O Prazer de Deus com Aqueles que Esperam no Seu Amor

De Livros e Sermões Bíblicos

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{{grab|The Pleasure of God in Those Who Hope in His Love/pt}}
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{{ info | The Pleasure of God in Those Who Hope in His Love}}<blockquote>'''Salmo 147:10-11''' <br> Não se deleita na força do cavalo,<br>nem se compraz nas pernas do homem.<br>O Senhor se compraz nos que o temem,<br>nos que esperam na sua benignidade. </blockquote> <blockquote></blockquote><blockquote></blockquote>
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'''Nosso Foco nos Prazeres de Deus'''
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Até agora nós temos focado nossa atenção nos prazeres que Deus tem em si mesmo e no seu trabalho.
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*Ele tem prazer em seu Filho, a exata representação de sua natureza e reflexo da sua glória.
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*Ele tem prazer no seu trabalho da criação - os grandes monstros marinhos que ele fez para divertimento nos oceanos!
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*Ele tem prazer em todos os trabalhos de providência que o mostram livre e soberano sobre todo o mundo.
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*Ele tem prazer na grandeza do seu nome e na reputação da sua glória.
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*Ele tem prazer em livremente escolher pessoas para si mesmo, e ele alegra-se nelas para lhes fazerem o bem.<br>
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E lhe trouxe prazer ferir seu Filho, porque naquele grandioso ato de julgamento o tempestuoso noivado das duas grandes paixões de Deus se casaram - sua paixão pela glória do seu nome, e a paixão do seu amor pelos pecadores.
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'''A Pretensão por trás do Nosso Foco'''
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Você pode revocar que nossa pretensão por trás de todas essas mensagens tem sido a convicção expressada por Henry Scougal em seu livro, ''The Life of God in the Soul of Man'' [A Vida de Deus na Alma do Homem], isto é, que "O valor e excelência de uma alma é medida pelo objeto de seu amor." Em outras palavras, se nós amamos as coisas baratas e sem valor, nós revelamos quão pequena e barata é nossa alma.
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<blockquote>''A alma é medida por seus voos<br>Alguns baixos e outros altos,<br>O coração é conhecido por seus deleites,<br>E prazeres nunca mentem.'' </blockquote>
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Nós tomamos como ponto de início nessa série a persuasão de que isso também é verdade de Deus, não apenas de homem. O valor e excelência da alma de Deus é medida pelos objetos de seu amor. E eu acho que temos visto isso confirmado de novo e de novo: os objetos do amor de Deus são aquelas coisas que são de infinita beleza e valor.
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*Ele ama seu Filho;
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*Ele ama seu trabalho manual na criação;
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*Ele ama a soberania de sua providência;
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*Ele ama a honra de seu nome;
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*Ele ama a liberdade da graça mostrada na eleição, cuidado e compra do seu povo.<br>
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Então Deus é um grande exemplo para nós. Ele nos mostra o que uma alma excelente deveria amar acima de tudo. Nós deveríamos amar<br>
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*o Filho de Deus,
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*e o trabalho manual de Deus na criação,
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*e sua soberania no governo do mundo,
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*e a honra do seu nome,
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*e a liberdade da sua graça.
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Se nós os amássemos mais, nossas almas seriam maiores e melhores para isso, e nós seríamos mais conformados à imagem do nosso Criador.
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'''Um ponto decisivo na série'''
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Hoje marca um ponto decisivo na série, porque até agora nós não tínhamos focado em que tipo de atitudes e ações humanas Deus se deleita. Nós focamos primeiramente no amor de Deus por sua própria glória. E eu acredito que essa ordem é muito importante.
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'''Iniciando com o Centro do Evangelho - Deus'''
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Nós precisamos ver (e aqueles que amamos nesse mundo precisam ver!) primeiramente e principalmente que Deus é Deus.
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*que ele é perfeito e completo em si mesmo,
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*que ele é superabundante feliz na eterna comunhão da Trindade,
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*que ele não precisa de nós e não é deficiente sem nós.
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Mas nós sim somos deficientes sem ele; a glória da sua comunhão é o rio de água viva que temos desejado por toda nossa vida.
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A menos que comecemos com Deus dessa maneira, quando o evangelho chega a nós, nós iremos inevitavelmente colocar-nos no centro disso. Nós sentiremos que o nosso valor ao invés do valor de Deus é a força motriz do evangelho. Nós iremos buscar a origem do evangelho no deleite de Deus em nós ao invés de buscar na graça que cria um caminho para pecadores deleitarem-se nele.
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Mas o evangelho é a boa nova de que Deus é o final plenamente suficiente de todos os nossos desejos, e de que mesmo que ele não precise de nós, e é de fato afastado de nós por causa dos nossos pecados que O denigrem, ele tem, no grande amor com o qual nos amou, criado um modo para que pecadores possam beber no rio dos Seus prazeres através de Jesus Cristo. E nós não seremos cativados por essa boa nova a menos que sintamos que ele não foi obrigado a fazer isto. Ele não foi coagido ou constrangido por nosso valor. Ele é o centro do evangelho. A exaltação de sua glória é a força motriz do evangelho. O evangelho é um evangelho de graça! E graça é o desejo de Deus para magnificar o valor de Deus dando a pecadores o direito de deleitarem-se em Deus sem obscurecer a glória de Deus.
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E os santos de Deus amam a centralidade de Deus no evangelho:
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*Eles amam dizer com Paulo, "Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente" (Romanos 11:36).
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*Eles amam gloriar-se apenas no Senhor (1 Coríntios 1:31).
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*Eles amam dizer que Deus é o princípio, o meio e o fim nesse acontecimento de salvação.
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*Eles amam dizer que eles foram escolhidos para a glória de sua graça (Efésios 1:6), e chamados das trevas para luz para declarar as maravilhas da sua graça (1 Pedro 2:9), e justificados porque Cristo morreu para justificar a santidade da graça de Deus (Romanos 3:25-26), e serão um dia absorvidos pela vida para o louvor da glória de sua graça (2 Coríntios 5:4).
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E então por sete semanas nós temos focado nos prazeres que Deus tem diretamente em si mesmo e na liberdade do seu trabalho para tornar inconfundível que Deus é o centro do evangelho. Nós apenas sugerimos o tipo de resposta do homem que traria prazer a Deus.
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'''Mudando para Nossa Resposta ao Evangelho'''
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Mas agora nós estamos prontos. Agora, inclinados ao Senhor, nós seremos capazes de enxergar porque as respostas humanas demandadas e apreciadas por Deus chegam como boas novas a pecadores e ainda mantém Deus no centro de suas próprias afeições.
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Se o evangelho demanda uma resposta dos pecadores, então a demanda por si mesma deve ser boa nova no lugar de um fardo acrescentado, de outra forma o evangelho não seria evangelho. E se o verdadeiro evangelho bíblico sempre tem Deus no centro, então a resposta que ele demanda deve magnificar ele, não nós.
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Agora que tipo de resposta pode cumprir ambas as duas coisas: boas novas para pecadores e glória para Deus?
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Nosso texto provê a resposta. Salmos 147:10-11
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<blockquote>Não se deleita na força do cavalo,<br>nem se compraz nas pernas do homem.<br>O Senhor se compraz nos que o temem,<br>nos que esperam na sua benignidade. </blockquote>
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Vamos começar com o verso 11 e perguntar porque Deus tem prazer naqueles que os temem e esperam no seu amor. Então nós voltaremos ao verso 10 e refinaremos nossa resposta perguntando porque Deus não se deleita na força do cavalo e nas pernas do homem.
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'''Simultaneamente temendo e esperando em Deus'''
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Antes de mais nada deixe-me perguntar-lhe isso: te parece esquisito que nós devamos ser encorajados a temer e esperar ao mesmo tempo e na mesma pessoa? "O Senhor se compraz nos que o temem, nos que esperam na sua benignidade." Você espera naquele que teme e teme aquele em quem você confia?
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Normalmente é de outro modo: se nós tememos uma pessoa, nós esperamos que uma outra pessoa venha e nos ajude. Mas aqui nós deveríamos temer aquele em quem nós esperamos e esperar naquele que nós tememos. O que isso significa?
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Eu acho que isso significa que nós deveríamos deixar a experiência da esperança penetrar e transformar a experiência do medo, e deixar a experiência do medo penetrar e transformar a experiência da esperança. Em outras palavras, o tipo de medo que nós deveríamos ter de Deus é o que sobrou do medo quando nós temos certeza da esperança no meio disso.
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'''O Medo de uma Terrível Tempestade Ártica'''
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Imagine que você estivesse explorando uma geleira desconhecida no norte da Groelandia no alto inverno. Assim que você alcança um despenhadeiro íngreme com uma vista espetacular de milhas e milhas de gelo entalhado e montanhas de neve, uma terrível tempestade se inicia. O vento é tão forte que surge o medo que ele possa jogar você e seu grupo do outro lado do despenhadeiro. Mas no meio disso você encontra uma fenda no gelo onde você pode se esconder. Neste lugar você sente-se seguro, mas o incrível poder da tempestade torna-se furioso e você assiste a isso com um tipo de prazer tremulo conforme ela lança-se sobre a geleira distante.
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No início houve o medo que essa terrível tempestade e o impressionante terreno pudesse requerer sua vida. Mas então você encontra refúgio e ganha a esperança que você estaria seguro. Mas nem tudo no sentimento chamado medo desapareceu. Apenas a parte que ameaçava a vida. Restou o tremor, o temor, a admiração, o sentimento que você nunca iria querer envolver-se em tal tempestade ou ser o adversário de tal poder.
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'''O Temor do Poder de Deus'''
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E é a mesma coisa com Deus. Os versos 16-17 dizem, "Ele dá a neve como lã; ele espalha a geada como cinza. Ele arroja o seu gelo em migalhas; quem resiste ao seu frio?" O frio de Deus é uma coisa temível - quem pode resistí-lo? E os versos 4-5 apontam para o mesmo poder de Deus na natureza: "Conta o número das estrelas, chamando-as todas pelo seu nome. Grande é o nosso Senhor e mui poderoso; o seu entendimento não se pode medir."
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Em outras palavras, a grandeza de Deus é maior que o universo de estrelas e o seu poder está por trás do frio insuportável das tempestades árticas. Ainda assim ele coloca suas mãos ao nosso redor e diz, "Tome refúgio em meu amor e deixe os terrores do meu poder tornarem-se os incríveis fogos de artifício do seu feliz anoitecer." O temor de Deus é o que resta da tempestade quando você tem um lugar seguro para assistí-la bem no meio dela.
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E naquele lugar de refúgio você diz consigo mesmo, "Isso é surpreendente, isso é terrível, isso é poder inacreditável; Oh a emoção de estar aqui no centro do tremendo poder de Deus, e ainda protegido pelo próprio Deus! Oh que coisa terrível é cair nas mãos do Deus vivo sem esperança, sem um Salvador! Melhor ter uma pedra de moinho amarrada ao meu pescoço e ser jogado nas profundezas do oceano do que pecar contra esse Deus! Que privilégio maravilhoso conhecer o favor desse Deus no meio do seu poder!"
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E assim nós temos uma idéia de como sentimos ambos, confiança e temor, ao mesmo tempo. A esperança transforma o medo em um alegre tremor e pacífica admiração, e o medo toma todo que é trivial da esperança e a torna séria. Os terrores de Deus tornam os prazeres do seu povo intensos. A lareira da comunhão é inteiramente agradável quando a tempestade está uivando do lado de fora da cabana.
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'''O Deleite de Deus em Pessoas que Temem e Esperam Nele'''
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Agora por que Deus se deleita naqueles que o experimentam dessa maneira - em pessoas que o temem e esperam no seu amor?
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Certamente porque nosso medo reflete a grandeza do seu poder e nossa esperança reflete a generosidade de sua graça. Deus deleita-se naquelas respostas que espelham sua magnificência.
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Isso é apenas o que deveríamos esperar de um Deus que é todo-suficiente em si mesmo e não precisa de nós - um Deus:
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*que nunca vai abandonar a glória de ser a fonte de toda a alegria,
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*que nunca vai renunciar a honra de ser a fonte de toda segurança,
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*que nunca vai abdicar o trono da graça soberana.
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Deus tem prazer naqueles que esperam em seu amor porque essa esperança realça a liberdade da sua graça. Quando eu brado, "Deus é a minha única esperança, minha rocha, meu refúgio!" eu estou tirando toda a atenção de mim mesmo e a estou chamando para os ilimitados recursos de Deus.
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'''A Resposta que Cumpre Duas Coisas'''
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Você se lembra da pergunta que nós fizemos alguns momentos atrás: que tipo de resposta pode Deus demandar de nós para que a demanda traga boas novas para nós e glória para ele? Essa é a resposta: a demanda da esperança em seu amor.
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'''Boas novas para pecadores'''
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Como um pecador sem retidão em você mesmo, colocando-se diante de um Deus auto-suficiente e santo, que ordem melhor você poderia ouvir do que essa: "Confie em meu amor!" Se apenas soubéssemos isso, cada um de nós está preso em uma parede de gelo na Groelandia, e o vento está soprando furiosamente. Nossa posição é tão precária que se nós respirarmos muito fundo, nosso peso irá alterar e nós iremos mergulhar para nossa morte. Deus chega-se a nós e diz naquele momento, "Eu vou te salvar, e te proteger na tempestade. Mas há uma condição." Seu coração diminui o ritmo. Seu rosto está encostado no gelo. Suas unhas estão cravadas. Você pode sentir-se cedendo. Você sabe que mesmo que você mexa seus lábios você irá cair. Você sabe que não tem nada que você possa fazer para Deus!
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Então ele fala o mandamento do evangelho: minha exigência é que você confie em mim. Isto não é uma boa nova nessa manhã? O que poderia ser mais fácil do que confiar em Deus quando tudo mais está perdido? E isso é tudo o que ele requer. Isto é o evangelho.
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'''Glória a Deus'''
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Mas isso não é apenas uma boa nova para nós pecadores. É também a glória de Deus em nos fazer apenas essa demanda. Por que? Porque quando você espera em Deus, você mostra
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*que ele é forte e você fraco;
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*que ele é rico e você pobre;
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*que ele é cheio e você vazio.
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Quando você espera em Deus, você mostra que é você que tem necessidades, não Deus. (Salmos 50:10-15; 71:4-6, 14).
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*você é o paciente, ele o médico.
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*você é o cervo sedento, ele a fonte superabundante.
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*você é a ovelha perdida, ele o bom pastor.
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A beleza do evangelho é que em uma simples demanda ("Coloque sua esperança no amor de Deus") nós ouvimos boas novas e Deus recebe a glória. E é por isso que Deus tem prazer naqueles que esperam no seu amor - porque nesse simples ato de esperança sua graça é glorificada e pecadores são salvos. Esse é o mandamento do evangelho que mantém Deus no centro - o centro de suas afeições e das nossas.
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'''Deus se Deleita Não em Cavalos e Pernas'''
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Agora deixe-nos perguntar porque Deus não tem prazer em cavalos e pernas. Verso 10:
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Não se deleita na força do cavalo,<br>nem se compraz nas pernas do homem.
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'''Não Porque Ele Não se Deleita no Que Ele Fez'''
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A questão aqui não é que cavalos fortes e pernas fortes são ruins. Deus os fez. Ele se alegra na força e liberdade de cavalos vigorosos. Ele pergunta a Jó,
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Acaso deste força ao cavalo,<br>ou revestiste de força o seu pescoço?<br>Fizeste-o pular como o gafanhoto? ...<br>Escarva no vale, e folga na sua força,<br>e sai ao encontro dos armados.<br>Ri-se do temor, e não se espanta;<br>e não torna atrás por causa da espada...<br>e não se contém ao som da trombeta.<br>Toda vez que soa a trombeta, diz: Eia!<br>E de longe cheira a guerra,<br>e o trovão dos capitães e os gritos.<br>(Jó 39:19-25)
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'''Mas Porque Nós Podemos Colocar Nossa Esperança Neles'''
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Não, a questão não é que esse glorioso animal seja ruim. A questão é que no dia da batalha os homens ponham sua confiança em cavalos, ao invés de colocar sua esperança em Deus. Mas Provérbios 21:31 diz, "Prepara-se o cavalo para o dia da batalha, porém do SENHOR vem a vitória." Por essa razão Salmos 20:7 diz, "Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do SENHOR, nosso Deus."
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Deus não está insatisfeito com a força dos cavalos e das pernas humanas. Ele está insatisfeito com aqueles que esperam em seus cavalos e suas pernas. Ele está insatisfeito com pessoas que colocam sua esperança em mísseis ou emmaquiagem , em tanques ou bronzeados, em bombas ou musculação. Deus não tem prazer em eficiência corporativa, ou orçamentos balanceados, ou sistemas de previdência social, ou novas vacinas, ou educação, ou eloquência, ou excelência artística, ou processos legais, quando estas coisas são o tesouro no qual confiamos ou a realização da qual nos orgulhamos.
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Por que? Porque quando colocamos nossa esperança em cavalos e pernas, cavalos e pernas recebem a glória, não Deus. E nós estamos perdidos, não salvos.
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Então eu insisto com você nessa manhã, por amor à sua alma e à glória de Deus: deposite sua esperança no poder e amor de Deus, não em você mesmo ou em alguma coisa que você possa alcançar.
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<blockquote>Porque o Senhor se compraz nos que o temem,<br>nos que esperam na sua benignidade.<br></blockquote>

Edição actual tal como 19h04min de 21 de agosto de 2009

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Por John Piper Sobre A Graça de Deus
Uma Parte da série The Pleasures of God

Tradução por Rodrigo Silva

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Salmo 147:10-11
Não se deleita na força do cavalo,
nem se compraz nas pernas do homem.
O Senhor se compraz nos que o temem,
nos que esperam na sua benignidade.

Nosso Foco nos Prazeres de Deus

Até agora nós temos focado nossa atenção nos prazeres que Deus tem em si mesmo e no seu trabalho.

E lhe trouxe prazer ferir seu Filho, porque naquele grandioso ato de julgamento o tempestuoso noivado das duas grandes paixões de Deus se casaram - sua paixão pela glória do seu nome, e a paixão do seu amor pelos pecadores.

A Pretensão por trás do Nosso Foco

Você pode revocar que nossa pretensão por trás de todas essas mensagens tem sido a convicção expressada por Henry Scougal em seu livro, The Life of God in the Soul of Man [A Vida de Deus na Alma do Homem], isto é, que "O valor e excelência de uma alma é medida pelo objeto de seu amor." Em outras palavras, se nós amamos as coisas baratas e sem valor, nós revelamos quão pequena e barata é nossa alma.

A alma é medida por seus voos
Alguns baixos e outros altos,
O coração é conhecido por seus deleites,
E prazeres nunca mentem.

Nós tomamos como ponto de início nessa série a persuasão de que isso também é verdade de Deus, não apenas de homem. O valor e excelência da alma de Deus é medida pelos objetos de seu amor. E eu acho que temos visto isso confirmado de novo e de novo: os objetos do amor de Deus são aquelas coisas que são de infinita beleza e valor.

Então Deus é um grande exemplo para nós. Ele nos mostra o que uma alma excelente deveria amar acima de tudo. Nós deveríamos amar

Se nós os amássemos mais, nossas almas seriam maiores e melhores para isso, e nós seríamos mais conformados à imagem do nosso Criador.

Um ponto decisivo na série

Hoje marca um ponto decisivo na série, porque até agora nós não tínhamos focado em que tipo de atitudes e ações humanas Deus se deleita. Nós focamos primeiramente no amor de Deus por sua própria glória. E eu acredito que essa ordem é muito importante.

Iniciando com o Centro do Evangelho - Deus

Nós precisamos ver (e aqueles que amamos nesse mundo precisam ver!) primeiramente e principalmente que Deus é Deus.

Mas nós sim somos deficientes sem ele; a glória da sua comunhão é o rio de água viva que temos desejado por toda nossa vida.

A menos que comecemos com Deus dessa maneira, quando o evangelho chega a nós, nós iremos inevitavelmente colocar-nos no centro disso. Nós sentiremos que o nosso valor ao invés do valor de Deus é a força motriz do evangelho. Nós iremos buscar a origem do evangelho no deleite de Deus em nós ao invés de buscar na graça que cria um caminho para pecadores deleitarem-se nele.

Mas o evangelho é a boa nova de que Deus é o final plenamente suficiente de todos os nossos desejos, e de que mesmo que ele não precise de nós, e é de fato afastado de nós por causa dos nossos pecados que O denigrem, ele tem, no grande amor com o qual nos amou, criado um modo para que pecadores possam beber no rio dos Seus prazeres através de Jesus Cristo. E nós não seremos cativados por essa boa nova a menos que sintamos que ele não foi obrigado a fazer isto. Ele não foi coagido ou constrangido por nosso valor. Ele é o centro do evangelho. A exaltação de sua glória é a força motriz do evangelho. O evangelho é um evangelho de graça! E graça é o desejo de Deus para magnificar o valor de Deus dando a pecadores o direito de deleitarem-se em Deus sem obscurecer a glória de Deus.

E os santos de Deus amam a centralidade de Deus no evangelho:

E então por sete semanas nós temos focado nos prazeres que Deus tem diretamente em si mesmo e na liberdade do seu trabalho para tornar inconfundível que Deus é o centro do evangelho. Nós apenas sugerimos o tipo de resposta do homem que traria prazer a Deus.

Mudando para Nossa Resposta ao Evangelho

Mas agora nós estamos prontos. Agora, inclinados ao Senhor, nós seremos capazes de enxergar porque as respostas humanas demandadas e apreciadas por Deus chegam como boas novas a pecadores e ainda mantém Deus no centro de suas próprias afeições.

Se o evangelho demanda uma resposta dos pecadores, então a demanda por si mesma deve ser boa nova no lugar de um fardo acrescentado, de outra forma o evangelho não seria evangelho. E se o verdadeiro evangelho bíblico sempre tem Deus no centro, então a resposta que ele demanda deve magnificar ele, não nós.

Agora que tipo de resposta pode cumprir ambas as duas coisas: boas novas para pecadores e glória para Deus?

Nosso texto provê a resposta. Salmos 147:10-11

Não se deleita na força do cavalo,
nem se compraz nas pernas do homem.
O Senhor se compraz nos que o temem,
nos que esperam na sua benignidade.

Vamos começar com o verso 11 e perguntar porque Deus tem prazer naqueles que os temem e esperam no seu amor. Então nós voltaremos ao verso 10 e refinaremos nossa resposta perguntando porque Deus não se deleita na força do cavalo e nas pernas do homem.

Simultaneamente temendo e esperando em Deus

Antes de mais nada deixe-me perguntar-lhe isso: te parece esquisito que nós devamos ser encorajados a temer e esperar ao mesmo tempo e na mesma pessoa? "O Senhor se compraz nos que o temem, nos que esperam na sua benignidade." Você espera naquele que teme e teme aquele em quem você confia?

Normalmente é de outro modo: se nós tememos uma pessoa, nós esperamos que uma outra pessoa venha e nos ajude. Mas aqui nós deveríamos temer aquele em quem nós esperamos e esperar naquele que nós tememos. O que isso significa?

Eu acho que isso significa que nós deveríamos deixar a experiência da esperança penetrar e transformar a experiência do medo, e deixar a experiência do medo penetrar e transformar a experiência da esperança. Em outras palavras, o tipo de medo que nós deveríamos ter de Deus é o que sobrou do medo quando nós temos certeza da esperança no meio disso.

O Medo de uma Terrível Tempestade Ártica

Imagine que você estivesse explorando uma geleira desconhecida no norte da Groelandia no alto inverno. Assim que você alcança um despenhadeiro íngreme com uma vista espetacular de milhas e milhas de gelo entalhado e montanhas de neve, uma terrível tempestade se inicia. O vento é tão forte que surge o medo que ele possa jogar você e seu grupo do outro lado do despenhadeiro. Mas no meio disso você encontra uma fenda no gelo onde você pode se esconder. Neste lugar você sente-se seguro, mas o incrível poder da tempestade torna-se furioso e você assiste a isso com um tipo de prazer tremulo conforme ela lança-se sobre a geleira distante.

No início houve o medo que essa terrível tempestade e o impressionante terreno pudesse requerer sua vida. Mas então você encontra refúgio e ganha a esperança que você estaria seguro. Mas nem tudo no sentimento chamado medo desapareceu. Apenas a parte que ameaçava a vida. Restou o tremor, o temor, a admiração, o sentimento que você nunca iria querer envolver-se em tal tempestade ou ser o adversário de tal poder.

O Temor do Poder de Deus

E é a mesma coisa com Deus. Os versos 16-17 dizem, "Ele dá a neve como lã; ele espalha a geada como cinza. Ele arroja o seu gelo em migalhas; quem resiste ao seu frio?" O frio de Deus é uma coisa temível - quem pode resistí-lo? E os versos 4-5 apontam para o mesmo poder de Deus na natureza: "Conta o número das estrelas, chamando-as todas pelo seu nome. Grande é o nosso Senhor e mui poderoso; o seu entendimento não se pode medir."

Em outras palavras, a grandeza de Deus é maior que o universo de estrelas e o seu poder está por trás do frio insuportável das tempestades árticas. Ainda assim ele coloca suas mãos ao nosso redor e diz, "Tome refúgio em meu amor e deixe os terrores do meu poder tornarem-se os incríveis fogos de artifício do seu feliz anoitecer." O temor de Deus é o que resta da tempestade quando você tem um lugar seguro para assistí-la bem no meio dela.

E naquele lugar de refúgio você diz consigo mesmo, "Isso é surpreendente, isso é terrível, isso é poder inacreditável; Oh a emoção de estar aqui no centro do tremendo poder de Deus, e ainda protegido pelo próprio Deus! Oh que coisa terrível é cair nas mãos do Deus vivo sem esperança, sem um Salvador! Melhor ter uma pedra de moinho amarrada ao meu pescoço e ser jogado nas profundezas do oceano do que pecar contra esse Deus! Que privilégio maravilhoso conhecer o favor desse Deus no meio do seu poder!"

E assim nós temos uma idéia de como sentimos ambos, confiança e temor, ao mesmo tempo. A esperança transforma o medo em um alegre tremor e pacífica admiração, e o medo toma todo que é trivial da esperança e a torna séria. Os terrores de Deus tornam os prazeres do seu povo intensos. A lareira da comunhão é inteiramente agradável quando a tempestade está uivando do lado de fora da cabana.

O Deleite de Deus em Pessoas que Temem e Esperam Nele

Agora por que Deus se deleita naqueles que o experimentam dessa maneira - em pessoas que o temem e esperam no seu amor?

Certamente porque nosso medo reflete a grandeza do seu poder e nossa esperança reflete a generosidade de sua graça. Deus deleita-se naquelas respostas que espelham sua magnificência.

Isso é apenas o que deveríamos esperar de um Deus que é todo-suficiente em si mesmo e não precisa de nós - um Deus:

Deus tem prazer naqueles que esperam em seu amor porque essa esperança realça a liberdade da sua graça. Quando eu brado, "Deus é a minha única esperança, minha rocha, meu refúgio!" eu estou tirando toda a atenção de mim mesmo e a estou chamando para os ilimitados recursos de Deus.

A Resposta que Cumpre Duas Coisas

Você se lembra da pergunta que nós fizemos alguns momentos atrás: que tipo de resposta pode Deus demandar de nós para que a demanda traga boas novas para nós e glória para ele? Essa é a resposta: a demanda da esperança em seu amor.

Boas novas para pecadores

Como um pecador sem retidão em você mesmo, colocando-se diante de um Deus auto-suficiente e santo, que ordem melhor você poderia ouvir do que essa: "Confie em meu amor!" Se apenas soubéssemos isso, cada um de nós está preso em uma parede de gelo na Groelandia, e o vento está soprando furiosamente. Nossa posição é tão precária que se nós respirarmos muito fundo, nosso peso irá alterar e nós iremos mergulhar para nossa morte. Deus chega-se a nós e diz naquele momento, "Eu vou te salvar, e te proteger na tempestade. Mas há uma condição." Seu coração diminui o ritmo. Seu rosto está encostado no gelo. Suas unhas estão cravadas. Você pode sentir-se cedendo. Você sabe que mesmo que você mexa seus lábios você irá cair. Você sabe que não tem nada que você possa fazer para Deus!

Então ele fala o mandamento do evangelho: minha exigência é que você confie em mim. Isto não é uma boa nova nessa manhã? O que poderia ser mais fácil do que confiar em Deus quando tudo mais está perdido? E isso é tudo o que ele requer. Isto é o evangelho.

Glória a Deus

Mas isso não é apenas uma boa nova para nós pecadores. É também a glória de Deus em nos fazer apenas essa demanda. Por que? Porque quando você espera em Deus, você mostra

Quando você espera em Deus, você mostra que é você que tem necessidades, não Deus. (Salmos 50:10-15; 71:4-6, 14).

A beleza do evangelho é que em uma simples demanda ("Coloque sua esperança no amor de Deus") nós ouvimos boas novas e Deus recebe a glória. E é por isso que Deus tem prazer naqueles que esperam no seu amor - porque nesse simples ato de esperança sua graça é glorificada e pecadores são salvos. Esse é o mandamento do evangelho que mantém Deus no centro - o centro de suas afeições e das nossas.

Deus se Deleita Não em Cavalos e Pernas

Agora deixe-nos perguntar porque Deus não tem prazer em cavalos e pernas. Verso 10:

Não se deleita na força do cavalo,
nem se compraz nas pernas do homem.

Não Porque Ele Não se Deleita no Que Ele Fez

A questão aqui não é que cavalos fortes e pernas fortes são ruins. Deus os fez. Ele se alegra na força e liberdade de cavalos vigorosos. Ele pergunta a Jó,

Acaso deste força ao cavalo,
ou revestiste de força o seu pescoço?
Fizeste-o pular como o gafanhoto? ...
Escarva no vale, e folga na sua força,
e sai ao encontro dos armados.
Ri-se do temor, e não se espanta;
e não torna atrás por causa da espada...
e não se contém ao som da trombeta.
Toda vez que soa a trombeta, diz: Eia!
E de longe cheira a guerra,
e o trovão dos capitães e os gritos.
(Jó 39:19-25)

Mas Porque Nós Podemos Colocar Nossa Esperança Neles

Não, a questão não é que esse glorioso animal seja ruim. A questão é que no dia da batalha os homens ponham sua confiança em cavalos, ao invés de colocar sua esperança em Deus. Mas Provérbios 21:31 diz, "Prepara-se o cavalo para o dia da batalha, porém do SENHOR vem a vitória." Por essa razão Salmos 20:7 diz, "Uns confiam em carros, outros, em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do SENHOR, nosso Deus."

Deus não está insatisfeito com a força dos cavalos e das pernas humanas. Ele está insatisfeito com aqueles que esperam em seus cavalos e suas pernas. Ele está insatisfeito com pessoas que colocam sua esperança em mísseis ou emmaquiagem , em tanques ou bronzeados, em bombas ou musculação. Deus não tem prazer em eficiência corporativa, ou orçamentos balanceados, ou sistemas de previdência social, ou novas vacinas, ou educação, ou eloquência, ou excelência artística, ou processos legais, quando estas coisas são o tesouro no qual confiamos ou a realização da qual nos orgulhamos.

Por que? Porque quando colocamos nossa esperança em cavalos e pernas, cavalos e pernas recebem a glória, não Deus. E nós estamos perdidos, não salvos.

Então eu insisto com você nessa manhã, por amor à sua alma e à glória de Deus: deposite sua esperança no poder e amor de Deus, não em você mesmo ou em alguma coisa que você possa alcançar.

Porque o Senhor se compraz nos que o temem,
nos que esperam na sua benignidade.