Reflexões sobre a exigência de Jesus de que nos arrependamos

De Livros e Sermões Bíblicos

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{{info|Thoughts on Jesus' Demand to Repent}}<em>Cartas de Cambridge #2</em></p>
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{{info|Thoughts on Jesus' Demand to Repent}}<p><em>Cartas de Cambridge #2</em></p>
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<p>Como parte da minha licença sabática aqui em Cambridge, Inglaterra, estou a trabalhar num livro com o título provisório <em>O que Jesus Exige do Mundo</em>. Não há nada mais fundamental na mensagem de Jesus do que a exigência de que nos arrependamos. É igualmente fundamental à ordem, e quase um sinónimo desta, “É necessário que vocês nasçam de novo” (João 3:7, NVI). Uma das minhas preocupações é demonstrar que, na mensagem de Jesus, o arrependimento não é o comportamento em si mas sim a mudança interior que dá origem a um novo comportamento centrado em Deus e que louva Cristo. Eis algumas reflexões para ajudar a tornar mais claro o significado de arrependimento.</p>
<p>Como parte da minha licença sabática aqui em Cambridge, Inglaterra, estou a trabalhar num livro com o título provisório <em>O que Jesus Exige do Mundo</em>. Não há nada mais fundamental na mensagem de Jesus do que a exigência de que nos arrependamos. É igualmente fundamental à ordem, e quase um sinónimo desta, “É necessário que vocês nasçam de novo” (João 3:7, NVI). Uma das minhas preocupações é demonstrar que, na mensagem de Jesus, o arrependimento não é o comportamento em si mas sim a mudança interior que dá origem a um novo comportamento centrado em Deus e que louva Cristo. Eis algumas reflexões para ajudar a tornar mais claro o significado de arrependimento.</p>
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<p><blockquote><em>Daí em diante Jesus começou a pregar: “Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo”. </em>(Mateus, 4:17, NVI)</p>
<p><blockquote><em>Daí em diante Jesus começou a pregar: “Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo”. </em>(Mateus, 4:17, NVI)</p>
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<p><em>Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento.</em> (Lucas, 5:32, NVI)</p>
<p><em>Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento.</em> (Lucas, 5:32, NVI)</p>
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<p><em>Os homens de Nínive se levantarão no juízo com esta geração e a condenarão; pois eles se arrependeram com a pregação de Jonas, e agora até aqui o que é maior do que Jonas</em> (Mateus, 12:41, NVI).</p>
<p><em>Os homens de Nínive se levantarão no juízo com esta geração e a condenarão; pois eles se arrependeram com a pregação de Jonas, e agora até aqui o que é maior do que Jonas</em> (Mateus, 12:41, NVI).</p>
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<p><em>Mas se não se arrependerem, todos vocês também perecerão.</em> (Lucas 13:3,5 NVI)</blockquote></p>
<p><em>Mas se não se arrependerem, todos vocês também perecerão.</em> (Lucas 13:3,5 NVI)</blockquote></p>
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<p>A primeira exigência da vida pública de Jesus foi “Arrependam-se”. Jesus ordenou isto indiscriminadamente a todos os que o ouvissem. Foi um apelo a uma mudança interior radical em relação a Deus e ao homem.</p>
<p>A primeira exigência da vida pública de Jesus foi “Arrependam-se”. Jesus ordenou isto indiscriminadamente a todos os que o ouvissem. Foi um apelo a uma mudança interior radical em relação a Deus e ao homem.</p>
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<p>Há duas coisas que nos mostram que o arrependimento é uma mudança interna da mente e do coração, e não a mera tristeza pelo pecado ou a mera melhoria do comportamento. Em primeiro lugar, o significado da palavra grega por trás da palavra “arrepender-se” (<em>metanoeo</em>) aponta neste sentido. Tem duas partes: <em>meta</em> e <em>noeo</em>. A segunda parte (<em>noeo</em>) refere-se à mente e aos seus pensamentos, perceções, inclinações e intenções. A primeira parte (<em>meta</em>) é um prefixo que significa frequentemente movimento ou mudança<span class="fck_mw_ref" _fck_mw_customtag="true" _fck_mw_tagname="ref">Por exemplo, &lt;em&gt;meta&lt;/em&gt; é usado como prefixo na palavra &lt;em&gt;metabaino&lt;/em&gt; (transferir ou mudar de um lugar para outro), &lt;em&gt;metaballo&lt;/em&gt; (mudar a maneira de pensar), &lt;em&gt;metago&lt;/em&gt; (levar ou mover de um lugar para outro) &lt;em&gt;metatithemi&lt;/em&gt; (transmitir de um lugar para outro, pôr noutro sítio, transferir), &lt;em&gt;metamorphoo&lt;/em&gt; (mudar de maneira visível para os outros, transfigurar-se), &lt;em&gt;metastrepho&lt;/em&gt; (provocar uma mudança em estado ou condição, mudar, alterar), &lt;em&gt;metaschematizo&lt;/em&gt; (mudar a forma de uma coisa, transformar, mudar), etc.</span>. Portanto, o significado fundamental da palavra arrepender-se é experimentar uma mudança das perceções, inclinações e intenções da mente.</p>
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<p>Há duas coisas que nos mostram que o arrependimento é uma mudança interna da mente e do coração, e não a mera tristeza pelo pecado ou a mera melhoria do comportamento. Em primeiro lugar, o significado da palavra grega por trás da palavra “arrepender-se” (<em>metanoeo</em>) aponta neste sentido. Tem duas partes: <em>meta</em> e <em>noeo</em>. A segunda parte (<em>noeo</em>) refere-se à mente e aos seus pensamentos, perceções, inclinações e intenções. A primeira parte (<em>meta</em>) é um prefixo que significa frequentemente movimento ou mudança<ref>Por exemplo, <em>meta</em> é usado como prefixo na palavra <em>metabaino</em> (transferir ou mudar de um lugar para outro), <em>metaballo</em> (mudar a maneira de pensar), <em>metago</em> (levar ou mover de um lugar para outro) <em>metatithemi</em> (transmitir de um lugar para outro, pôr noutro sítio, transferir), <em>metamorphoo</em> (mudar de maneira visível para os outros, transfigurar-se), <em>metastrepho</em> (provocar uma mudança em estado ou condição, mudar, alterar), <em>metaschematizo</em> (mudar a forma de uma coisa, transformar, mudar), etc.</ref>. Portanto, o significado fundamental da palavra arrepender-se é experimentar uma mudança das perceções, inclinações e intenções da mente.</p>
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<p>O outro fator que aponta para este significado de arrependimento é o modo como Lucas 3:8 descreve a relação entre arrependimento e novo comportamento. Lá diz, “Dêem frutos que <em>mostrem</em> o arrependimento” (Lucas 3:8, NVI). Depois são dados exemplos dos frutos: “Quem tem duas túnicas dê uma a quem não tem nenhuma; e quem tem comida faça o mesmo” (Lucas 3:11, NVI). Isto significa que o arrependimento é o que acontece dentro de nós e que leva aos frutos do novo comportamento. O arrependimento não é as novas ações, mas sim a mudança interior que dá o fruto das novas ações. Jesus está a exigir que experimentemos esta mudança interior.</p>
<p>O outro fator que aponta para este significado de arrependimento é o modo como Lucas 3:8 descreve a relação entre arrependimento e novo comportamento. Lá diz, “Dêem frutos que <em>mostrem</em> o arrependimento” (Lucas 3:8, NVI). Depois são dados exemplos dos frutos: “Quem tem duas túnicas dê uma a quem não tem nenhuma; e quem tem comida faça o mesmo” (Lucas 3:11, NVI). Isto significa que o arrependimento é o que acontece dentro de nós e que leva aos frutos do novo comportamento. O arrependimento não é as novas ações, mas sim a mudança interior que dá o fruto das novas ações. Jesus está a exigir que experimentemos esta mudança interior.</p>
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<p>Porquê? A resposta de Jesus é que somos pecadores. “Eu não vim chamar justos, mas<em> pecadores </em>ao arrependimento<em>”</em> (Lucas, 5:32, NVI). Qual era a visão de Jesus sobre o pecado? Na parábola do filho pródigo, Jesus descreve assim o pecado do filho: “…desperdiçou os seus bens vivendo irresponsavelmente… [e] esbanjou[-os] com as prostitutas” (Lucas 15: 13, 30, NVI). Mas quando o pródigo se arrepende, diz “Pai, pequei <em>contra o céu</em> e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho”. Por conseguinte, desperdiçar a vida num viver irresponsável e em prostitutas não é só humanamente nocivo; é uma ofensa contra o céu – isto é, contra Deus. É essa a natureza essencial do pecado. É uma agressão a Deus.</p>
<p>Porquê? A resposta de Jesus é que somos pecadores. “Eu não vim chamar justos, mas<em> pecadores </em>ao arrependimento<em>”</em> (Lucas, 5:32, NVI). Qual era a visão de Jesus sobre o pecado? Na parábola do filho pródigo, Jesus descreve assim o pecado do filho: “…desperdiçou os seus bens vivendo irresponsavelmente… [e] esbanjou[-os] com as prostitutas” (Lucas 15: 13, 30, NVI). Mas quando o pródigo se arrepende, diz “Pai, pequei <em>contra o céu</em> e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho”. Por conseguinte, desperdiçar a vida num viver irresponsável e em prostitutas não é só humanamente nocivo; é uma ofensa contra o céu – isto é, contra Deus. É essa a natureza essencial do pecado. É uma agressão a Deus.</p>
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<p>Vemos isto novamente no modo como Jesus ensina os seus discípulos a orar. Jesus disse-lhes que deviam orar assim, “Perdoa-nos os nossos <em>pecados</em>, pois também perdoamos a todos os que nos <em>devem</em>” (Lucas 11:4, NVI). Por outras palavras, os pecados que Deus perdoa são comparados àqueles que as pessoas cometem contra nós, e esses são chamados <em>dívidas</em>. Por conseguinte, a visão de Jesus sobre o pecado era que desonra Deus e nos coloca em dívida para restaurar a honra divina que difamámos com o nosso comportamento ou com atitudes que menosprezam Deus. Essa dívida é paga pelo próprio Jesus. “…o Filho do homem veio para… dar a sua vida em resgate por muitos ” (Marcos 10:45, NVI). Mas para apreciarmos essa dádiva, Jesus diz que temos de nos arrepender.</p>
<p>Vemos isto novamente no modo como Jesus ensina os seus discípulos a orar. Jesus disse-lhes que deviam orar assim, “Perdoa-nos os nossos <em>pecados</em>, pois também perdoamos a todos os que nos <em>devem</em>” (Lucas 11:4, NVI). Por outras palavras, os pecados que Deus perdoa são comparados àqueles que as pessoas cometem contra nós, e esses são chamados <em>dívidas</em>. Por conseguinte, a visão de Jesus sobre o pecado era que desonra Deus e nos coloca em dívida para restaurar a honra divina que difamámos com o nosso comportamento ou com atitudes que menosprezam Deus. Essa dívida é paga pelo próprio Jesus. “…o Filho do homem veio para… dar a sua vida em resgate por muitos ” (Marcos 10:45, NVI). Mas para apreciarmos essa dádiva, Jesus diz que temos de nos arrepender.</p>
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<p>Arrependermo-nos significa experimentarmos uma mudança de mentalidade que agora encara Deus como verdadeiro, belo e digno de todo o nosso louvor e de toda a nossa obediência. Esta mudança de mentalidade também abrange Jesus do mesmo modo. Sabemos isto porque Jesus disse “Se Deus fosse o Pai de vocês, vocês me amariam, pois eu vim de Deus e agora estou aqui” (João 8:42, NVI). Ver Deus com uma nova mentalidade inclui ver Jesus com uma nova mentalidade.</p>
<p>Arrependermo-nos significa experimentarmos uma mudança de mentalidade que agora encara Deus como verdadeiro, belo e digno de todo o nosso louvor e de toda a nossa obediência. Esta mudança de mentalidade também abrange Jesus do mesmo modo. Sabemos isto porque Jesus disse “Se Deus fosse o Pai de vocês, vocês me amariam, pois eu vim de Deus e agora estou aqui” (João 8:42, NVI). Ver Deus com uma nova mentalidade inclui ver Jesus com uma nova mentalidade.</p>
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<p>Ninguém está excluído da exigência de Jesus de que nos arrependamos. Jesus tornou isto claro quando um grupo de pessoas veio ao seu encontro com notícias de duas calamidades. Tinham sido mortas pessoas inocentes no massacre de Pilatos e na queda da torre de Siloé (Lucas 13:1-4). Jesus aproveitou a ocasião para avisar até os portadores destas notícias: “Mas se não se arrependerem, todos vocês também perecerão.” (Lucas 13:5, NVI). Por outras palavras, não se julgue que as calamidades significam que alguns são pecadores que precisam de se arrepender e os outros não. Toda a gente precisa de se arrepender. Tal como todos precisam de nascer de novo porque “O que nasce da carne é [apenas] carne” (João 3:6, NVI), todos devem arrepender-se, porque todos são pecadores.</p>
<p>Ninguém está excluído da exigência de Jesus de que nos arrependamos. Jesus tornou isto claro quando um grupo de pessoas veio ao seu encontro com notícias de duas calamidades. Tinham sido mortas pessoas inocentes no massacre de Pilatos e na queda da torre de Siloé (Lucas 13:1-4). Jesus aproveitou a ocasião para avisar até os portadores destas notícias: “Mas se não se arrependerem, todos vocês também perecerão.” (Lucas 13:5, NVI). Por outras palavras, não se julgue que as calamidades significam que alguns são pecadores que precisam de se arrepender e os outros não. Toda a gente precisa de se arrepender. Tal como todos precisam de nascer de novo porque “O que nasce da carne é [apenas] carne” (João 3:6, NVI), todos devem arrepender-se, porque todos são pecadores.</p>
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<p>Quando Jesus disse “Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento” (Lucas, 5:32, NVI), não quis dizer que algumas pessoas são tão boas que não precisam de se arrepender. Jesus quis dizer que algumas <em>pensam</em> que são (Lucas 18:9), e outras já se arrependeram e já se emendaram perante Deus. Por exemplo, o jovem e rico perito na lei quis “justificar-se” (Lucas 10:29, NVI) enquanto o “publicano … batendo no peito, dizia: ‘Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador’ [e] foi para casa justificado diante de Deus” (Lucas 18: 13-14, NVI).</p>
<p>Quando Jesus disse “Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento” (Lucas, 5:32, NVI), não quis dizer que algumas pessoas são tão boas que não precisam de se arrepender. Jesus quis dizer que algumas <em>pensam</em> que são (Lucas 18:9), e outras já se arrependeram e já se emendaram perante Deus. Por exemplo, o jovem e rico perito na lei quis “justificar-se” (Lucas 10:29, NVI) enquanto o “publicano … batendo no peito, dizia: ‘Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador’ [e] foi para casa justificado diante de Deus” (Lucas 18: 13-14, NVI).</p>
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<p>Por conseguinte, ninguém está excluído. Toda a gente precisa de se arrepender. E a necessidade é urgente. Jesus disse, “Mas se não se arrependerem, todos vocês também <em>perecerão</em>”. Que quis Jesus dizer com perecer? Quis dizer que o juízo final de Deus cairá sobre aqueles que não se arrependem. “Os homens de Nínive se levantarão no juízo com esta geração e a condenarão; pois eles se arrependeram com a pregação de Jonas, e agora até aqui o que é maior do que Jonas” (Mateus 12:41, NVI). Jesus, o filho de Deus, está a avisar as pessoas do juízo que está para vir, e oferece a salvação se nos arrependermos. Se não nos arrependermos, Jesus tem esta palavra para nós: “Ai de você” (Mateus 11:21, NVI).</p>
<p>Por conseguinte, ninguém está excluído. Toda a gente precisa de se arrepender. E a necessidade é urgente. Jesus disse, “Mas se não se arrependerem, todos vocês também <em>perecerão</em>”. Que quis Jesus dizer com perecer? Quis dizer que o juízo final de Deus cairá sobre aqueles que não se arrependem. “Os homens de Nínive se levantarão no juízo com esta geração e a condenarão; pois eles se arrependeram com a pregação de Jonas, e agora até aqui o que é maior do que Jonas” (Mateus 12:41, NVI). Jesus, o filho de Deus, está a avisar as pessoas do juízo que está para vir, e oferece a salvação se nos arrependermos. Se não nos arrependermos, Jesus tem esta palavra para nós: “Ai de você” (Mateus 11:21, NVI).</p>
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<p>É por isto que a exigência de arrependimento é parte da sua mensagem central de que o Reino de Deus está próximo. “’O tempo é chegado’ dizia ele. ‘O Reino de Deus está próximo. Arrependam-se e creiam nas boas novas!” (Marcos 1:15, NVI). As boas novas – o evangelho – são que a lei de Deus chegou em Jesus para salvar os pecadores, antes de chegar em juízo na sua segunda vinda. Assim, a exigência de que nos arrependamos baseia-se na misericordiosa<em> oferta</em> que está vigente para perdoar, e no misericordioso<em> aviso</em> de que um dia aqueles que recusaram a oferta perecerão no juízo final de Deus.</p>
<p>É por isto que a exigência de arrependimento é parte da sua mensagem central de que o Reino de Deus está próximo. “’O tempo é chegado’ dizia ele. ‘O Reino de Deus está próximo. Arrependam-se e creiam nas boas novas!” (Marcos 1:15, NVI). As boas novas – o evangelho – são que a lei de Deus chegou em Jesus para salvar os pecadores, antes de chegar em juízo na sua segunda vinda. Assim, a exigência de que nos arrependamos baseia-se na misericordiosa<em> oferta</em> que está vigente para perdoar, e no misericordioso<em> aviso</em> de que um dia aqueles que recusaram a oferta perecerão no juízo final de Deus.</p>
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<p>Depois de ressuscitar dos mortos, Jesus certificou-se de que os seus apóstolos continuariam o apelo ao arrependimento por todo o mundo. Jesus disse, “Está escrito que o Cristo haveria de sofrer e ressuscitar dos mortos no terceiro dia, e que em seu nome seria pregado o <em>arrependimento </em>para perdão de pecados a todas as nações, começando por Jerusalém“ (Lucas 24:46-47, NVI). Assim, a exigência de que nos arrependamos estende-se a todas as nações. Chega até nós, quem quer que sejamos e onde quer que estejamos, e reclama-nos. Esta é a exigência de Jesus a todas as almas: Arrependam-se. Mudem profundamente. Substituam todas as perceções, inclinações e intenções que desonram a Deus e que menosprezam Cristo por outras que demonstrem estima por Deus e que louvem Cristo.</p>
<p>Depois de ressuscitar dos mortos, Jesus certificou-se de que os seus apóstolos continuariam o apelo ao arrependimento por todo o mundo. Jesus disse, “Está escrito que o Cristo haveria de sofrer e ressuscitar dos mortos no terceiro dia, e que em seu nome seria pregado o <em>arrependimento </em>para perdão de pecados a todas as nações, começando por Jerusalém“ (Lucas 24:46-47, NVI). Assim, a exigência de que nos arrependamos estende-se a todas as nações. Chega até nós, quem quer que sejamos e onde quer que estejamos, e reclama-nos. Esta é a exigência de Jesus a todas as almas: Arrependam-se. Mudem profundamente. Substituam todas as perceções, inclinações e intenções que desonram a Deus e que menosprezam Cristo por outras que demonstrem estima por Deus e que louvem Cristo.</p>
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<p>Por Cristo e pelo seu reino,</p>
<p>Por Cristo e pelo seu reino,</p>
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<p>Pastor John</p>
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Edição tal como às 14h10min de 10 de março de 2020

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Por John Piper Sobre Arrependimento
Uma Parte da série Taste & See

Tradução por Andreia Frazão

Cartas de Cambridge #2

Como parte da minha licença sabática aqui em Cambridge, Inglaterra, estou a trabalhar num livro com o título provisório O que Jesus Exige do Mundo. Não há nada mais fundamental na mensagem de Jesus do que a exigência de que nos arrependamos. É igualmente fundamental à ordem, e quase um sinónimo desta, “É necessário que vocês nasçam de novo” (João 3:7, NVI). Uma das minhas preocupações é demonstrar que, na mensagem de Jesus, o arrependimento não é o comportamento em si mas sim a mudança interior que dá origem a um novo comportamento centrado em Deus e que louva Cristo. Eis algumas reflexões para ajudar a tornar mais claro o significado de arrependimento.

Daí em diante Jesus começou a pregar: “Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo”. (Mateus, 4:17, NVI)</p> <p>Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento. (Lucas, 5:32, NVI)</p> <p>Os homens de Nínive se levantarão no juízo com esta geração e a condenarão; pois eles se arrependeram com a pregação de Jonas, e agora até aqui o que é maior do que Jonas (Mateus, 12:41, NVI).</p> <p>Mas se não se arrependerem, todos vocês também perecerão. (Lucas 13:3,5 NVI)

A primeira exigência da vida pública de Jesus foi “Arrependam-se”. Jesus ordenou isto indiscriminadamente a todos os que o ouvissem. Foi um apelo a uma mudança interior radical em relação a Deus e ao homem.

Há duas coisas que nos mostram que o arrependimento é uma mudança interna da mente e do coração, e não a mera tristeza pelo pecado ou a mera melhoria do comportamento. Em primeiro lugar, o significado da palavra grega por trás da palavra “arrepender-se” (metanoeo) aponta neste sentido. Tem duas partes: meta e noeo. A segunda parte (noeo) refere-se à mente e aos seus pensamentos, perceções, inclinações e intenções. A primeira parte (meta) é um prefixo que significa frequentemente movimento ou mudança[1]. Portanto, o significado fundamental da palavra arrepender-se é experimentar uma mudança das perceções, inclinações e intenções da mente.

O outro fator que aponta para este significado de arrependimento é o modo como Lucas 3:8 descreve a relação entre arrependimento e novo comportamento. Lá diz, “Dêem frutos que mostrem o arrependimento” (Lucas 3:8, NVI). Depois são dados exemplos dos frutos: “Quem tem duas túnicas dê uma a quem não tem nenhuma; e quem tem comida faça o mesmo” (Lucas 3:11, NVI). Isto significa que o arrependimento é o que acontece dentro de nós e que leva aos frutos do novo comportamento. O arrependimento não é as novas ações, mas sim a mudança interior que dá o fruto das novas ações. Jesus está a exigir que experimentemos esta mudança interior.

Porquê? A resposta de Jesus é que somos pecadores. “Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento (Lucas, 5:32, NVI). Qual era a visão de Jesus sobre o pecado? Na parábola do filho pródigo, Jesus descreve assim o pecado do filho: “…desperdiçou os seus bens vivendo irresponsavelmente… [e] esbanjou[-os] com as prostitutas” (Lucas 15: 13, 30, NVI). Mas quando o pródigo se arrepende, diz “Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou mais digno de ser chamado teu filho”. Por conseguinte, desperdiçar a vida num viver irresponsável e em prostitutas não é só humanamente nocivo; é uma ofensa contra o céu – isto é, contra Deus. É essa a natureza essencial do pecado. É uma agressão a Deus.

Vemos isto novamente no modo como Jesus ensina os seus discípulos a orar. Jesus disse-lhes que deviam orar assim, “Perdoa-nos os nossos pecados, pois também perdoamos a todos os que nos devem” (Lucas 11:4, NVI). Por outras palavras, os pecados que Deus perdoa são comparados àqueles que as pessoas cometem contra nós, e esses são chamados dívidas. Por conseguinte, a visão de Jesus sobre o pecado era que desonra Deus e nos coloca em dívida para restaurar a honra divina que difamámos com o nosso comportamento ou com atitudes que menosprezam Deus. Essa dívida é paga pelo próprio Jesus. “…o Filho do homem veio para… dar a sua vida em resgate por muitos ” (Marcos 10:45, NVI). Mas para apreciarmos essa dádiva, Jesus diz que temos de nos arrepender.

Arrependermo-nos significa experimentarmos uma mudança de mentalidade que agora encara Deus como verdadeiro, belo e digno de todo o nosso louvor e de toda a nossa obediência. Esta mudança de mentalidade também abrange Jesus do mesmo modo. Sabemos isto porque Jesus disse “Se Deus fosse o Pai de vocês, vocês me amariam, pois eu vim de Deus e agora estou aqui” (João 8:42, NVI). Ver Deus com uma nova mentalidade inclui ver Jesus com uma nova mentalidade.

Ninguém está excluído da exigência de Jesus de que nos arrependamos. Jesus tornou isto claro quando um grupo de pessoas veio ao seu encontro com notícias de duas calamidades. Tinham sido mortas pessoas inocentes no massacre de Pilatos e na queda da torre de Siloé (Lucas 13:1-4). Jesus aproveitou a ocasião para avisar até os portadores destas notícias: “Mas se não se arrependerem, todos vocês também perecerão.” (Lucas 13:5, NVI). Por outras palavras, não se julgue que as calamidades significam que alguns são pecadores que precisam de se arrepender e os outros não. Toda a gente precisa de se arrepender. Tal como todos precisam de nascer de novo porque “O que nasce da carne é [apenas] carne” (João 3:6, NVI), todos devem arrepender-se, porque todos são pecadores.

Quando Jesus disse “Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento” (Lucas, 5:32, NVI), não quis dizer que algumas pessoas são tão boas que não precisam de se arrepender. Jesus quis dizer que algumas pensam que são (Lucas 18:9), e outras já se arrependeram e já se emendaram perante Deus. Por exemplo, o jovem e rico perito na lei quis “justificar-se” (Lucas 10:29, NVI) enquanto o “publicano … batendo no peito, dizia: ‘Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador’ [e] foi para casa justificado diante de Deus” (Lucas 18: 13-14, NVI).

Por conseguinte, ninguém está excluído. Toda a gente precisa de se arrepender. E a necessidade é urgente. Jesus disse, “Mas se não se arrependerem, todos vocês também perecerão”. Que quis Jesus dizer com perecer? Quis dizer que o juízo final de Deus cairá sobre aqueles que não se arrependem. “Os homens de Nínive se levantarão no juízo com esta geração e a condenarão; pois eles se arrependeram com a pregação de Jonas, e agora até aqui o que é maior do que Jonas” (Mateus 12:41, NVI). Jesus, o filho de Deus, está a avisar as pessoas do juízo que está para vir, e oferece a salvação se nos arrependermos. Se não nos arrependermos, Jesus tem esta palavra para nós: “Ai de você” (Mateus 11:21, NVI).

É por isto que a exigência de arrependimento é parte da sua mensagem central de que o Reino de Deus está próximo. “’O tempo é chegado’ dizia ele. ‘O Reino de Deus está próximo. Arrependam-se e creiam nas boas novas!” (Marcos 1:15, NVI). As boas novas – o evangelho – são que a lei de Deus chegou em Jesus para salvar os pecadores, antes de chegar em juízo na sua segunda vinda. Assim, a exigência de que nos arrependamos baseia-se na misericordiosa oferta que está vigente para perdoar, e no misericordioso aviso de que um dia aqueles que recusaram a oferta perecerão no juízo final de Deus.

Depois de ressuscitar dos mortos, Jesus certificou-se de que os seus apóstolos continuariam o apelo ao arrependimento por todo o mundo. Jesus disse, “Está escrito que o Cristo haveria de sofrer e ressuscitar dos mortos no terceiro dia, e que em seu nome seria pregado o arrependimento para perdão de pecados a todas as nações, começando por Jerusalém“ (Lucas 24:46-47, NVI). Assim, a exigência de que nos arrependamos estende-se a todas as nações. Chega até nós, quem quer que sejamos e onde quer que estejamos, e reclama-nos. Esta é a exigência de Jesus a todas as almas: Arrependam-se. Mudem profundamente. Substituam todas as perceções, inclinações e intenções que desonram a Deus e que menosprezam Cristo por outras que demonstrem estima por Deus e que louvem Cristo.

Por Cristo e pelo seu reino,

Pastor John

  1. Por exemplo, meta é usado como prefixo na palavra metabaino (transferir ou mudar de um lugar para outro), metaballo (mudar a maneira de pensar), metago (levar ou mover de um lugar para outro) metatithemi (transmitir de um lugar para outro, pôr noutro sítio, transferir), metamorphoo (mudar de maneira visível para os outros, transfigurar-se), metastrepho (provocar uma mudança em estado ou condição, mudar, alterar), metaschematizo (mudar a forma de uma coisa, transformar, mudar), etc.