Rute: O Melhor Está Para Vir
De Livros e Sermões BÃblicos
Por John Piper
Sobre Esperança
Uma Parte da série Ruth: Sweet & Bitter Providence
Tradução por Francisco José Batista Chambel
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Rute 4
Enquanto chegamos ao fim da nossa série acerca do livro de Rute, a pergunta principal que nos deveríamos fazer é: “Qual é a lição deste livro?” Qual é a lição com que o autor quer que fiquemos depois de ter lido esta história?
A lição do Livro de Rute
Eis aqui aquilo que eu sugiro, que seja a lição principal: A vida dos piedosos não é um caminho em linha reta em direção a glória, mas eles lá chegarão. A vida dos piedosos não é uma estrada Interestatal1 mas sim uma estrada estatal2 através das Montanhas de Blue Ridge do Tenessee. Existem deslizamentos de terra e precipícios e nevoeiros escuros e ursos e curvas escorregadias e inversões de marcha que nos fazem voltar atrás para poder conseguir avançar. Mas ao longo de toda esta perigosa e tortuosa estrada que não nos deixa antever a longas distâncias existem sinais frequentes que dizem:” O melhor ainda está para vir”. E no canto inferior direito escritas com uma mão inconfundível estão as palavras, “Enquanto Eu viver diz o Senhor!”.
O livro de Rute é um desses sinais para ser lido. Foi escrito e tem sido pregado para nos dar algum encorajamento e esperança radiantes de que todas as voltas inesperadas que a nossa vida dá ultimamente não são becos sem saída. Em todos os contratempos da nossa vida, enquanto crentes Deus está a planear a nossa alegria.
Contrariedades, Esperança, e Estratégias de Retidão
A história de Rute é uma série de contrariedades. No capítulo 1 Noemi e o seu marido e os seus dois filhos foram obrigados a partir da sua terra natal em Judá por causa da fome. De seguida o marido de Noemi morre. Os seus filhos casam-se com mulheres moabitas e durante 10 anos, estas mulheres são estéreis. Depois os seus dois filhos morrem deixando duas viúvas na casa de Noemi. Apesar de Rute se manter fiel a Noemi, o capítulo 1 acaba com uma queixa amarga da parte de Noemi:” Parti com as mãos cheias….e o Senhor fez-me voltar de mãos vazias.”
No capítulo 2 Noemi é preenchida de uma esperança renovada porque Booz aparece em cena como um possível marido para Rute. Mas ele não se propõe a Rute. Ele não faz nenhum movimento. Pelo menos é o que parece à primeira vista. E então o capítulo fecha transbordando de uma esperança radiante, mas também com grande suspense e incerteza de como tudo vai acabar.
No capítulo 3 Noemi e Rute fazem uma jogada arriscada a meio da noite. Rute vai ao pé de Booz na eira e diz efetivamente, “ Estende o teu manto sobre a tua serva, porque tens o direito de resgate.” Mas mesmo quando a tragédia da viuvez de Rute parece estar prestes a ser transformada numa história de amor bonita, um grande pedregulho da cordilheira rola para o meio da auto-estrada da vida de Rute. Existe outro homem que de acordo com o costume Hebraico tem prioridade em casar com Rute. O impecavelmente honesto Booz não avançará sem dar a este homem a sua legítima oportunidade. Então assim o capítulo 3 acaba outra vez em suspense com mais uma contrariedade.
(Capítulo 4)
4 Então, Booz subiu à porta da cidade e sentou-se ali. Vendo passar o parente de resgate ele chamou-o e disse: “Vem um momento e senta-te aqui”. Ele foi e sentou-se.2 Booz chamou dez líderes da cidade e disse: “Sentem-se aqui”. E eles sentaram-se. 3 Depois disse ao parente de resgate: “Noemi, que voltou de Moab, está a vender o pedaço de terra que pertencia ao nosso irmão Elimélec. 4 Quis informar-te disto,e propor-te que adquiras o terreno. Se quiseres resgatar esta propriedade, resgata-a. Se não queres, diz-mo para que eu o saiba. Pois ninguém tem esse direito, a não ser tu; e depois eu”.“Eu farei o resgaei”, respondeu ele.5 Booz, porém, disse-lhe: “No dia em que adquirires as terras de Noemi, estarás adquirindo também Rute a viúva do falecido, para manter o nome dele sobre a sua herança”.6 Diante disso, o parente de resgate respondeu: “Nesse caso não poderei resgatá-la, pois poria em risco a minha propriedade. Usa tu do teu direito de resgate. Eu não poderei fazê-lo!” 7 Antigamente, em Israel, para que o resgate e a transferência de propriedade fossem válidos, a pessoa tirava a sandália e a dava ao outro. Assim oficializavam os negócios em Israel. 8 Quando, pois, o parente de resgate disse a Booz: “Adquire-a tu mesmo!”, tirou a sandália. 9 Então Booz anunciou aos líderes e a todo o povo ali presentes: “Vocês hoje são testemunhas de que estou adquirindo de Noemi toda a propriedade de Elimélec, de Quiliom e de Maalon. 10 Também estou adquirindo o direito de ter como mulher a moabita Rute, viúva de Maalon, para manter o nome do falecido sobre a sua herança e para que o seu nome não desapareça do meio da sua família ou dos registos da cidade. Vocês hoje são testemunhas disto!” 11 Os líderes e todos os que estavam junto à porta confirmaram: “Somos testemunhas! Faça o Senhor com essa mulher que entra na tua família como fez com Raquel e Lia, que, juntas, formaram a casa de Israel. Seja poderoso em Efrata e ganhe fama em Belém! 12 E com os filhos que o Senhor lhe conceder dessa jovem, seja a sua família como a de Peres, que Tamar deu a Judá!”
13 Booz juntou-se com Rute, e ela se tornou sua mulher. Juntou-se a ela e o Senhor concedeu que ela engravidasse dele e desse à luz um filho. 14 As mulheres disseram a Noemi: “Louvado seja o Senhor, que hoje não a deixou sem um parente de resgate! Que o seu nome seja celebrado em Israel! 15 O menino dará nova vida e a sustentará na velhice, pois é filho da sua nora, que a ama e que lhe é melhor do que sete filhos!” 16 Noemi pôs o menino no colo, e passou a cuidar dele. 17 As mulheres da vizinhança celebraram o seu nome e disseram: “Noemi tem um filho!”, e deram-lhe o nome de Obed. Este foi o pai de Jessé, avô de David.
18Peres gerou Hesron;19 Hesron gerou Rame;Rame gerou Aminadab;20 Aminadab gerou Nachon;Nachon gerou Salmon;
21 Salmon gerou Booz; Booz gerou Obed; 22 Obed gerou Jessé; e Jessé gerou Davi.
Mais Contrariedades no Caminho em Direção à Glória
Após os encontros a meio da noite do capítulo 3, Booz vai para a porta da cidade onde os negócios oficiais da cidade eram feitos. O parente mais próximo aproxima-se, e Booz explica-lhe a situação. Noemi está a vender a pouca propriedade que lhe restava, e o dever do parente mais próximo é comprá-la a fim de que a herança fique na família. Para nossa tristeza o parente no final do verso 4 “irá resgatá-la”. Mas nós não queremos que ele a resgate. Queremos que seja Booz a fazê-lo. Portanto mais uma vez parece que há aqui outra contrariedade. E a ironia desta contrariedade é que esta a ser causada pela retidão. O homem está só a cumprir o seu dever. Às vezes a estrada está bloqueada não com pedregulhos nem com ursos mas com trabalhadores honestos que cumprem o seu dever. As nossas frustrações não são só causadas pelo pecado mas também (aparentemente) por retidão fora do seu tempo.
Quando estamos prestes a dizer “Não! Parem a história! Não deixem que este outro homem fique com Rute!” Booz diz ao parente de resgate, “ Tu sabes que Noemi tem uma nora. Portanto quando fizeres o resgate tens também de tê-la como mulher e criar filhos em nome do seu marido Maalon?” Então para nosso grande alívio o parente diz no verso 6 que não pode fazê-lo. Talvez ele já seja casado. Seja qual for a razão, estamos a torcer por Booz nos bastidores enquanto ele passa pela passagem estreita nas Blue Ridge3 vai até à festa de casamento com a linda Rute nos seus braços.
Mas existe mais uma nuvem negra que paira sobre nós. Rute é estéril. Ou ao menos é o que parece. Em 1:4 foi-nos dada a informação que ela foi casada durante 10 anos com Maalon e que eles não tiveram filhos. Mesmo agora o suspense ainda não acabou. Conseguem entender porque é que disse que a lição do livro de Rute é que a vida dos piedosos não é um caminho em linha reta em direção à glória. A vida é feita de uma curva após outra. E nós nunca sabemos o que vem a seguir. Mas a moral da história é que o melhor ainda está para vir. Não importa em que ponto estejamos, se amamos a Deus, o melhor está para vir.
Porquê Focar-se Na Personagem De Noemi?
A nuvem que paira sobre a cabeça de Rute e de Booz é cheia de Misericórdia, ela é dissipada em bênção derramada no verso 13. “Booz tomou pois Rute, que se tornou sua mulher. Juntou-se a ela e o Senhor concedeu-lhe a graça de dar à luz e de conceber um filho.” Mas reparemos bem como nos versos 14-17 o foco não é de todo na personagem de Rute nem de Booz. O foco está em Noemi e na criança. E porquê?
Tivemos há pouco tempo uma pessoa com aspeto sujo que veio ao cartório da Igreja há alguns anos atrás à procura de ajuda. Eu perguntei-lhe como é que ele se chamava e ele respondeu-me:” Tempos difíceis, é o meu nome, Tempos difíceis”. Neste caso também o nome de Noemi no início deste livro seria “Tempos difíceis”… Noemi Tempos Difíceis. É assim que o autor deste livro quis introduzi-la. Porque a moral deste livro é que a vida dos piedosos não é um caminho em linha reta em direção à glória, mas que eles lá chegarão. A história começou com a perda de Noemi. E acabou com o seu ganho. Começou com a morte e acabou com um nascimento. Um filho — para quem? O verso 17 é o grande destino da estrada longa e tortuosa de Noemi. “ As vizinhas congratulando-se com ela diziam:” Nasceu um filho a Noemi.” Não a Rute! Mas a Noemi! Mas porquê? Para mostrar que não era verdade o que Noemi disse em 1:21 de que o Senhor não a tinha trazido de Moab de mãos vazias. Se ao menos fossemos capazes de aprender a esperar e a confiar em Deus, todas as nossas queixas contra Deus seriam tidas como falsas.
Sinais do Trabalho Gracioso de Deus Em Contrariedades Amargas
O livro de Rute foi escrito para nos ajudar a ver os sinais da Graça de Deus nas nossas vidas, e para nos ajudar a confiar na sua Graça mesmo quando as nuvens são tão espessas que não nos deixam ver a estrada bem como os sinais que estão ao longo dela. Voltemos atrás e lembremo-nos de que foi Deus que agiu para transformar cada contrariedade num passo em direção à alegria, e de que é Deus que em todas as providências amargas da nossa vida planeia tudo para o nosso bem. Isto é o dom de Rute.
Primeiramente, quando a vida de Noemi parecia estar cada vez mais negra enquanto estava em Moab, foi Deus que deu Rute a Noemi. Sabemos isto por causa de dois versos. Em 1:16 vemos que na origem do compromisso de Rute para com Noemi está o compromisso de Rute para com o Deus de Noemi: “ O teu Deus será o meu Deus.” Deus tinha ganho a lealdade de Rute em Moab e é por isto que Noemi deve a Deus o incrível amor da sua nora.
Também em 2:12 diz que quando Rute veio para Judá com Noemi, que ela vinha refugiar-se nas asas de Deus. Daí é devido a Deus que Rute tenha deixado a sua casa e família para a seguir e servir Noemi. Foi sempre Deus que transformou as contrariedades de Noemi em alegria mesmo quando ela ignorava essa Graça.
A Preservação De Booz
Segundo, Noemi dá a impressão no capítulo 1 de que não há esperança e de que Rute poderia ter-se casado e criado filhos para continuar a sua genealogia (1:12). E no entanto Deus está a preservar um rico e piedoso homem chamado Booz para fazer exatamente isto. A razão porque sabemos que isto foi obra de Deus é porque a própria Noemi o admite em 2:20. Ela reconhece que o encontro “acidental” entre Rute e Booz foi a “bondade de Deus que não abandonou nem os vivos nem os mortos”. Em cada perda que os piedosos sofrem Deus já está a planear o seu ganho.
A Abertura Do Seio de Rute
Terceiro, quem é que deu ao seio estéril de Rute o filho, para que as vizinhas pudessem dizer,” Um filho nasceu a Noemi?”, foi Deus que deu o filho. Olhemos para o verso 4:11. Os cidadãos rezam por Booz e por Rute. Eles sabem que Rute foi casada durante 10 anos sem ter filhos. E por isto eles lembram-se de Raquel cujo ventre o Senhor já tinha aberto muito antes. E eles rezam para que Deus faça Rute semelhante a Raquel e a Lia. E o autor expressa claramente no verso 13 quem é que fez com que esta criança fosse concebida. “ Booz juntou-se a ela, e o Senhor concedeu-lhe a graça de conceber e dar à luz um filho”.
Portanto mais uma vez e outra vez neste livro foi Deus que trabalhou nas contrariedades de Noemi. Quando ela perdeu o seu marido e filhos, Deus deu-lhe Rute. Quando ela não pensou em nenhum concidadão para lhe dar filhos para conservar o nome da família, Deus deu-lhe Booz. Quando estéril Rute casou-se com Booz e Deus deu-lhes o filho. A moral da história é feita através da vida de Noemi. A vida dos piedosos não é um caminho em linha reta em direção à glória mas Deus provê para que eles lá cheguem.
“Glória” é Uma Palavra Demasiado Forte?
Podemos pensar talvez que Glória é uma palavra demasiado exagerada. Afinal de contas é só uma criança. Uma avó que segura uma criancinha após uma longa e dura vida e após muitas dores de cabeça. Ah! Mas a história não acaba aqui.
Levantar os Nossos Olhos Para a Floresta e Para as Neves Eternas
Em 1912 John Henry Jowett, pastor da Quinta Igreja Prisbeteriana na cidade de Nova Iorque, fez as palestras de Yale sobre o tema da pregação. Existe uma passagem numa das suas palestras que descreve uma grande pregação e dá-nos uma visão do que o autor do livro de Rute estava a fazer quando ele acabou a sua história.
Jowett descreveu um grande pregador como alguém que parece que olha para o horizonte de um campo fechado ou de uma paisagem local. Ele tem uma maneira maravilhosa de interligar cada tópico com a eternidade que já passou e aquela que está para vir…È como se estivéssemos a olhar para um bocado de madeira esculpida numa janela de uma casa de uma aldeia suíça, e de repente levantássemos os olhos e víssemos a floresta onde a própria madeira tinha crescido, e ainda mais as próprias neves das montanhas que caíram na floresta. Sim era assim que era a maneira de Binney5 de Dale6, de Bushnell7,de Newman8 de Spurgeon9- eles estavam sempre dispostos a parar à janela da aldeia, mas eles sempre interligavam as ruas com as alturas e elevavam as nossas almas às colinas eternas de Deus (The Preacher: His Life and Work, p. 95)10.
Nesta história Rute acabou numa pequena vila da Judeia com uma avó já de idade avançada que abraçou o seu novo neto, glória seria uma palavra demasiado exagerada. Mas o autor não acaba aqui. Ele levanta os olhos para as florestas e para as neves das montanhas da história redentora. No verso 17 ele diz, muito simplesmente que esta criança Obed foi o pai de Jessé e que Jessé foi o pai de David. De repente vemos que desde sempre algo muito maior do que seriamos capaz de imaginar estava a ser feito. Deus não estava apenas a planear a bênção temporal de alguns Judeus em Belém. Ele estava a planear a vinda do maior rei de Israel, David. E o nome de David carrega consigo a esperança do Messias, uma nova era, paz, retidão, liberdade da dor, do choro, da angústia e da culpa. Esta pequenina e simples história abre-se como uma corrente para um grande rio de esperança.
A Doença da Trivialidade11
Uma das grandes doenças dos nossos dias é a trivialidade. As coisas nas quais a maior parte das pessoas mais gastam o seu tempo são meramente banais. E o que faz disto uma doença é que fomos criados à imagem de Deus fomos feitos para viver para propósitos magníficos. Nenhum de nós se acontenta com as buscas triviais do mundo. As nossas almas não serão satisfeitas com banalidades. Porque é que existe uma secção inteira do jornal dedicada ao desporto, mas quase nada dedicado à maior história do universo — o crescimento e a propagação da Igreja de Jesus Cristo? É loucura, total loucura que desportos insignificantes ocupem um lugar tão central na nossa cultura. É simplesmente um dos muitos sinais de que estamos escravizados pela banalidade. Vivemos dentro de uma loja da aldeia Suiça contemplando bonequinhos de madeira e raramente levantamos os nossos olhos para ver as florestas e as neves eternas da montanha. Vivemos num conflito perpétuo e sem esperança de satisfazer os nossos desejos com banalidades. E daí resulta que as nossas almas murcham. As nossas vidas são banais. E a nossa capacidade de fazer adoração profunda morre.
O Trabalho Glorioso de Deus na História
O livro de Rute quer ensinar-nos que o propósito de Deus para o seu povo é ligar-nos a algo muito maior do que nós mesmos. Deus quer que saibamos que quando o seguimos, as nossas vidas significam muito mais do que aquilo que pensamos. Para o cristão existe sempre uma conexão entre os eventos da vida quotidiana e o estupendo trabalho de Deus na história. Tudo o que fazemos em obediência a Deus, não importa quão pequeno seja, é significante. É parte de um mosaico cósmico no qual Deus está a pintar para demonstrar a grandeza do seu poder e sabedoria ao mundo e aos Principados e às Autoridades no alto dos Céus (Efésios 3:10). A satisfação profunda da vida Cristã é que esta não é dada a trivialidades. Servir uma nora viúva, ceifar num campo, enamorar-se, ter um filho — para um cristão tudo isto são coisas que estão interligadas à eternidade. Elas fazem parte de algo muito maior do que aquilo que parece.
Portanto a palavra glória não é muito forte. A vida dos piedosos não é um caminho em linha reta em direção à glória mas eles lá chegarão — Deus provê a isto. Há esperança para nós para além da criança bonita e da avó feliz. Se não houvesse, seriamos todos os homens miseráveis.
A história aponta para David. E de David aponta para Jesus. E Jesus aponta para a Ressureição dos nossos corpos mortais (Romanos 8:23) quando “ não haverá mais morte, nem luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram”. (Apocalipse 21:4).
O melhor ainda está para vir. Esta é a verdade inabalável acerca da vida do homem e da mulher que seguem a Cristo em obediência à fé. Eu digo-o aos jovens que são fortes e cheios de esperança, e digo-o aos mais velhos, aos quais o aspeto exterior se está a degradar rapidamente. O melhor está para vir.
Uma Parábola Da Aliança Do Amor de Deus
Vi isto numa parábola numa Sexta-feira. Eu estava de visita a algumas pessoas idosas no Caroline Center12, entrei no elevador com uma mulher que estava numa cadeira de rodas e que era já idosa, inábil e confusa. Ela abanava, sem sentido, a sua cabeça, fazia sons esquisitos e ficava com a boca aberta. Foi então que eu notei um homem bem vestido, que tinha à volta de 60 anos, que lhe estava a puxar a cadeira de rodas. E eu perguntei-me quem seria ele. Então enquanto saíamos do elevador, eu ouvi-o dizer, “Vê onde metes os pés, querida”
Querida. Enquanto caminhava até ao carro, eu pensei…. Se uma aliança matrimonial13 entre um homem e uma mulher pode produzir aquele tipo de fidelidade e de zelo e de afeção sob aquelas circunstâncias, então de certeza que sob os grandes e Misericordiosos termos da nova aliança em Cristo, Deus não tem dificuldade em chamar a Odette McAviney, o Harold Holmgren, a Mary Agnes Danielson, e tu e eu (doentes como estamos!)14,”Queridos”. E se ele o faz, então não existe verdade mais inabalável no mundo do que esta: Para eles e para nos o melhor ainda está para vir Amén.
Notas do Tradutor
1Estradas nos Estados Unidos que ligam os vários estados entre si, O autor usa esta expressão para exprimir que o caminho não é uma estrada fácil e plana como uma autoestrada (PT) / Rodovia( BR)
2 Equivalente às Estradas Nacionais (Portugal) / Estradas Regionais (Brasil)
3 Referência às Montanhas de Blue Ridge no Tenessee que aparecem no 1º parágrafo
4 Outras versões da Bíblia dizem: “Acolher-se”
5 Thomas Binney (1798 – 1874): Congregacionalista (tradição Calvinista do Protestantismo) inglês também conhecido por escrever sermões e escritos
6 Pode referir-se a: Robert William Dale (1829 – 1895) Congregacionalista e líder de uma igreja de Birmingham ou a: Marcus Dale (1832-1892) pregador americano da Igreja Metodista Africana
7 Horace Bushnell (1802-1876) Congregacionalista (tradição Calvinista do Protestantismo) Americano, ministro e teólogo
8 John Henry Newman (1801 -1890) foi um sacerdote Católico inglês que se converteu do anglicanismo para o catolicismo, foi nomeado cardeal pelo papa Leão XIII em 1879 e beatificado em 2010
9 Charles Haddon Spurgeon (1834-1892) foi um pregador Batista inglês
10 Livro escrito pelo pastor John Henry Jowett referido neste mesmo parágrafo
11 “Banalidade” outra possível expressão
12 Nome do lar de idosos na América
13 Maneira como o autor diz:” Casamento”
14 “Doentes como estamos” refere-se ao facto de sermos pecadores