sobre a bondade cristã:

  1. a extensão da bondade cristã,
  2. a profundidade da bondade cristã,
  3. o padrão da bondade cristã,
  4. o instrumento da bondade cristã,
  5. a fonte da bondade cristã.

Vejamos cada um por vez. E enquanto fazemos, vamos orar para que o Espírito de Deus honre sua Palavra para nos levar a sermos transformados por ela.

1. A extensão da bondade cristã

Quanta bondade deveríamos demonstrar? Isso é abordado no verso 31. A bondade cristã é tão extensiva que substitui, "Toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias e bem assim toda malícia”. A palavra "toda" é usada duas vezes: no começo, "toda amargura", e ao final "toda malícia." Estes são parte do velho eu corrompido que deve ser colocado de lado. E a bondade é o oposto novo eu que deve ser vestido. Paulo está dando ilustrações específicas.

Ira e bondade

Mas a questão que se levanta é se toda cólera e ira deveriam ser substituídas por bondade. Amargura, sim. Manifestações de agressividade contundente, sim. Boatos e falar mal pelas costas, sim. Malícia, sim. Todos eles, sem exceção, todos devem ser deixados. Mas e quanto à cólera e ira?

Gastamos toda a noite juntos duas semanas atrás tentando resolver isso. O verso 26 diz: “Irai-vos mas não pequeis." E Tiago 1:19 diz: "Seja tardio em se irar." E Marcos 3:5 diz que Jesus olhou para os fariseus com ira. A bondade de Jesus sempre se estende aos fariseus? É amável dizer a eles, como Jesus fez em Mateus 23:27, "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque sois semelhantes aos sepulcros caiados?” É bondade quando ele diz em Mateus 23:15, "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós?” Era bondade quando Jesus fez um azorrague de cordas e derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas do templo e virou suas mesas (João 2:15, Mateus 21:12)?

Se você fosse a Jesus após ele ter feito essas coisas e dissesse: "Jesus, foi indelicado de vossa parte dizer isso aos fariseus," o que ele teria dito? Há duas coisas possíveis que ele teria dito. Ele podia ter dito: "Algumas vezes um coração de amor e uma paixão pela verdade não se expressa em forma de bondade." Ou ele podia ter dito: "Há um tipo de bondade que pode ser dura como pregos e dura como couro." O que você acha que ele devia ter dito: "A bondade é grande o suficiente para incluir chicotadas e lamentações"? Ou: "A bondade é uma forma de justiça, mas nem sempre a melhor?

Ao analisar todos os usos da palavra "bondade" no Novo Testamento, penso que honraríamos mais a especial delicadeza da palavra, dizendo que Jesus não estava sendo amável com os fariseus. Ele estava sendo severo com eles. E Romanos 11:22 separa a bondade de Deus e a severidade de Deus. Então, a bondade não é uma virtude absoluta. Não é sempre a coisa mais amorosa a fazer. Pode envolver um compromisso com o mal tão sério que, a longo prazo, machuca mais pessoas do que ajuda.

A extensão imprecisa da bondade cristã.

Então, quando Paulo diz em Efésios 4:26 que nós deveríamos irar-nos mas não pecar, e então diz nos versos 31-32, livre-se da ira e seja benigno, o que eu acho que ele quer dizer é isso mesmo: Toda amargura interior e malícia devem ser abandonadas. Suas explosões em calúnia e brigas devem ser abandonadas. Mas quando chega à indignação emocional e você percebe que o ensinamento de Cristo é desobedecido e a glória de Deus é diminuída e o bem da igreja está em perigo, então, sob a influência do Espírito Santo, você deve escolher: devo dar vazão à minha ira com severidade porque a causa da verdade e da santidade está em jogo, ou devo mortificar minha ira com bondade porque há muito do ego nisso?

Ambos são possíveis no caminho da justiça. E então a extensão da bondade cristã não é precisa. Deve ser mais ampla ou mais estreita do que pensamos. Essa é uma chamada para um profundo autoexame à luz das Sagradas Escrituras e o engano de nossos próprios corações.

2. A profundidade da bondade cristã

O ponto aqui é que a bondade cristã não é meramente uma mudança externa de maneiras; é uma mudança interna do coração. O Verso 32 diz: "sede uns para com os outros benignos, compassivos”. A bondade cristã é compassiva. Se o coração é duro por dentro e as maneiras são mansas, polidas e úteis por fora, não é bondade cristã.

A ideia por trás de "compassivo" é que nosso interior é tocado facilmente. Quando sua pele é sensível, não é necessário um toque brusco para que sinta dor. Quando seu coração é sensível, ele é facilmente afetado. Sente facilmente e rapidamente.

Quando você para e pensa sobre isso, é notável que isso é ordenado pelo apóstolo. Você não pode simplesmente decidir ser compassivo e ligá-lo como uma torneira. É uma qualidade de caráter profunda. De onde ela vem? Como podemos obedecer a esse comando para fazer nossa bondade uns para com os outros profunda e sincera, não superficial e fria? Veremos à medida que avançamos.

3. O padrão da bondade cristã

Dois padrões de bondade cristã nos são dados no texto. Primeiro é o perdão de Deus. Segundo é o amor de Cristo.

O primeiro que vemos no verso 32: "Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou." Então, quando a bondade chama o perdão, o padrão é o perdão de Deus em Cristo.

O segundo padrão é visto em 5:2: "E andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós." Então quando o amor se expressa em bondade, o padrão é o amor de Cristo entregando a si mesmo por nós.

Quatro qualidades do perdão de Deus

O que esses dois padrões de bondade nos ensinam sobre ser bondoso uns para com os outros? Vamos vê-las uma de cada vez. O que o padrão do perdão de Deus nos ensina sobre o nosso próprio? Quatro coisas vêm à mente:

  1. O perdão de Deus leva o pecado a sério e nós deveríamos também. O perdão não é leviandade em relação ao pecado. Ele o vê e o nomeia - e então o cobre. Deus perdoa o que ele odeia. Quando eu chamei um homem recentemente para pedir perdão por algo que disse e busquei seu perdão, ele não disse: "Não faz diferença." Ou: "Eu não ouvi isso." Ele disse sério e calorosamente: "Perdoado e esquecido." E eu tive a impressão profunda de que ele falava sério.
  2. O perdão de Deus conta com um real acerto de contas e o nosso deveria fazer o mesmo. Todo pecado que já foi cometido será justamente punido - seja no inferno ou na cruz. Deus nunca varre uma pequena mentira para debaixo do tapete. Alguém sempre paga. Então, quando a bondade nos chama a perdoar um erro que foi feito contra nós, somos sustentados pela verdade da santidade de Deus. Esse mal será tratado: se a pessoa que cometeu isso contra nós crerá em Cristo no final, neste caso, o mal que eles cometeram é punido na ira que foi colocada sobre Cristo quando o Senhor colocou sobre ele a iniquidade de nós todos (Isaías 53:4-6); ou a pessoa que cometeu o mal contra nós não crerá em Cristo no final, neste caso, o mal que eles cometeram será punido nos sofrimentos do inferno. E em nenhum dos casos devemos temer perdoar como se não houvesse um acerto de contas no universo.
  3. O perdão de Deus teve um alto preço e o nosso também. Custou a Deus seu Filho. E isso nos custará o doce sabor da vingança e o prazer de saborear um rancor e o orgulho da superioridade.
  4. O perdão de Deus é real e o nosso também deveria ser. Não há nenhuma farsa nisso. Quando ele perdoa, nós somos realmente restaurados. Nada é retido sobre nossas cabeças para posterior chantagem. Já se foi: "Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões." (Salmos 103:12). E assim ficamos aquém de nosso padrão divino se perdoarmos um mal, mas planejarmos secretamente mantê-lo no fundo de nossas mentes para um toque posterior. Quando perdoarmos, perdoemos uns aos outros como Deus em Cristo nos perdoou.

Três qualidades do amor de Cristo

Esse é o padrão do perdão de Deus e quatro coisas podemos aprender disso na busca do caminho da bondade. O segundo padrão para nossa bondade é o amor de Cristo no 5:2: "E andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós." O que o padrão do amor de Cristo nos ensina sobre o nosso próprio amor? De todas as coisas que poderíamos dizer, permita-me mencionar três.

  1. O amor de Cristo por nós é imerecido, e por isso também não devemos insistir que as pessoas ganhem nosso amor e nossa bondade. Jesus disse em Lucas 6:35: "Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem. e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus." Nenhum de nós foi qualificado para ser amado por Jesus Cristo. De graça recebestes, de graça dai (Mateus 10:8).
  2. O amor de Cristo por nós é santo e o nosso também deveria ser santo. O objetivo do amor de Cristo é a santidade da sua igreja: "Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa porém santa e sem defeito." (Efésios 5:25-27). E, portanto, deveríamos deixar de lado todas as noções de amor que são movidas por meros sentimentos e emoções. O amor visa a santidade de um homem e uma mulher, não a sua aprovação ou sua felicidade mundana. A bondade cristã não é uma estratégia para evitar conflito. Tem como padrão o amor de Cristo e visa promover a santidade.
  3. O amor de Cristo por nós foi sacrificial e abnegado, e o nosso também deveria ser. É basicamente a mesma coisa que dissemos antes, a saber, que o amor de Deus teve um alto preço. Mas é bom dizer novamente. Porque cada um de nós sabe que o mais difícil sobre a bondade cristã é mostrá-la quando ela dói. Eu nunca esqueci a bondade demonstrada a mim por Frau Dora Goppelt em 1974 durante as semanas que se seguiram a morte inesperada de seu marido, meu Doktorvater na Alemanha. É um milagre da graça quando a dor da perda é tão grande que você não sabe se pode durar mais um dia, e ainda assim você estende a mão em bondade a um estudante estrangeiro e assegura-lhe que três anos de trabalho não serão perdidos com a morte do seu mentor.

Um milagre da graça! Isso nos leva à quarta coisa que esse texto nos ensina sobre a bondade cristã. Vimos a extensão da bondade cristã em substituição a toda amargura e malícia e calúnia. Vimos a profundidade da bondade cristã em delicadeza de coração. Vimos o padrão da bondade cristã no perdão de Deus e o amor de Cristo. Agora olhamos para:

4. O instrumento da bondade cristã

O que quero dizer com "instrumento" da bondade cristã? Quero perguntar: O que devemos empregar ou exercer para nos tornarmos amáveis e ternos de coração?

Um verbo passivo

A resposta é sugerida na forma do verbo no verso 31. Literalmente ele diz: "Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias." O verbo é passivo. Essa é uma dica de que o instrumento de nossa bondade não é simplesmente nós mesmos. Se deixados por nossa conta, nós nunca mais seremos capazes de tirar de nosso coração a amargura e a malícia mais do que podemos erguer-nos por nossos próprios esforços. Não está em nós.

Eles devem SER TIRADOS de nós. "Longe de vós, toda amargura. SEJA tirada de vós." Alguém mais está trabalhando aqui além de nós. É a mesma coisa que vemos no verso 23: "e vos renoveis no espírito do vosso entendimento." (Outro verbo passivo!) Deve haver um poder ou uma pessoa renovadora. Deve haver um poder que tira a amargura e a malícia do meu coração e faz-me compassivo e gentil.

O Espírito Santo e a fé

E sabemos o que aquele poder é (quem aquela pessoa é!) porque Gálatas 5:22 diz muito claramente: "O fruto do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade, bondade." Se o Espírito de Deus não entra em nossa vida para fazer uma obra sobrenatural, podemos ser capazes de ajeitar as maneiras de bondade exterior, mas o veneno interior permanecerá. Diz Paulo: "Longe de vós isso." Isso é um clamor pela obra do Espírito para conquistar o velho eu e revestir-nos com o novo."

Mas a pergunta não é respondida completamente. Devemos continuar a perguntar: Qual o instrumento com o qual eu me aproprio do poder do Espírito Santo? E a resposta é: fé. O Espírito flui nos canais da fé. Paulo clama em Gálatas 3:2-3: "Recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé? Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne?"

E nossa resposta deveria ser um retumbante, NÃO! Eu não estou tentando vencer minha amargura e cólera e ira e gritaria e blasfêmia e malícia no poder da carne! Estou olhando para o Espírito Santo para produzir seu fruto em minha vida. Como estou olhando? O que estou fazendo? Estou fazendo o que fiz ao recebê-lo pela primeira vez: Estou acreditando. Estou crendo.

O que deixa uma última pergunta: O que eu devo crer, para ver o Espírito Santo conquistar a amargura e a ira e a malícia do meu coração e fazer-me compassivo e amável? Essa é a quinta coisa que nosso texto nos ensina sobre bondade cristã.

5. A fonte da bondade cristã

O texto nos diz o que devemos crer para que o Espírito de Deus conquiste a indelicadeza em nossos corações. Três coisas:

  1. Devemos crer que Cristo morreu em nosso lugar. Verso 2: "Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus." Isso é simplesmente uma frase terrível - que o sacrifício de seu Filho fosse cheiro agradável a Deus!!! Há nesta frase realidades tão grandes e tão terríveis e tão maravilhosas e tão devastadoras que quando cremos nelas, elas são o poder de Deus para santificação e um grande desenraizamento da indelicadeza.
  2. Devemos crer que Deus nos perdoou de todos os nossos pecados. Verso 32: “perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou." Para ser amável, você deve ser perdoado. Para ser amável, você deve crer que é perdoado de todos os seus pecados cometidos e que irá cometer. Saber e crer que cada bofetada na face de Deus foi perdoada, parte o coração de um cristão e o torna humilde, terno e bondoso. Livremente em Jesus Cristo.
  3. Finalmente, devemos crer que somos amados por Deus. Verso 1: "Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados." Como filhos AMADOS! Filho de Deus, você é amado por Deus! Creia nisso de todo coração, e você verá um milagre em sua vida - o fruto do Espírito, o dom de Deus!

Irmãos e irmãs em Cristo, creiamos nessas coisas, e sejam benignos uns com os outros! Amém.