O Muro entre você e a vontade de Deus
De Livros e Sermões BÃblicos
Por Marshall Segal Sobre Conhecer a Vontade de Deus
Tradução por Anna Rodrigues
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O apóstolo Paulo diz sobre Deus: "Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Pois quem conheceu a mente do Senhor?” Alguns versículos depois, ele diz: "Vocês poderão discernir qual é a vontade de Deus". Ele diz: "É impossível compreender ou apreender a mente de Deus." Então ele diz: E você vai aprender isso.
Já conhecemos, por meio de outras passagens das Escrituras, as maiores e mais amplas dimensões da vontade de Deus para nós — o que Ele revelou em Sua palavra. Paulo diz: “Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” (1 Tessalonicenses 4:3). A vontade Dele é que você se torne cada vez mais semelhante a Cristo. E então, no capítulo seguinte: “Alegrem-se sempre, orem sem cessar, deem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus” (1 Tessalonicenses 5:16-18). A vontade de Deus é que vocês se alegrem sempre, não apenas de vez em quando, que orem persistentemente sobre tudo e que deem graças em meio a qualquer dificuldade.
O apóstolo Pedro também diz: “Esta é a vontade de Deus: que, praticando o bem, silencieis a ignorância dos insensatos” (1 Pedro 2:15). A vontade de Deus para você é que faça o tipo de bem que, com a ajuda e a força dele, o mundo não possa negar ou envergonhar.
Conhecemos mais da vontade de Deus do que muitas vezes percebemos, mas há muito mais — infinitamente mais — que ainda não sabemos (sua “vontade secreta”), e algumas coisas que talvez nunca compreendamos completamente. Nem mesmo o céu parecerá o fim de nossa jornada em direção à Sua vontade; parecerá o início, sem pecado e libertador, de uma exploração sem fim de Sua mente e coração.
Então, o que fazemos com o que não sabemos agora?
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Quem sabe?
O próprio Paulo lutou para encontrar a vontade de Deus. Ele disse: “[Estou] pedindo que, de alguma forma, pela vontade de Deus, eu finalmente consiga chegar até vocês” (Romanos 1:10). Não sei qual é a vontade secreta de Deus para mim nesta situação, mas estou orando para que ele me envie até vocês. E então ele diz: “[Orem por mim] para que, pela vontade de Deus, eu possa ir até vocês com alegria e ser revigorado na companhia de vocês” (Romanos 15:32). Eu quero a alegria e o revigoramento, mas ainda não sei qual é a vontade de Deus.
Qual é a vontade de Deus para você, em sua opinião? O que você planeja ou deseja fazer, se Ele assim o desejar?
Sabendo o que é esse tipo de dúvida, Paul diz:
Ó profundidade das riquezas, da sabedoria e do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e quão inescrutáveis os seus caminhos! “Pois quem conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem lhe deu um presente para que lhe fosse retribuído?” Pois Dele, por meio Dele e para Ele são todas as coisas. A Ele seja dada a glória para sempre. Amém. (Romanos 11:33-36)
Em Romanos 9–11, Paulo escalou os penhascos mais íngremes da vontade soberana e misteriosa de Deus, especificamente no que diz respeito à eleição. E enquanto ele olha para cima e vê outra crista estendendo-se até as nuvens, ele diz — não, ele canta — sobre tudo o que vê (e ainda não vê), Insondável! Inescrutável! Supremo! “A Ele seja a glória para sempre!”
Discernir a vontade de Deus
Nos versículos seguintes, ele diz:
Portanto, irmãos, rogo-vos pelas misericórdias de Deus que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não se conformem com este mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Romanos 12:1-2)
Quando Paulo nos chama a viver como sacrifícios e, ao fazê-lo, a começar a discernir a vontade oculta de Deus, ele está construindo uma casa de adoração nas montanhas da glória de Deus, conforme descrito em Romanos 9-11.
Os juízos de Deus são insondáveis. Seus métodos são insondáveis. Sua mente é insondável. Portanto, vivam como pessoas passíveis de serem investigadas, acessíveis e oferecendo pequenos sacrifícios de louvor (Romanos 12:1). Humilhe-se como seu servo para elevá-lo como seu tesouro. E, à medida que você fizer isso, Deus o levará cada vez mais alto na montanha. Você buscará o inbuscável, compreenderá o insondável, conhecerá o incognoscível. Você começará a “discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, agradável e perfeito” (Romanos 12:2).
Paulo aprofunda-se o máximo possível nos mistérios de Deus para nos ajudar a confiar em Deus nas coisas que ainda não sabemos — e haverá muito que nunca saberemos ou compreenderemos completamente nesta vida. Mas, tendo feito parecer impossível a missão de conhecer os caminhos e a vontade de Deus, ele nos convida a assumir essa missão, a fazer o impossível.
Ao viver para a glória de Deus, você começará a perceber mais da vontade dele para a sua vida.
Transforme sua mente
Será que Paulo nos dá mais alguma pista sobre como devemos nos apresentar como sacrifícios vivos à beleza e ao valor de Deus? Ele afirma: “Não se conformem com este mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar...” (Romanos 12:2). Nos libertamos dos padrões e prioridades deste mundo e, aos poucos, remodelamos nossas mentes, transformando a maneira como pensamos, o que queremos e como vivemos.
Como somos transformados? “Todos nós, com o rosto descoberto, contemplando a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na mesma imagem. Pois isto vem do Senhor, que é o Espírito” (2 Coríntios 3:18). E como contemplamos a glória do Senhor? Ouvimos a voz de Deus (em sua palavra) enquanto ele nos revela como as coisas realmente são. Examinamos as Escrituras, porque todas elas dão testemunho da glória de Cristo (João 5:39).
Quanto mais nos aprofundarmos em sua palavra e quanto mais nos assemelharmos a ele, pelo poder do seu Espírito, em nossas vidas, seremos capazes de compreender e explorar mais a mente infinita de Deus.
Quebre a parede
Talvez o maior obstáculo para compreendermos melhor a vontade de Deus para nós seja nossa própria paixão, até mesmo obsessão - por nós mesmos. No versículo seguinte — logo após dizer: “...para que, por meio da experimentação, vocês possam discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, agradável e perfeito” — Paulo diz: “Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vocês que não pense de si mesmo além do que convém; pelo contrário, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus lhe concedeu” (Romanos 12:3). Qual é o muro que nos separa da vontade de Deus? Nós somos. Nosso orgulho. Nossa autoestima é maior do que deveríamos.
Se quisermos permanecer conformados com este mundo, devemos ver e avaliar tudo, inclusive o próprio Deus, através de nós mesmos — com base em como ele (ou ela, ou isso) nos beneficia, nos afirma e nos destaca. Mas se quisermos resistir à conformidade com este mundo e renovar nossas mentes, adaptando nossa vontade à vontade de Deus, não teremos uma opinião tão elevada de nós mesmos. Começaremos a perceber quão pequenos somos e nos esforçaremos para fazer com que nossa existência diminuta, imperfeita e insignificante destaque a glória imensa, perfeita e eterna de Deus. E seremos mais felizes diante da Sua glória do que jamais fomos buscando a nossa própria.
Se quisermos escalar as montanhas inescaláveis da majestade de Deus e começar a discernir a sua vontade, devemos morrer para o nosso próprio senso de grandeza. Precisamos nos libertar das ilusões sobre os prazeres e a aceitação do nosso pequeno mundo e fixar os olhos do nosso coração na grandeza e na beleza do nosso Deus.
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