Derrame sua indignação sobre eles

De Livros e Sermões Bíblicos

(Diferença entre edições)
(Criou nova página com '{{info|Pour Out Your Indignation Upon Them}}O nome dessa série de mensagens baseadas nos Salmos é "Pensando e sentindo com Deus." A idéia desse nome é que, de um lado, o...')
m (Protegeu "Derrame sua indignação sobre eles" ([edit=sysop] (infinito) [move=sysop] (infinito)))
 

Edição actual tal como 17h05min de 18 de setembro de 2014

Recursos relacionados
Mais Por John Piper
Índice de Autores
Mais Sobre Ira de Deus
Índice de Tópicos
Recurso da Semana
Todas as semanas nós enviamos um novo recurso de autores como John Piper, R.C. Sproul, Mark Dever, e Charles Spurgeon. Inscreva-se aqui—Grátis. RSS.

Sobre esta tradução
English: Pour Out Your Indignation Upon Them

© Desiring God

Partilhar este
Nossa Missão
Esta tradução é publicada pelo Traduções do Evangelho, um ministério que existe on-line para pregar o Evangelho através de livros e artigos disponíveis gratuitamente para todas as nações e línguas.

Saber mais (English).
Como podes Ajudar
Se você fala Inglês bem, você pode ser voluntário conosco como tradutor.

Saber mais (English).

Por John Piper Sobre Ira de Deus
Uma Parte da série Psalms: Thinking and Feeling with God

Tradução por Desiring God

O nome dessa série de mensagens baseadas nos Salmos é "Pensando e sentindo com Deus." A idéia desse nome é que, de um lado, os Salmos são inspirados por Deus e por isso têm o intento de nos instruir sobre como pensar sobre Deus e o homem e o mundo. Do outro lado, os Salmos são poemas ou canções e são feitos para despertar e expressar e moldar nossos sentimentos sobre Deus e o homem e o mundo.

Nós focamos nas mensagens anteriores nos sentimentos de depressão espiritual ou desencorajamento (Salmo 42) e arrependimento e sentimento de culpa (Salmo 51) e gratidão e louvor (Salmo 103). Hoje focamos na emoção da ira, ou mais especificamente o desejo de retaliação ou vingança –a ira que sentimos quando algo horrivelmente errado ou injusto é feito, seja o abuso sexual de uma criança, ou discriminação racial flagrante, ou alguém que tenha assassinado seu esposo(a), ou quebrado os votos de casamento e buscado outra pessoa.

Satisfação na justiça?

Quando você está assistindo um filme, e um grande mal e injustiça é retratado, e você se arrepia de raiva ao parecer que eles se safaram, e alguém nobre, humilde, em sacrifício arrisca sua vida, e captura os vilões e os leva à justiça, é bom sentir uma profunda satisfação pela justiça ter sido feita?

E na sua própria vida real, como você deveria se sentir acerca daqueles que erraram contra você –talvez errado de forma terrível? Como você deveria se sentir, e como você deveria pensar? E o que você deveria fazer?

Salmos que amaldiçoam

Há um grupo de Salmos que são chamados salmos imprecatórios por que eles incluem imprecações, isto é, maldições, julgamentos contra os inimigos de Deus. Estes salmos são comumente considerados problemáticos para nós Cristãos por que Jesus nos ensinou, "Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam; Bendizei os que vos maldizem, e orai pelos que vos caluniam." (Lucas 6:27-28) . E Jesus orou pelos seus inimigos na cruz, "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem." (Lucas 23:34). Então parece que estes salmos estão fazendo o oposto do que Jesus disse e praticou.

Vamos tomar o Salmo 69 como um dos salmos mais imprecatórios e tentar entender ele e como ele deve moldar como nós pensamos e sentimos com Deus.

A chave: o uso do Novo testamento

A chave será como os autores do Novo Testamento usam este salmo - como eles entendem ele. E nós temos muita ajuda nisso por que 7 dos versos desse salmo são citados explicitamente no Novo Testamento, incluindo as partes que são imprecatórias. Os escritores do Novo Testamento não se constrangeram com salmos imprecatórios. Parece de fato que eles acharam eles especialmente úteis para explicar a obra de Jesus e o que ela significa para nós.

Então vamos examinar rapidamente o Salmo e então ver como o Novo testament usa ele.

Uma visão geral do Salmo 69

A situação é que Davi se sente oprimido pelos seus inimigos. Eles não parecem ser inimigos militares mas inimigos pessoais. E eles são impiedosos e perversos.

Davi não se afirma perfeito. De fato, ele admite no verso 5 que cometeu erros e que Deus sabe disso. Mas as hostilidades contra ele não são devidas a esses erros. Eles o odeiam sem causa. E eles o atacam com mentiras. Verso 4: "Aqueles que me odeiam sem causa são mais do que os cabelos da minha cabeça; aqueles que procuram destruir-me, sendo injustamente meus inimigos, são poderosos; então restituí o que não furtei."

Zelo pela glória de Deus

O que está em jogo é que ele é zeloso pela glória de Deus, e seus adversários o reprovam por isso. Verso 7: "Porque por amor de ti tenho suportado afrontas; a confusão cobriu o meu rosto." Verso 9: "Pois o zelo da tua casa me devorou, e as afrontas dos que te afrontam caíram sobre mim." Em outras palavras, o sofrimento dele não é apenas imerecido, mas ele o recebe precisamente como um representante de Deus. "as afrontas dos que te afrontam caíram sobre mim." Quando Deus recebe afronta, o salmista está recebendo afronta. São as pessoas que te odeiam, Deus, que estão fazendo a vida dura para mim, por que eu te represento.

Pedindo por resgate

Ele pede a Deus para resgatá-lo da sua situação miserável. Verso 14: "Tira-me do lamaçal, e não me deixes atolar; seja eu livre dos que me odeiam, e das profundezas das águas." Verso 18: "Aproxima-te da minha alma, e resgata-a; livra-me por causa dos meus inimigos."

Então vêm os versos 22-28, que são inteiramente imprecações ou maldições aos seus inimigos. Ele ora a Deus que esses inimigos - os inimigos dele e de Deus - experimentem a força completa do julgamento de Deus e que eles não sejam absolvidos. Ele não está orando pela salvação deles; ele está orando pela condenação deles. Versos 22-24:

Torne-se-lhes a sua mesa diante deles em laço, e a prosperidade em armadilha. Escureçam-se-lhes os seus olhos, para que não vejam, e faze com que os seus lombos tremam constantemente. Derrama sobre eles a tua indignação, e prenda-os o ardor da tua ira.

Clamando por ajuda

Então ele fecha o salmo com outro clamor por ajuda e uma promessa de louvor. Verso 29-30: "Eu, porém, sou pobre e estou triste; ponha-me a tua salvação, ó Deus, num alto retiro. Louvarei o nome de Deus com um cântico, e engrandecê-lo-ei com ação de graças."

Então, em resumo, aqui nós temos o rei Davi, um homem imperfeito (v. 5), mas um homem reto (v. 28), um homem que ama a glória de Deus, confia na misericórdia de Deus para expiação e redenção (v. 18), e que se levanta pela causa dos humildes (vv. 32-33), e e que está sofrendo a imerecida perseguição dos seus inimigos e inimigos de Deus. E no meio deste lamento e clamor por ajuda, ele devota 7 versos para clamar a Deus para punir estes inimigos.

Salmo 69 no Novo testamento

Então como o Novo Testamento lida com este salmo?

Primeiro, nós devemos dizer que o Novo Testamento ao citar o salmo nunca está embaraçado pelo salmo nem é crítico dele. Ele nunca trata o salmo como algo que devemos rejeitar ou deixar pra trás. Ele nunca trata o salmo como uma pecaminosa vingança pessoal. Então nós aprendemos do Novo Testamento, assim como poderíamos esperar, já que Jesus honrou os Salmos como inspirados por Deus (Marcos 12:36; João 10:35; 13:18), que esse salmo é reverenciado e honrado como verdade sagrada.

O Novo Testamento cita o Salmo 69 de, pelo menos, duas formas importantes: Ele cita o salmo como palavras de Davi, e ele cita o salmo como as palavras de Jesus. Vejamos cada um por vez e então fechemos questionando como devemos ler o salmo hoje e como devemos pensar e sentir sobre a oração de Davi pela punição de homens violentos e maus.

1) Como as palavras de Davi

Primeiro, Romanos 11:9-11 cita Salmo 69:22-23. Aqui está o que o salmo diz:

Torne-se-lhes a sua mesa diante deles em laço, e a prosperidade em armadilha. Escureçam-se-lhes os seus olhos, para que não vejam, e faze com que os seus lombos tremam constantemente.

Este é o começo da oração de Davi para que Deus derramasse sua indignação sobre seus adversários (v.24). Ele ora para que assim como lhe deram veneno por comida (v. 21), que a mesa deles se torne desgraça para eles. A mesma abundância que eles acham que têm se mostraria ser sua sentença. E ele ora para que eles se tornassem cegos e inaptos para encontrar seus caminhos e que o tremor se apoderasse deles para sempre.

Em outras palavras, essa oração é uma oração pela condenação deles, a destruição deles, a maldição deles. Versos 27-28: "Acrescenta iniqüidade à iniqüidade deles, e não entrem na tua justiça. Sejam riscados do livro dos vivos, e não sejam inscritos com os justos." Davi os dirige para a perdição, para o inferno.

Não é uma vingança pessoal pecaminosa

Agora, você poderia pensar que se este salmo fosse uma pecaminosa vingança pessoal, o apóstolo Paulo teria pelo menos evitado ele e talvez consertado ele. Mas ele faz justamente o oposto. Ele vai direto a este texto para apoiar seu ensino em Romanos 11. Ele nem ao menos se desconcertou com este salmo. Em Romanos 11 ele ensina que a maioria de Israel havia rejeitado Jesus como seu Messias e havia se colocado debaixo do juízo de Deus. O juízo é que um endurecimento havia vindo sobre a maior parte de Israel para que eles não crêssem.

Romanos 11:7: "Pois quê? O que Israel buscava não o alcançou; mas os eleitos o alcançaram, e os outros foram endurecidos." Verse 25: "Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado." Então um dos principais ensinamentos de Paulo em Romanos 11é que Deus está sentenciando Israel com este endurecimento até que a plenitude dos gentios de Deus seja salva.

Falando por Deus

Neste contexto, Paulo remonta ao então chamado imprecatório Salmo 69 (de todos os textos do Velho Testamento que ele poderia ter citado) para apoiar seu ponto e cita os versos 22-23 em Romanos 11:9-11: "E Davi diz: Torne-se-lhes a sua mesa em laço, e em armadilha, E em tropeço, por sua retribuição; Escureçam-se-lhes os olhos para não verem, E encurvem-se-lhes continuamente as costas."

Em outras palavras, a forma que Paulo interpreta as palavras de Davi não é como uma vingança pessoal pecaminosa mas como uma fidedigna expressão do que acontece com os adversários do ungido de Deus. Davi é o rei ungido de Deus, e ele está sendo rejeitado e reprovado e injuriado. Davi manifesta muita paciência na sua vida (Salmo 109:4). Mas chega um ponto que Davi fala como um ungido, inspirado por Deus, e pela sua oração entrega seus adversários às trevas e endurecimento. Eles experimentarão esta sentença por que Davi está falando por Deus.

Sóbrias, Proféticas Palavras de Julgamento

Paulo não ouve palavras meramente emocionais de retaliação na voz de Davi. Ele ouve palavras proféticas e sóbrias de julgamento que o ungindo de Deus quer trazer aos seus adversários. Por isso que ele cita estas palavras em Romanos 11 onde ele defende este mesmo ponto: Os adversários de Cristo, o Messias de Deus, vão ser imersos em escuridão e endurecidos como parte do jugamento de Deus.

Esta é a primeira forma pela qual o Novo Testamento cita o Salmo 69, especificamente, como as palavras proféticas de julgamento pelo porta-voz inspirados por Deus sobre os adversários do ungido de Deus.

2) Como as Palavras de Jesus

A segunda maneira pela qual o Novo Testamento cita Salmo 69 é como as palavras do próprio Jesus. A razão para isso é que Jesus é o Filho de Davi (Romanos 1:3; Mateus 21:15; 22:42) e o que aconteceu com Davi como ungido real de Deus é prenúncio do ungido final, o Messias, Jesus. Então Jesus leu esse salmo e viu a sua própria missão sendo vivida em antecendência.

Quatro exemplos rápidos:

a) Jesus limpando o Templo

Em João 2:13-17 nós lemos sobre como Jesus expulsou os vendedores do templo. Verso 16 diz, "E disse aos que vendiam pombos: Tirai daqui estes, e não façais da casa de meu Pai casa de venda." Os discipulos impregnados de bíblia vêem essa paixão pela casa de Deus, e eles ouvem Jesus chamar o templo de "a casa de meu Pai," e eles lembram as palavras do Salmo 69:9. Verso 17: "E os seus discípulos lembraram-se do que está escrito: O zelo da tua casa me devorará." Em outras palavras, eles vêem nas palavras e ações de Davi um prenúncio das palavras e ações de Cristo.

b) Jesus odiado pelos seus

Em João 15:24-25 Jesus é odiado pelos líderes judeus assim como Davi foi odiado pelo seu próprio povo (verso 8). Dessa vez o próprio Jesus é quem cita explicitamente Salmo 69 como parte da “Lei” de Deus ou instrução de Deus. Ele diz, "Se eu não tivesse feito entre eles as obras que ninguém mais fez, eles não seriam culpados de pecado, mas agora eles tem visto e odiado a mim e ao Pai. Mas a palavra que está escrita na Lei deles deve ser cumprida: Ele me odiaram sem causa." Esta é uma citação do Salmo 69:4: "Aqueles que me odeiam sem causa são mais do que os cabelos da minha cabeça."

Então o próprio Jesus está consciente das experiências de Davi e vê elas como prenúncio das suas próprias experiências e diz, quando davi é odiado pelos seus adversários, isso aponta para minha experiência e deve ser cumprido em mim.

c) Jesus na Cruz

Na cruz, no momento mais importante da história, Jesus traz sua vida a um fim, intencionalmente cumprindo o Salmo 69 mais uma vez em sua própria experiência. No verso 21 Davi tinha dito, "Deram-me fel por mantimento, e na minha sede me deram a beber vinagre."

Evidentemente Jesus tinha vivido nesse salmo e absorveu esse salmo e fez desse salmo parte do seu próprio ser. De outra maneira, eu não sei como nós poderíamos explicar João 19:28-30. Aqui ele está pendurado na cruz em horrível agonia e nós lemos:

Depois, sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para que a Escritura se cumprisse, disse (Para cumprir as Escrituras): "Tenho sede." Estava, pois, ali um vaso cheio de vinagre. E encheram de vinagre uma esponja, e, pondo-a num hissopo, lha chegaram à boca. E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: "Está consumado." E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.

De acordo com o apóstolo João, Jesus morreu cumprindo o Salmo 69. Que tributo mais glorioso poderia ser dado a um salmo? O salmo que nós tendemos a pensar ser um problema por causa de suas imprecações, foi aquele que Jesus viveu e aquele que o carregou para a cruz e através da cruz.

d) Jesus suportando a afronta

2.4. Mais uma ilustração do Salmo 69 como as palavras de Jesus: No verso 9 Davi diz a Deus, "e as afrontas dos que te afrontam caíram sobre mim." Em Romanos 15 Paulo está chamando os cristãos para serem pacientes com os fracos e para negarem a si mesmos e receber os outros humildemente.

Maravilhosamente neste ponto, ele entra novamente no Salmo 69:9 e diz, "Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação.Porque também Cristo não agradou a si mesmo, mas, como está escrito: Sobre mim caíram as injúrias dos que te injuriavam." Em outras palavras, ele pega as palavras de Davi e vê elas cumpridas em Cristo. E a coisa específica que ele foca é que Cristo de boa vontade suportou as afrontas dos homens.

Então parece que Salmo 69 tem duas pontas no Novo Testamento. Uma ponta é a do julgamento: As imprecações não são retaliações pessoais pecaminosas mas aprovação profética da justa retribuição de Deus pelo pecado.

A outra ponta é o sofrimento do ungido de Deus. Este sofrimento é suportado por amor a Deus. E o sofrimento é tanto o meio pelo qual os adversários são trazidos ao arrependimento e são salvos, ou o meio pelo qual eles são confirmados em seu endurecimento e condenados.

Como o Salmo 69 deveria nos afetar?

Então nós voltamos e concluímos com a pergunta: Como nós deveriamos pensar e sentir quando nós lemos o Salmo 69 hoje? Três respostas:

1) Aprovação do Julgamento de Deus

Nós deveríamos ouvir a voz divinamente inspirada de Davi, o ungido do Senhor, sofrendo para a glória de Deus, e expressando seu desejo e aprovação pelo julgamento de Deus sobre os adversários do Senhor que não se arrependem. Ele está deixando claro que o julgamento de Deus vem, e isto é certo, e até mesmo desejável, e que isto deve vir quando os adversários estão além do arrependimento. Existe um julgamento divino a caminho, e naquele dia os cristãos irão aprovar o que Deus fizer. Isto é o que as imprecações de Davi deixam claro. Isto é o que nós deveríamos pensar e sentir.

2) Prenunciando o Ministério de Jesus

Nós deveríamos ouvir Davi como o prenúncio do ministério de Jesus. O que Davi experimenta como o ungido do Senhor, Jesus irá completar de maneiras mais grandiosas em seu próprio sofrimento e morte. Seu sofrimento será um sofrimento de salvação e condenação. Para aqueles que aceitarem isso como sua glória, ele salvará. Para aqueles que são endurecidos por isso, ele condenará.

Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento? Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus. (Romanos 2:4-5) 3)

3. Incentivo a perdoar

E quanto a nós? Quando nós lemos estas palavras, o que deveríamos pensar e sentir e fazer?

A coisa principal para dizer é que nós não devemos tomar as imprecações como encorajamento ou incentivo para amaldiçoar nossos inimigos. De fato, na mente de Paulo o salmo nos leva exatamente à direção oposta. Paulo cita o salmo em Romanos 15:3 para nos encorajar a negarmos a nós mesmos ao invés de satisfazer o desejo de vingança. "Cristo não agradou a si mesmo, mas como está escrito: ‘As afrontas dos que me afrontaram caíram sobre mim.’ " Em outras palavras, suporte, perdoe.

Mas não é porque não há ira, nem punição e nem julgamento no Salmo 69. É precisamente porque há julgamento. E não cabe a nós executá-lo. O fato de que Deus irá fazê-lo, e para Ele é certo fazê-lo, é a razão pela qual somos capazes de seguir a Jesus no sofrimento por aqueles que nos têm ofendido:

Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. (Romanos 12:19-21)

As brasas irão purificar se houver arrependimento, e punir se não houver. Deus irá decidir. Nós iremos aprovar. Mas até aquele dia de julgamento, nós seguimos as palavras do Rei Ungido: "Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos aborrecem, bendizei os que vos maldizem e orai pelos que vos caluniam. . . . e sereis filhos do Altíssimo" (Lucas 6:27-29, 35)