Por que Exigir que Filhos Não-Regenerados Ajam Como se Fossem Bons?
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Edição actual tal como 15h01min de 20 de julho de 2018
Por John Piper Sobre Paternidade
Tradução por Desiring God
Se mera conformidade externa aos mandamentos de Deus (como não mentir, não roubar, não matar) é hipocrisia e é espiritualmente imperfeita, então por que os pais devem exigir obediência de seus filhos não-regenerados?
Isso não irá apenas confirmá-los na conformidade religiosa não-espiritual, nos padrões hipócritas da vida e no moralismo legalista?
Aqui estão pelo menos três motivos pelos quais os pais cristãos devem exigir que seus filhos pequenos (regenerados ou não) se comportem de modo a conformarem-se externamente à vontade revelada de Deus.
Eu digo "filhos pequenos" porque conforme a criança vai crescendo, existem certas conformidades externas de acordo com a vontade revelada de Deus que devem ser exigidas e outras não. Parece-me, por exemplo, que, enquanto pais deveriam exigir que seu filho de 15 anos não se drogue, tenha respeito e decência, já não faria muito efeito exigir que esse mesmo filho, sendo incrédulo e indiferente, leia sua Bíblia todos os dias. Porém seria sábio exigir isso de um filho de 6 anos, enquanto fazemos tudo que pudermos para ajudá-lo a apreciar e ver o benefício nisso.
Portanto, os pontos seguintes são motivos pelos quais nós devemos exigir que filhos pequenos se comportem de modo que estejam, pelo menos externamente, de acordo com a palavra de Deus.
1) Para crianças, conformidade externa e não-espiritual aos padrões de comportamento ordenados por Deus é melhor que a não-conformidade externa e não-espiritual a esses mesmos padrões de comportamento.
Uma criança incrédula de 5 anos respeitosa e educada é melhor para o mundo do que um valentão incrédulo, provocador, desrespeitoso, sem educação. A família, os amigos, a igreja e o mundo em geral serão gratos por pais que restrinjam os impulsos egocêntricos de seus filhos e confirmem neles todos os impulsos para a cortesia, bondade e respeito.
2) Exigir obediência dos filhos em conformidade com a vontade de Deus irá confrontá-los com o significado do pecado em relação a Deus, com a natureza de sua própria depravação e com sua necessidade de transformação interior pelo poder da graça através do evangelho de Cristo.
Chega um ponto onde a "lei" começa a assentar na criança. Ou seja, ela percebe que Deus (e não apenas seus pais) exige uma certa forma de viver dela, da qual ela não gosta de algumas partes, e que ela não consegue cumprir completamente.
Nesse momento crítico, as boas novas que Cristo morreu pelos nossos pecados se tornam de extrema importância. Irá a criança se acomodar a um empenho moralista pelo resto de sua vida, tentando ganhar a aceitação e o amor de Deus? Ou ela irá ouvir e crer que a aceitação de Deus, Seu perdão e Seu amor são dons gratuitos—e aceitar esse Deus em Cristo como o supremo tesouro de sua vida?
A criança terá dificuldades em compreender o significado da cruz se seus pais não tiverem exigido dela comportamentos, alguns dos quais ela não gosta e nenhum dos quais ela pode praticar de forma perfeita.
Cristo viveu e morreu para providenciar a nós a justiça de que precisamos (mas não podemos praticar) e para suportar por nós a punição que merecemos (mas não podemos suportar). Se os pais não exigem a retidão externa e não aplicam métodos de punição, as categorias da cruz serão difíceis para o filho compreender.
3) As características da devoção, da civilidade e das boas maneiras ("por favor", "obrigado" e um bom contato visual) são hábitos que, Deus queira, serão cheios futuramente pela graça e se tornarão em formas úteis de abençoar outros e expressar um coração humilde.
Nenhum pai tem o luxo de não ensinar nada a seu filho enquanto espera por sua regeneração. Se não exigimos obediência, nós confirmamos a resistência. Se nós não inculcamos boas maneiras, nós os estamos ensinando a grosseria. Se nós não estamos desenvolvendo neles disciplinas de oração e de ouvir a Bíblia, nós estamos solidificando a sensação de que viver sem oração e sem a Bíblia é normal.
Bons hábitos inculcados podem, futuramente, se tornar legalismo formalista. Insolência inculcada, grosseria e descrença, provavelmente, se tornarão decadência mundana. Entretanto, pela graça de Deus e saturados pela oração, os bons hábitos podem ser cheios com a vida do Espírito pela fé. Mas os padrões de insolência, grosseria e descrença serão difíceis de desfazer.
Atenção. Aqui estamos respondendo apenas uma pergunta: Por que os pais devem exigir comportamento submisso dos filhos quando eles podem ser rebeldes não-regenerados em seu interior? Claro que isso não é tudo o que pais cristãos devem fazer.
- Que haja muita celebração verbal espontânea por cada sinal esperançoso de vida e bondade em nossos filhos.
- Que os perdoemos frequentemente e sejamos longânimos.
- Que os sirvamos e não os usemos.
- Que esbanjemos alegre participação em seus interesses.
- Que sejamos modelos para eles da alegria por conhecer e se submeter ao Senhor Jesus.
- Que nos desculpemos frequentemente quando faltarmos com as exigências do nosso Pai.
- Que oremos por eles sem cessar.
- Que nós os saturemos com a palavra de Deus desde o ventre (o útero não é à prova de som).
- Que os envolvamos nas experiências felizes do ministério e os mostremos que é mais abençoado dar do que receber.
- Que eles nos vejam cantar para o Rei.
- Que os ensinemos implacavelmente o significado do evangelho na esperança de que Deus abrirá os olhos deles e os fará viver. Isso acontece através do evangelho (1 Pedro 1:22-25).
Ainda procurando crescer em meu papel como pai (de nossa família e de nossa igreja),
Pastor John