O Sangue do Cordeiro

De Livros e Sermões Bíblicos

(Diferença entre edições)
(Criou nova página com '{{info|The Blood of the Lamb}} Hi Priscilla, Thank you so much for doing this translation!! Here is your page. Blessings, Joya')
 
Linha 1: Linha 1:
{{info|The Blood of the Lamb}}
{{info|The Blood of the Lamb}}
-
Hi Priscilla,
+
“Sem o derramamento de sangue não há perdão dos pecados”, diz a epístola aos Hebreus (9:22). A maior parte dessa epístola é utilizada para mostrar como Cristo cumpriu as esperanças e aspirações do Antigo Testamento, especialmente no que diz respeito ao sistema sacrificial do antigo Israel. Mas para os leitores modernos, que nunca viram um sacrifício e não pensam em categorias do Antigo Testamento, tudo isso é duplamente grego: O que a matança de animais tem haver com o perdão dos pecados?
-
Thank you so much for doing this translation!!
+
Isso é explicado detalhadamente no livro de Levítico, que começa com uma longa seção que demonstra como oferecer diferentes tipos de sacrifício e o que cada um atinge  (cap. 1-7). No entanto, temos de começar mais para trás  para entender Levítico e a noção básica de sacrifício.
-
Here is your page.
+
Gênesis 18 diz como Abraão foi visitado um dia por três homens. Ele não tinha idéia de quem eram, mas sendo um homem muito hospitaleiro, Abraão ofereceu-lhes uma festa esplêndida. Sua esposa Sara fez um monte de pão fresco, enquanto ele ofereceu um bezerro tenro, o qual os seus servos mataram e cozinharam para os visitantes. Nós não somos informados de que lhes deu vinho, mas, sem dúvida, sempre que estava disponível, ele também seria servido a convidados importantes. Logo após Abraão descobriu quem eram seus visitantes - o Senhor e dois anjos!
-
Blessings,
+
Embora este episódio não seja visto como um sacrifício, ele nos dá uma visão sobre a dinâmica básica do sacrifício. Em um sacrifício, Deus é o convidado mais importante: Sua presença é homenageado oferecendo-lhe os elementos - carne, pão e vinho - que eram servidos apenas em ocasiões muito especiais. Comer carne era um luxo raro em tempos do Antigo Testamento, e sem dúvida o vinho era reservado para grandes ocasiões, também.
-
Joya
+
Os antigos vizinhos de Israel viam os sacrifícios como refeições para os deuses, mas o Antigo Testamento, indignado rejeita essa idéia. É Deus quem fornece o alimento para o homem (Gn 1:29), e não o contrário. Salmo 50:10, 12 diz assim:
 +
Pois são meus todos os animais do bosque
 +
e as alimárias aos milhares sobre as montanhas. . . .
 +
Se eu tivesse fome, não to diria,
 +
pois o mundo é meu e quanto nele se contém.
 +
Então, qual foi o ponto destas festas enormes em frente do tabernáculo e mais tarde nos recintos do templo? Os primeiros sacrifícios na Bíblia são aqueles oferecidos por Caim e Abel. Estes são mencionados logo após a expulsão de Adão e Eva do jardim do Éden, onde tinham tido a alegria de passear com Deus na viração do dia. Excluídos do jardim, eles foram privados desse privilégio da intimidade com Deus. Então, um motivo para o sacrifício sugerido por esta história é que o sacrifício permite ao homem renovar a comunhão com Deus.
 +
 
 +
Mas este deve ser oferecido no espírito certo. Caim ofereceu apenas alguns dos frutos da terra, enquanto Abel "trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste" (Gn 4:4), ou seja, as melhores partes de seus animais mais valorizados. Deus aceitou o último, mas não o primeiro. Aqui percebemos uma das características mais importantes do sacrifício: os animais devem ser jovens e saudáveis, não decrépitos e idosos. O cordeiro pascal tinha de ser sem defeito e de um ano de idade. Repetidamente, as leis sacrificiais em Levítico insistem em que os animais envolvidos têm de ser "sem mácula." A história de Caim e Abel revela o que irá acontecer se isso for ignorado: "não será aceito" (Levítico 22:25, ver também 19 : 7; 22:20).
 +
 
 +
Após a queda, o mundo foi tragado por uma avalanche de pecado, especialmente o assassinato e a violência. Deus se queixa de que o pecado faz parte do homem: "era continuamente mau todo desígnio do seu coração" (Gn 6:5). "A terra estava corrompida à vista de Deus, e cheia de violência" (6:11). Então, Deus enviou o dilúvio para destruir a humanidade pecadora e começar de novo com Noé, o único homem "que era justo e íntegro entre os seus contemporâneos" (6:9).
 +
 
 +
Quando Noé finalmente saiu da arca, seu primeiro ato foi construir um altar e oferecer sacrifício. Pode-se supor que este era apenas um ato de agradecimento por ser salvo da destruição ele mesmo, mas o texto indica que isto atingiu muito mais. "E o Senhor aspirou o suave cheiro e disse consigo mesmo: Não tornarei a amaldiçoar a terra por causa do homem, porque é mau o desígnio íntimo do homem desde a sua mocidade” (8:21). Em outras palavras, apesar do mau caráter do homem não ter sido mudado (ver 6:9), a atitude de Deus diante do pecado humano mudou: Ele nunca mais vai punir o mundo com um dilúvio. Por quê? Devido ao aroma agradável do sacrifício oferecido por Noé (8:21). Sacrifício de acordo com Gênesis 8, portanto, esfria a ira de Deus diante do  pecado do homem. Que sacrifícios de animais produzem um aroma agradável a Deus é um refrão freqüente em Levítico 1-7.
 +
 
 +
Mas porque é que o sacrifício animal é tão eficaz em apaziguar a ira de Deus? O relato da oferta de Abraão de Isaque dá algumas dicas sobre isso. Gênesis 22 diz que Deus testou Abraão, pedindo-lhe para sacrificar o seu bem mais precioso, ou seja, seu único filho Isaque. Abraão não sabia que este era um teste - para ele isto era muito sério. Então, no último minuto, quando Abraão estava prestes a cortar a garganta de Isaque, o anjo do Senhor disse-lhe para parar: "Agora sei que temes a Deus" (22:12). Abraão olhou para cima, viu um carneiro, e o ofereceu em vez de Isaque.
 +
 
 +
Esta história mostra que, se alguém está disposto a obedecer a Deus totalmente, Deus vai aceitar um animal em vez do adorador. Isaque era o futuro de Abraão, e Abraão estava disposto a dar-lhe a Deus, porém Deus ficou satisfeito com um carneiro. Aqui a doutrina da expiação substitutiva é ilustrada para nós. É ainda mais clara nas leis em Levítico, onde uma característica essencial de todo o sacrifício é a colocação da mão do adorador na cabeça do animal. Esta ação declara que o animal está tomando o lugar do adorador. O adorador está se entregando  inteiramente a Deus, identificando-se com o animal; o animal está morrendo no lugar do adorador.
 +
 
 +
Em Levítico 1-7, quatro diferentes tipos de sacrifício animal são discutidos. A ênfase nestes capítulos é sobre como realizar os diferentes tipos de sacrifício. Precisamos agora concentrar-nos nas características que distinguem um tipo de sacrifício do outro. O holocausto (Lv 1) era único por ser ele único sacrifício no qual todo o animal era queimada no altar. Nisto, a consagração total do adorador ao serviço de Deus era representada. Ao mesmo tempo, ele fazia a expiação (Lv 1:4), para o adorador. "Expiação" é mais exatamente "o pagamento de um resgate", uma frase usada em outras partes da Lei, quando um agressor que poderia enfrentar a pena de morte era perdoado diante o pagamento dos danos (por exemplo, Ex. 21:30).
 +
 
 +
A oferta de paz (Lv 3), foi provavelmente o mais popular dos sacrifícios do Antigo Testamento, por ser o único em que o fiel que doou o animal recebia uma parte da carne (geralmente, apenas os sacerdotes comiam a carne do sacrifício). A oferta de paz poderia ser oferecida espontaneamente, como um ato de agradecimento a Deus, mas pode ser oferecido quando você fez um voto pedindo a Deus para fazer algo por você, ou quando esta oração era atendida.
 +
 
 +
A oferta pelo pecado (Lv 4) era peculiar, em que um pouco do sangue do animal foi lambuzado no altar ou aspergido dentro do tabernáculo ou templo. Esse sangue limpava o tabernáculo da poluição do pecado. Pecado não nos faz  apenas culpados diante de Deus, ou deixa-o com raiva, mas também torna as pessoas e lugares imundos e, portanto, impróprias para Deus habitar nelas.  Cobrindo o altar com sangue ou aspergindo o interior do templo com o sangue, esses objetos eram limpos da poluição. Ao mesmo tempo, o pecador que tinha causado a poluição através de seus crimes era perdoado de seus pecados e purificado de sua poluição. Esta limpeza fazia com que Deus pudesse  re-entrar no templo e habitar no crente.
 +
 
 +
Finalmente, havia a oferta pela culpa (Lv 5:14 - 6:7), que expressa a idéia de que certos atos nos colocam em dívida com Deus. Esses pecados só podem ser expiado pelo sacrifício de um carneiro caro. Embora seja discutida relativamente breve em Levítico, o sacrifício é de grande importância em Isaías 53, onde o servo sofredor é chamado de oferta pela culpa (v. 10, veja a ESV, "oferta pelo pecado"), que sofre pelas nossas transgressões (vv. 5-6). Como este capítulo descreve mais plenamente o papel expiatório de Cristo, ele é central para a compreensão da morte de Cristo no Novo Testamento.
 +
 
 +
As imagens do sacrifício em geral permeia a interpretação da cruz no Novo Testamento. Quando João Batista disse: "Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (João 1:29), ele provavelmente estava vendo Cristo como o cordeiro pascal perfeito, uma imagem que Paulo também usa quando fala de "Cristo, nosso cordeiro pascal" (1 Cor. 5:7). Ele também é visto como a suprema oferta queimada, um sacrifício superior ao de Isaque, uma idéia, que tem sua alusão nessas passagens bem conhecidas como João 3:16 e Romanos 8:32: "Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou. " Marcos 10:45 descreve o Filho do Homem como o servo final, que deu "a sua vida em resgate de muitos. "1 João 1:7 retoma a imagem da oferta pelo pecado, quando diz que "o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado." Para a epístola aos Hebreus Jesus é o Sumo Sacerdote, que através da Sua morte atinge todos os objetivos para os quais o sistema sacrificial do Velho Testamento apontavam (ver Hb 9:1-14 ).
 +
 
 +
Finalmente, devemos notar que a morte de Cristo não esgota o significado do sistema de sacrifício para os cristãos. Nós também devemos seguir os passos de Cristo e compartilhar seu sofrimento (1 Pedro 2:21-24). Então, nós também somos encorajados "a apresentar nossos corpos como sacrifício vivo" (Rm 12:1). Paulo, antecipando sua própria morte, comparou-a como sendo "derramada como libação", isto é, como o vinho que foi derramado sobre o altar com todos os sacrifícios de animais (ver também Fp 2:17, 2 Tm 4.: 6 ). Desta forma, os velhos modos de adoração ainda deveriam inspirar nossa consagração hoje.

Edição actual tal como 22h53min de 15 de julho de 2010

Recursos relacionados
Mais Por Gordon Wenham
Índice de Autores
Mais Sobre Morte de Cristo
Índice de Tópicos
Recurso da Semana
Todas as semanas nós enviamos um novo recurso de autores como John Piper, R.C. Sproul, Mark Dever, e Charles Spurgeon. Inscreva-se aqui—Grátis. RSS.

Sobre esta tradução
English: The Blood of the Lamb

© Ligonier Ministries

Partilhar este
Nossa Missão
Esta tradução é publicada pelo Traduções do Evangelho, um ministério que existe on-line para pregar o Evangelho através de livros e artigos disponíveis gratuitamente para todas as nações e línguas.

Saber mais (English).
Como podes Ajudar
Se você fala Inglês bem, você pode ser voluntário conosco como tradutor.

Saber mais (English).

Por Gordon Wenham Sobre Morte de Cristo
Uma Parte da série Tabletalk

Tradução por Priscilla Borges

Review Você pode nos ajudar a melhorar por rever essa tradução para a precisão. Saber mais (English).



“Sem o derramamento de sangue não há perdão dos pecados”, diz a epístola aos Hebreus (9:22). A maior parte dessa epístola é utilizada para mostrar como Cristo cumpriu as esperanças e aspirações do Antigo Testamento, especialmente no que diz respeito ao sistema sacrificial do antigo Israel. Mas para os leitores modernos, que nunca viram um sacrifício e não pensam em categorias do Antigo Testamento, tudo isso é duplamente grego: O que a matança de animais tem haver com o perdão dos pecados?

Isso é explicado detalhadamente no livro de Levítico, que começa com uma longa seção que demonstra como oferecer diferentes tipos de sacrifício e o que cada um atinge (cap. 1-7). No entanto, temos de começar mais para trás para entender Levítico e a noção básica de sacrifício.

Gênesis 18 diz como Abraão foi visitado um dia por três homens. Ele não tinha idéia de quem eram, mas sendo um homem muito hospitaleiro, Abraão ofereceu-lhes uma festa esplêndida. Sua esposa Sara fez um monte de pão fresco, enquanto ele ofereceu um bezerro tenro, o qual os seus servos mataram e cozinharam para os visitantes. Nós não somos informados de que lhes deu vinho, mas, sem dúvida, sempre que estava disponível, ele também seria servido a convidados importantes. Logo após Abraão descobriu quem eram seus visitantes - o Senhor e dois anjos!

Embora este episódio não seja visto como um sacrifício, ele nos dá uma visão sobre a dinâmica básica do sacrifício. Em um sacrifício, Deus é o convidado mais importante: Sua presença é homenageado oferecendo-lhe os elementos - carne, pão e vinho - que eram servidos apenas em ocasiões muito especiais. Comer carne era um luxo raro em tempos do Antigo Testamento, e sem dúvida o vinho era reservado para grandes ocasiões, também.

Os antigos vizinhos de Israel viam os sacrifícios como refeições para os deuses, mas o Antigo Testamento, indignado rejeita essa idéia. É Deus quem fornece o alimento para o homem (Gn 1:29), e não o contrário. Salmo 50:10, 12 diz assim: Pois são meus todos os animais do bosque e as alimárias aos milhares sobre as montanhas. . . . Se eu tivesse fome, não to diria, pois o mundo é meu e quanto nele se contém. Então, qual foi o ponto destas festas enormes em frente do tabernáculo e mais tarde nos recintos do templo? Os primeiros sacrifícios na Bíblia são aqueles oferecidos por Caim e Abel. Estes são mencionados logo após a expulsão de Adão e Eva do jardim do Éden, onde tinham tido a alegria de passear com Deus na viração do dia. Excluídos do jardim, eles foram privados desse privilégio da intimidade com Deus. Então, um motivo para o sacrifício sugerido por esta história é que o sacrifício permite ao homem renovar a comunhão com Deus.

Mas este deve ser oferecido no espírito certo. Caim ofereceu apenas alguns dos frutos da terra, enquanto Abel "trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste" (Gn 4:4), ou seja, as melhores partes de seus animais mais valorizados. Deus aceitou o último, mas não o primeiro. Aqui percebemos uma das características mais importantes do sacrifício: os animais devem ser jovens e saudáveis, não decrépitos e idosos. O cordeiro pascal tinha de ser sem defeito e de um ano de idade. Repetidamente, as leis sacrificiais em Levítico insistem em que os animais envolvidos têm de ser "sem mácula." A história de Caim e Abel revela o que irá acontecer se isso for ignorado: "não será aceito" (Levítico 22:25, ver também 19 : 7; 22:20).

Após a queda, o mundo foi tragado por uma avalanche de pecado, especialmente o assassinato e a violência. Deus se queixa de que o pecado faz parte do homem: "era continuamente mau todo desígnio do seu coração" (Gn 6:5). "A terra estava corrompida à vista de Deus, e cheia de violência" (6:11). Então, Deus enviou o dilúvio para destruir a humanidade pecadora e começar de novo com Noé, o único homem "que era justo e íntegro entre os seus contemporâneos" (6:9).

Quando Noé finalmente saiu da arca, seu primeiro ato foi construir um altar e oferecer sacrifício. Pode-se supor que este era apenas um ato de agradecimento por ser salvo da destruição ele mesmo, mas o texto indica que isto atingiu muito mais. "E o Senhor aspirou o suave cheiro e disse consigo mesmo: Não tornarei a amaldiçoar a terra por causa do homem, porque é mau o desígnio íntimo do homem desde a sua mocidade” (8:21). Em outras palavras, apesar do mau caráter do homem não ter sido mudado (ver 6:9), a atitude de Deus diante do pecado humano mudou: Ele nunca mais vai punir o mundo com um dilúvio. Por quê? Devido ao aroma agradável do sacrifício oferecido por Noé (8:21). Sacrifício de acordo com Gênesis 8, portanto, esfria a ira de Deus diante do pecado do homem. Que sacrifícios de animais produzem um aroma agradável a Deus é um refrão freqüente em Levítico 1-7.

Mas porque é que o sacrifício animal é tão eficaz em apaziguar a ira de Deus? O relato da oferta de Abraão de Isaque dá algumas dicas sobre isso. Gênesis 22 diz que Deus testou Abraão, pedindo-lhe para sacrificar o seu bem mais precioso, ou seja, seu único filho Isaque. Abraão não sabia que este era um teste - para ele isto era muito sério. Então, no último minuto, quando Abraão estava prestes a cortar a garganta de Isaque, o anjo do Senhor disse-lhe para parar: "Agora sei que temes a Deus" (22:12). Abraão olhou para cima, viu um carneiro, e o ofereceu em vez de Isaque.

Esta história mostra que, se alguém está disposto a obedecer a Deus totalmente, Deus vai aceitar um animal em vez do adorador. Isaque era o futuro de Abraão, e Abraão estava disposto a dar-lhe a Deus, porém Deus ficou satisfeito com um carneiro. Aqui a doutrina da expiação substitutiva é ilustrada para nós. É ainda mais clara nas leis em Levítico, onde uma característica essencial de todo o sacrifício é a colocação da mão do adorador na cabeça do animal. Esta ação declara que o animal está tomando o lugar do adorador. O adorador está se entregando inteiramente a Deus, identificando-se com o animal; o animal está morrendo no lugar do adorador.

Em Levítico 1-7, quatro diferentes tipos de sacrifício animal são discutidos. A ênfase nestes capítulos é sobre como realizar os diferentes tipos de sacrifício. Precisamos agora concentrar-nos nas características que distinguem um tipo de sacrifício do outro. O holocausto (Lv 1) era único por ser ele único sacrifício no qual todo o animal era queimada no altar. Nisto, a consagração total do adorador ao serviço de Deus era representada. Ao mesmo tempo, ele fazia a expiação (Lv 1:4), para o adorador. "Expiação" é mais exatamente "o pagamento de um resgate", uma frase usada em outras partes da Lei, quando um agressor que poderia enfrentar a pena de morte era perdoado diante o pagamento dos danos (por exemplo, Ex. 21:30).

A oferta de paz (Lv 3), foi provavelmente o mais popular dos sacrifícios do Antigo Testamento, por ser o único em que o fiel que doou o animal recebia uma parte da carne (geralmente, apenas os sacerdotes comiam a carne do sacrifício). A oferta de paz poderia ser oferecida espontaneamente, como um ato de agradecimento a Deus, mas pode ser oferecido quando você fez um voto pedindo a Deus para fazer algo por você, ou quando esta oração era atendida.

A oferta pelo pecado (Lv 4) era peculiar, em que um pouco do sangue do animal foi lambuzado no altar ou aspergido dentro do tabernáculo ou templo. Esse sangue limpava o tabernáculo da poluição do pecado. Pecado não nos faz apenas culpados diante de Deus, ou deixa-o com raiva, mas também torna as pessoas e lugares imundos e, portanto, impróprias para Deus habitar nelas. Cobrindo o altar com sangue ou aspergindo o interior do templo com o sangue, esses objetos eram limpos da poluição. Ao mesmo tempo, o pecador que tinha causado a poluição através de seus crimes era perdoado de seus pecados e purificado de sua poluição. Esta limpeza fazia com que Deus pudesse re-entrar no templo e habitar no crente.

Finalmente, havia a oferta pela culpa (Lv 5:14 - 6:7), que expressa a idéia de que certos atos nos colocam em dívida com Deus. Esses pecados só podem ser expiado pelo sacrifício de um carneiro caro. Embora seja discutida relativamente breve em Levítico, o sacrifício é de grande importância em Isaías 53, onde o servo sofredor é chamado de oferta pela culpa (v. 10, veja a ESV, "oferta pelo pecado"), que sofre pelas nossas transgressões (vv. 5-6). Como este capítulo descreve mais plenamente o papel expiatório de Cristo, ele é central para a compreensão da morte de Cristo no Novo Testamento.

As imagens do sacrifício em geral permeia a interpretação da cruz no Novo Testamento. Quando João Batista disse: "Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (João 1:29), ele provavelmente estava vendo Cristo como o cordeiro pascal perfeito, uma imagem que Paulo também usa quando fala de "Cristo, nosso cordeiro pascal" (1 Cor. 5:7). Ele também é visto como a suprema oferta queimada, um sacrifício superior ao de Isaque, uma idéia, que tem sua alusão nessas passagens bem conhecidas como João 3:16 e Romanos 8:32: "Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou. " Marcos 10:45 descreve o Filho do Homem como o servo final, que deu "a sua vida em resgate de muitos. "1 João 1:7 retoma a imagem da oferta pelo pecado, quando diz que "o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado." Para a epístola aos Hebreus Jesus é o Sumo Sacerdote, que através da Sua morte atinge todos os objetivos para os quais o sistema sacrificial do Velho Testamento apontavam (ver Hb 9:1-14 ).

Finalmente, devemos notar que a morte de Cristo não esgota o significado do sistema de sacrifício para os cristãos. Nós também devemos seguir os passos de Cristo e compartilhar seu sofrimento (1 Pedro 2:21-24). Então, nós também somos encorajados "a apresentar nossos corpos como sacrifício vivo" (Rm 12:1). Paulo, antecipando sua própria morte, comparou-a como sendo "derramada como libação", isto é, como o vinho que foi derramado sobre o altar com todos os sacrifícios de animais (ver também Fp 2:17, 2 Tm 4.: 6 ). Desta forma, os velhos modos de adoração ainda deveriam inspirar nossa consagração hoje.