Questões a Considerar Antes de Bisbilhotarmos

De Livros e Sermões Bíblicos

Revisão de 19h33min de 18 de março de 2020; Pcain (disc | contribs)

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English: Questions to Ask Before We Gossip

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Por Stephen Witmer Sobre Linguagem

Tradução por Andreia Frazão

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Talvez já tenha tido a perturbadora experiência de acabar uma conversa, ir-se embora e dar consigo a pensar se o que acabou de dizer foi bisbilhotice. Por vezes, é difícil dizer. A bisbilhotice é um pecado impreciso, desfocado nos limites. Quando é que as nossas conversas são silenciadas por discrição, e quando é que são simplesmente os deliciosos sussurros da bisbilhotice (Provérbios 18:8)?

Quando ficamos a saber informações novas sobre outra pessoa, temos várias opções. Podemos falar com essa pessoa sobre o que ficámos a saber, podemos falar com outras pessoas sobre isso, ou guardar para nós e falar com Deus. Bisbilhotar é dizer nas costas de alguém o que devíamos dizer-lhe na cara, ou não dizer de todo. Mas a vida é complicada. Por vezes, temos de ir à procura de esperança e sabedoria junto de amigos piedosos quando nos estamos a debater com uma relação difícil com um filho, cônjuge, vizinho, colega de trabalho ou um membro da nossa igreja. É nestas situações que devemos ser especialmente cuidadosos para que o ato de pedir conselhos não se transforme simplesmente numa desculpa para bisbilhotar.

Aqui estão oito perguntas de diagnóstico para o ajudar a discernir comigo se, ao falarmos com terceiros sobre outra pessoa com quem estamos a ter problemas, estamos na verdade a bisbilhotar.

  1. Se está envolvido num conflito com outra pessoa, fala a terceiros só sobre o pecado da outra pessoa e nunca sobre o seu? Se for esse o caso, provavelmente é bisbilhotice.
  2. A sua conversa com amigos sobre essa pessoa tem como objetivo prepará-lo para uma conversa produtiva com a pessoa? Se não for esse o caso, provavelmente é bisbilhotice.
  3. Se procura aconselhar-se junto de terceiros sobre como lidar de forma sensata com a pessoa em questão, mantém a identidade da pessoa em segredo exceto se necessário? Se não for esse o caso, provavelmente é bisbilhotice.
  4. Sente prazer em partilhar esta informação com os seus amigos? Se for esse o caso, provavelmente é bisbilhotice. A bisbilhotice é apetitosa (Provérbios 18:8). Pedir conselhos numa situação incerta e difícil é bom, mas é doloroso, não é agradável.
  5. Qual é o seu tom de voz e o teor do seu coração? É brando, humilde e está desolado quando partilha o pecado da pessoa em questão, ou sente-se zangado e virtuoso em comparação com ela? Se for esse o caso, provavelmente é bisbilhotice.
  6. Fala tanto com Deus sobre a pessoa em questão como fala com os seus amigos? Se não for esse o caso, provavelmente é bisbilhotice.
  7. Limita o número de amigos a quem fala? Se não for esse o caso, provavelmente é bisbilhotice. A bisbilhotice procura espalhar amplamente a informação, mas Jesus procura limitar rigorosamente a divulgação de certas informações delicadas (Mateus 18:15–17).
  8. Pensa naqueles com quem está a partilhar informação delicada como recetores passivos ou participantes envolvidos? O objetivo de Jesus ao falarmos com terceiros nunca é meramente desabafar. Aqueles que recebem informação devem estar preparados para ir connosco ao encontro da pessoa com que precisamos de falar, de modo a servir de testemunhas (Mateus 18:16). Se não entende os seus ouvintes como tendo este papel ativo e participativo, provavelmente é bisbilhotice.

Infelizmente, passei os limites da bisbilhotice demasiadas vezes na minha vida. Mas houve algumas vitórias. Há muitos anos, ouvi um mexerico sumarento sobre outra pessoa. Já não me recordo do que era, mas lembro-me de chegar a casa e de querer partilhá-lo com a minha mulher. Depois parei e perguntei-me Porque é que quero partilhar isto?

Diz-me respeito a mim ou à minha mulher? Não.

Ela pode fazer alguma coisa em relação a isso? Não.

Vou partilhar isto para que ela me ajude a ajudar a pessoa? Não.

Percebi que era bisbilhotice. Por isso, não disse nada. Deus foi honrado, e a minha comunidade, o meu casamento e a minha própria alma ficaram a salvo dos efeitos corrosivos da bisbilhotice.

A bisbilhotice gera discórdia e desconfiança, destruindo comunidades (2 Coríntios 12:20) e amizades. “O homem perverso provoca dissensão, e o que espalha boatos afasta bons amigos.” (Provérbios 16:28, NVI).

Vamos evitar a bisbilhotice, e em vez disso rezar para que as nossas bocas sejam fontes de vida para as pessoas à nossa volta (Provérbios 10:11)."