Quando o riso é um ato de provocação

De Livros e Sermões Bíblicos

Revisão de 18h43min de 8 de abril de 2025; Pcain (disc | contribs)

Recursos relacionados
Mais Por Joe Rigney
Índice de Autores
Mais Sobre Santificação e Crescimento
Índice de Tópicos
Recurso da Semana
Todas as semanas nós enviamos um novo recurso de autores como John Piper, R.C. Sproul, Mark Dever, e Charles Spurgeon. Inscreva-se aqui—Grátis. RSS.

Sobre esta tradução
English: When Laughter Is an Act of Defiance

© Desiring God

Partilhar este
Nossa Missão
Esta tradução é publicada pelo Traduções do Evangelho, um ministério que existe on-line para pregar o Evangelho através de livros e artigos disponíveis gratuitamente para todas as nações e línguas.

Saber mais (English).
Como podes Ajudar
Se você fala Inglês bem, você pode ser voluntário conosco como tradutor.

Saber mais (English).

Por Joe Rigney Sobre Santificação e Crescimento

Tradução por Ana Sant'Anna

Review Você pode nos ajudar a melhorar por rever essa tradução para a precisão. Saber mais (English).



Quando finalmente recebe a notícia, você espera estar preparado. Você nunca sabe até a hora chegar, até que finalmente é confrontado com a realidade tão aguardada.

Há poucas semanas atrás, minha mãe me ligou dizendo que a longa luta de meu pai com o Alzheimer e Parkinson tinha chegado ao fim. Sete anos de memórias que se foram, de perda de peso, de uma morte lenta. Sete anos de declínio, então o estado dele ficava estacionado e voltava a declinar fortemente. Sete anos com os ombros se curvando, mãos trêmulas e olhos cada vez mais vazios. Eles finalmente chegaram ao fim.

Memórias de um pai feliz

Ele nem sempre foi assim. Nas semanas após a morte de meu pai, eu vi fotos e assisti vídeos antigos. Eles reavivaram a memória que tinha do meu pai quando ele estava bem, antes que sua luz se apagasse e ele se fosse deste mundo. Você pode ver o brilho em seus olhos em cada foto, o sorriso maroto que mostrava que ele tinha uma frase de efeito prestes a usar com você, a facilidade com que ele se relacionava com todos ao seu redor.

Através dele tive minha primeira experiência da verdadeira masculinidade. Quando acordava cedo para preparar o café ou ficava até tarde lavando a louça, ele personificava a ideia da responsabilidade sacrificial, que é a marca da masculinidade.

Ao ver essas fotos eu lembrei do pai que perdi: presente e ativo, envolvido com seus filhos sem se envergonhar deles, feliz e esquecendo até de si mesmo. Quando falo: "Seja o sorriso de Deus para seus filhos", na minha mente lembro-me apenas do seu sorriso, sua presença, sua risada. Sinto falta dele.

Vivendo sob a sombra escura da morte

No final, meu pai não estava rindo mais. Seus olhos estavam meio fechados, seu corpo contorcido pela doença assoladora, sua boca aberta e com a respiração difícil. A morte é horrível. Não há nada de romântico nela. Nosso recuo instintivo quando a vemos de perto nos lembra que ela não é natural, ela é uma maldição. Nós fomos criados para viver, mesmo que, por causa do pecado, nascemos para morrer.

Quando recebi o telefonema da minha mãe, me lembrei que a morte lança uma longa sombra. Eu pude senti-la vindo sobre minha casa, sobre minha família. Como escuras nuvens de trevas e desespero, elas se instalaram no ar da minha casa, nos sufocando com o cheiro fétido de sua realidade imparável.

Naquele momento, me veio a seguinte pergunta: O que farei quando vir a escura sombra da morte se aproximando, quando vê-la voando até mim pelo ar como se lançada por uma flecha diabólica? Então como poderei viver ao ver o último inimigo (1 Coríntios 15:26) no horizonte, cingido para a batalha? Como não desperdiçar a hora da partida prematura do meu pai?

Dardos inflamados e dedos disparados

Felizmente, meu pai me ensinou bem e eu estava pronto. Em meio à preparação para uma longa viagem de volta pra casa, eu peguei meu filho mais novo, botei ele na cama e tivemos a batalha de cócegas da nossa vida. Nós rimos até nossa barriga doer. Meu pai talvez não conseguisse mais rir. Então eu e meu filho rimos por ele, eu entre lágrimas e dor, e ele com o olhar cristalino da alegria da infância. Depois, eu escrevi isso:

A morte veio para a última risada, um dardo inflamado vindo do punho escamoso do dragão e sua cria maligna. Mas meu escudo amassado e desgastado pela batalha rebateu a flecha negra e apagou a chama demoníaca. Vou reacender essa flecha pontiaguda com a graça comprada pelo sangue e mandá-la de volta de onde ela veio. O último ato de meu pai será um ato de guerra, outro ataque aos portões caídos da morte.

A flecha mortal do diabo encontrou seu fim nesse escudo da fé. Mais do que isso, ele foi levantado quando meus dedos dispararam e as gargalhadas que saíram da barriga do meu filho atingiram o ar que antes era governado sem contestação pelo Príncipe das Trevas. Mas céu e terra são agora um campo de batalha e o príncipe das trevas bateu em retirada. O Filho do homem foi levantado e o desafio foi lançado por terra. Assim como meu pai, eu sou de Cristo e estou travando uma batalha com essas risadas, esses dedos, o brilho nos olhos jovens do bom neto de um homem.

Subo nos ombros de meu pai e alcanço o céu. Posso ver mais além porque suas costa eram fortes. E agora eu ponho meus próprios filhos sobre meus ombros para que eles também possam perseguir o horizonte da bondade de Deus. Meu pai plantou suas sementes e eu sou seu fruto, um de muitos. Então irei plantar e plantar de novo, até que a colheita venha e sejamos todos colhidos juntos. No final, a morte não passa de uma sombra, engolida pelo brilho do dia eterno. Jesus nos mostrou o caminho: A morte do fiel sempre leva à ressurreição no mundo de Deus, por causa do evangelho, porque a Palavra tornou-se carne, porque Deus habita em nosso meio. E então com pesar e dor, entre choro e lágrimas, podemos cantar:

Oh venha, o dia de primavera venha e alegre
Nossos espíritos por teu advento aqui
Dispersar as nuvens sombrias da noite
E as sombras escuras da morte voam
Alegrai-vos! Alegrai-vos! Emanuel
Virá sobre ti, Oh Israel