Direcione Suas Preocupações para Deus
De Livros e Sermões BÃblicos
Por Scott Hubbard Sobre Soberania de Deus
Tradução por Vanderci Sentello
Você pode nos ajudar a melhorar por rever essa tradução para a precisão. Saber mais (English).
Não havia mais dinheiro para o leite.
As doações para o orfanato estavam secando há meses. Semana após semana, eles tinham sobrevivido com apenas o suficiente: um dólar aqui, alguns centavos ali, gotas em comparação com o rio de provisões que antes conheciam.
O diretor se levantou da cama e pensou nas centenas de crianças que ainda dormiam. Eles acordariam em breve. Eles vinham para a cozinha esperando leite, um alimento básico do café da manhã no orfanato. E se Deus não interviesse, eles iriam embora com fome.
Ele orou na caminhada de dois minutos até o orfanato. Ele pediu que Deus mostrasse compaixão como um Pai para com seus filhos, que ele não colocasse sobre eles, mais do que eles poderiam suportar e que ele de alguma forma providenciasse o dinheiro que eles precisavam para o leite.
Tabela de conteúdo |
Pobres e em Paz
Se alguém tinha o direito de se preocupar, era George Müller. Durante décadas, ele passou por provações de fé, que deixariam muitos de nós destruídos na mente e no corpo. Mais de dez mil crianças dependiam dele para comida, roupas e abrigo ao longo de sua vida. Seus orfanatos viveram por anos à beira da pobreza. E ele se comprometeu desde o início, a nunca pedir dinheiro a ninguém além de Deus.
Mas poucas pessoas andaram com mais da paz de Deus que “excede todo entendimento” (Filipenses 4:7, NAA). Repetidas vezes em sua autobiografia, ou em seu livro mais curto, Respostas à Oração, os leitores acham Müller pobre, oprimido por cuidados e ainda assim em paz.
A chave para Müller era a oração. John Piper escreve: “Quando perguntaram a George Müller sobre como ele poderia estar tão calmo no meio de um dia agitado com tantas incertezas no orfanato, ele respondeu algo como: ‘Eu direcionei sessenta coisas ao Senhor esta manhã’” (The Satisfied Soul, 308). Como Müller lidou com as preocupações de dez mil órfãos? Ele as tirou, uma por uma, de seus próprios ombros e as colocou sobre os de Deus.
Em um sermão sobre Filipenses 4:6–7, Müller nos diz como.
1. Ouça o convite de Deus
Quando levamos nossas preocupações a Deus em oração, nunca encontraremos um ouvido surdo ou um olhar relutante. Em vez disso, encontraremos um Pai que de bom grado inclina o ombro para carregar nossas preocupações.
Os filhos de Deus, diz Müller, “são permitidos, não apenas permitidos, mas convidados, não apenas convidados, mas ordenados, a levar todos os seus cuidados, tristezas, provações e desejos ao Pai celestial. Eles devem direcionar todas as suas preocupações para Deus.”
O mandamento que Müller tem em mente — “Não fiquem preocupados com coisa alguma” (Filipenses 4:6) — é apenas um exemplo em uma Bíblia cheia de convites para transferir nossas preocupações para Deus. Quando examinamos as páginas das Escrituras, vemos um Pastor que nos reúne em seus braços (Isaías 40:11), um Noivo que torna seus os nossos problemas (Efésios 5:25–27), um Rei que nos esconde em sua torre (Provérbios 18:10), um Guerreiro que luta nossas batalhas (Êxodo 14:14). Em quase todas as páginas, Deus nos convida a sair dos ventos turbulentos de nossas preocupações e entrar no calor de seu lar.
Nossas preocupações podem parecer próximas de nós, mas em Cristo nosso Pai está mais perto. Ouça o convite dele e venha.
2. Direcione Todas as Grandes Preocupações
Às vezes, sentimos que nossas preocupações são grandes demais até mesmo para Deus carregar. Talvez não consideremos o pensamento consciente, mas no fundo duvidamos que a paz de Deus possa guardar nossos corações e nossas mentes, enquanto durarem essas preocupações.
Müller reconhece isso: "Mas você diz, como posso eu, uma esposa com um marido dado à bebida, não ficar ansiosa?" Poderíamos citar uma centena de outras preocupações que parecem tão pesadas. Mas Müller continua dizendo, “É a vontade de seu Pai celestial, que você não fique ansioso mesmo em tais circunstâncias. . . . Se você direcionar a preocupação sobre Deus e depositar todo o seu cuidado sobre ele, estará livre de ansiedade até mesmo em relação a isso.”
Nós não podemos colocar muito peso nos ombros de Deus. Nenhuma de nossas preocupações é muito pesada para o Deus que já viajou para as profundezas de nossa miséria, carregou nossa maldição em suas costas e depois jogou as correntes da morte (Filipenses 2:5–11). Para cada preocupação, desejo ou fraqueza, não importa quão grande seja, ele diz: “E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, tudo aquilo de que vocês precisam.” (Filipenses 4:19).
3. Direcione Todas as Pequenas Preocupações
Mas Deus se preocupa mais do que nossas maiores preocupações. Ele se preocupa com as menores preocupações que pesam em nossos corações. Se nem um fio de cabelo em nossa cabeça passar despercebido (Mateus 10:30), se nem uma lágrima em nosso rosto passar despercebida (Salmo 56:8), e se nem um grito de nossa boca passar despercebido (Salmo 6:8), então nenhuma de nossas preocupações passará despercebida por Deus.
“Não são simplesmente grandes assuntos que devemos trazer diante de Deus, não simplesmente pequenas coisas, mas ‘tudo’”, escreve Müller. “Portanto, todos os nossos assuntos, temporais ou espirituais, vamos trazê-los diante de Deus. E isso pela simples razão de que a vida é feita de pequenas coisas.”
Para os cristãos mais ansiosos, a preocupação não fica quieta, quando as circunstâncias externas o fazem. Mesmo quando tudo ao redor está calmo — nossas famílias saudáveis, nossos empregos seguros, nossas amizades estáveis — a preocupação pode funcionar com o menor dos fardos. Portanto, devemos pegar até mesmo essas ninharias, por mais insignificantes que pareçam e colocá-las sobre os ombros de nosso Pai. Como Müller escreve, “Quando temos pequenos fardos, devemos dizer ao nosso Pai celestial: ‘Não tenho força para esse peso, não posso carregar o fardo.’” E então lembre-se: “Nosso Pai celestial está pronto para fazer isso por nós.”
Com o tempo, direcionar toda preocupação para Deus pode se tornar tão instintivo, quanto uma criança assustada buscando seu pai.
4. Continue Direcionando
Claro, nossas preocupações nem sempre saem suavemente de nossas costas no momento em que nos levantamos dos joelhos. Algumas preocupações nos dominam, que uma única oração não pode afrouxar. Então, Müller nos diz, devemos continuar direcionando.
Ele diz, “Agora, isto é o que podemos ter que fazer: não simplesmente mencionar nosso pedido diante de Deus, mas continuar pedindo de novo e de novo com fervorosa oração e súplica até recebermos.” Às vezes, o alívio de nossas preocupações vem apenas do outro lado da oração sincera e suplicante, como quando Paulo recebeu conforto por seu espinho apenas depois de três petições (2 Coríntios 12:8).
Em uma das muitas histórias de Müller sobre a provisão de última hora de Deus, ele nos dá uma pista de porque Deus às vezes demora para nos trazer alívio. Ele escreve: “Ele estava desde o início no coração de Deus para nos ajudar; mas porque ele se deleita nas orações de seus filhos, ele nos permitiu orar por tanto tempo” (Respostas à Oração, 25).
Deus se deleita nas orações de seus filhos e longas temporadas de joelhos podem cultivar esse mesmo prazer em nós. Quando Deus nos chama para transferir nossas preocupações para ele não uma ou duas vezes, mas continuamente, ele nos convida a aprofundar suas promessas, permanecer mais tempo em sua presença e, eventualmente, descobrir, como muitos dos salmistas fizeram, que “Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado; ele salva os de espírito oprimido (Salmo 34:18)
Provas Preciosas
Enquanto Müller orava em sua caminhada até o orfanato, ele encontrou um colega Cristão que havia se levantado cedo para o trabalho. Os dois trocaram saudações, conversaram brevemente e depois se separaram. Mas um minuto depois, Müller ouviu passos apressados atrás dele. Seu conhecido correu de volta, colocou algum dinheiro na mão de Müller e disse: "para os órfãos." O suficiente para pagar pelo leite.
Como Müller se lembrou da história, ele escreveu: “Verdadeiramente, vale a pena ser pobre e muito provado na fé, por ter dia a dia tais provas preciosas do interesse amoroso que nosso bondoso Pai toma em tudo o que nos diz respeito” (Respostas à Oração, 14).
Por que Deus testa diariamente nossa fé? Para que ele possa nos sustentar diariamente (Salmo 68:19). Por que Deus enche nossos corações de cuidados? Para que ele possa nos alegrar com seu conforto (Salmo 94:19). Por que Deus coloca fardos em nossas costas? Para que ele possa levantá-los sobre as suas (Salmo 55:22).
Enquanto a preocupação nos atrai para carregar os fardos de um mundo quebrado sobre nossas próprias costas quebradas, ouça o convite constante de seu Pai para chegar a ombros mais largos. Aproxime-se dele por meio de Jesus “com gratidão” (Filipenses 4:6) e saiba que o Deus que suportou as preocupações de ontem, também é capaz de suportar as de hoje. Pegue suas preocupações, uma por uma e aprenda a colocá-las sobre ele.