Amar não Dormir

De Livros e Sermões Bíblicos

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English: Love Not Sleep

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Por Marshall Segal Sobre Santificação e Crescimento

Tradução por Francisco José Batista Chambel

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A preguiça não toma conta das nossas vidas de da noite para o dia. Ela ganha terreno pouco a pouco a cada dia cantando a sua doce e familiar cantilena,

Um pouco dormirás,outro pouco dormitarás,outro pouco cruzarás as mãos para descansar…. (Provérbios 24:33)

Reparem bem como este pouco tenta infiltrar-se sem ser detetado. Existirá realmente algum mal em descansar mais um bocado? O próximo verso avisa-nos deste perigo,

…e a indigência virá sobre ti como um salteador, e a miséria como um homem armado (Provérbios 24:34).

A preguiça embala-nos a dormir com a música de desculpas relaxantes, sobretudo com as razões de que realmente merecemos mais algumas horas de descanso, ou de televisão, ou de Instagram ou de Youtube. Mas mesmo algum “descanso rebelde1” pode deixar-nos destruídos. O escritor de Provérbios avisa-nos acerca da pobreza física e da destituição, mas a sabedoria é manifestamente espiritual e pervasiva2.Se na realidade isto acontece em relação à comida e ao abrigo, quanto mais o será para a alma?

Tabela de conteúdo

A recompensa da preguiça

Quando o homem sábio se cruza com a desgraça do preguiçoso, ele escreve,”Ao ver isto, comecei a refletir e tirei uma lição” (Provérbios 24:32). Em vez de ir-se embora por vergonha ou desgosto, ele olhou com mais atenção. Ele caminhou pelo campo arruinado, pela vinha devastada. Ele considerou como teria sido a sua vida se ele tivesse deixado que a preguiça tomasse o controlo.

Uma maneira de evitar as armadilhas da preguiça é olhar com mais atenção para as armadilhas da preguiça. — É examinar os espinhos e as urtigas (Provérbios 24:31). A vinha não tinha apenas cessado de dar fruto, mas agora já não era capaz de dar fruto. O solo que outrora era fértil, estava coberto de ervas daninhas. Antes que pudesse crescer algo de bom, tudo o resto teria de morrer.

O preguiçoso sempre pensou que ele cuidaria da vinha para o ano que vinha, mas mais de uma década já tinha passado enquanto o seu conforto arrasou lentamente o seu jardim (e provavelmente tudo aquilo que ele possuía). Tal como Sansão, ele perdeu tudo enquanto dormia profundamente (Juízes 16:19 – 20). O homem nunca pretendeu não cuidar do jardim. Mas afinal o problema foi esse certo? Ele nunca quis muito de nada. Ele simplesmente seguiu os seus impulsos para descansar só mais um pouco até que dolorosamente não lhe restou quase nada.

O pouco que tinha, não valia a pena ser guardado. Os muros de pedra que ele construiu para guardar a sua vinha agora estavam destruídos (Provérbios 24:31) — e ninguém parecia importar-se.

Porquê trabalhar nos muros quando ninguém quereria estar ali dentro? Alguém poderia pensar que ele teria juntado algumas pedras só para esconder a confusão. Talvez para outro dia.

O que é suposto vermos e sentirmos entre as ervas daninhas? Que a preguiça descontrolada eventualmente adoece e aleija uma vida.

Quatro orações pela vinha

As observações, apesar de sóbrias, não têm o objetivo de causar depressão, mas sim inspiração. Elas são feitas para nos fazer ponderar o valor da sabedoria. Os olhos do nosso coração têm a tendência a cair. A vigilância de que precisamos para manter o nosso coração é em sim mesma um dom espiritual (Provérbios 4:23). E uma das formas como Deus nos desperta novamente é confrontando-nos com as consequências da negligência.

E quais são as coisas para as quais Ele nos acorda? Para o que quer que seja que esteja a ameaçar a vinha.

Deus acorda-nos para os espinhos que podem sufocar a nossa fé.

Jesus avisa,”As que caíram (as sementes) entre espinhos são aqueles que a ouviram mas, indo pelo seu caminho é sufocada pelos cuidados, pela riqueza, pelos prazeres da vida e não chegam a dar fruto (Lucas 8:14). Se cultivamos a preguiça, colhemos imaturidade. Mesmo os dons mais doces que Deus nos dá - os prazeres da vida - podem ser como veneno para nós. É por isso que nutrimos e apreciamos o que quer que seja que nos aproxime de Deus e arrancamos o que quer que seja que entorpeça o nosso amor por Ele.

Deus, enraíza a nossa fé para Além das nossas tribulações

Mais uma vez Jesus avisa “Os que estão sobre a rocha (as sementes), são os que ao ouvirem recebem a palavra com alegria mas, como não têm raiz, acreditam por algum tempo e afastam-se na hora da provação (Lucas 8:13). Uma das formas em como a vinha falha é se ela nunca sequer tiver sido começada. As raízes nunca chegam suficientemente fundo para suster a vida. Se as nossas raízes são curtas, só amamos Jesus enquanto a vida nos correr bem. Quando vier a tempestade (e ela virá), o nosso barco irá afundar-se e com frequência, rapidamente. É por isto, que pedimos a Deus para nos dar raízes N´Ele que sejam mais profundas do que qualquer sofrimento ou tentação.

Deus, atrapalha o ladrão e os seus esquemas para nos destruir.

Satanás vive para estragar vinhas. Jesus diz,” Os que estão (as sementes) à beira do caminho são aqueles que ouvem mas em seguida vem o diabo e tira-lhes a palavra do coração, para não se salvarem, acreditando” (Lucas 8:12). Imaginem isto a acontecer nas vossas Igrejas. A palavra é anunciada outra vez no Domingo mas o diabo vai de banco em banco atrapalhando, e roubando as sementes como elas fossem notas de $100 (dólares). Estamos a fazer crescer vinhas nas linhas da frente, a plantar e a regar sementes debaixo de fogo armado. Por isso enquanto, procuramos, servimos e dormimos, rezemos contra o nosso verdadeiro e maior inimigo.

Deus, dai-nos a vigilância para sermos frutíferos com paciência

Jesus termina a sua parábola,”E a que caiu (a semente) em boa terra, são aqueles que, tendo ouvido a palavra, com um coração bom e virtuoso, conservam-na e dão fruto com a sua perseverança (Lucas 8:15). Aqueles que são fiéis não têm pressa mas estão concentrados. Eles sabem que precisam de descansar, mas não vivem para dormir. Eles guardam a palavra com uma “Santa inveja” meditando-a dia e noite, e as suas vidas são uma colheita longa.

Deixando a preguiça de lado, eles encontraram vida abundante.

Dádiva preciosa e perigosa

O sono não é nosso inimigo. O salmista escreve,”De nada vos serve levantar muito cedo e trabalhar pela noite dentro para comer o pão de tanta fadiga pois até durante o sono Ele o dá aos seus amigos (salmo 127:2). O sono do preguiçoso é em vão tal como o trabalho daquele que está viciado no trabalho. O descanso justo é um embaixador do Céu. Quando o descanso corre mal, fomos nós que o estragámos. Em relação ao pão do trabalho ansioso, devemos todos viver sem glúten e descansar livremente.

Mas a Bíblia alerta-nos mais uma vez:” Não sejas amigo do sono, para que não te empobreças; abre os olhos e terás pão à vontade” (Provérbios 20:13), Quando te deitares não terás medo (Provérbios 3:24), e quando, enamorado de Deus e do próximo, renunciar a esta dádiva por um bem maior. Mas para todos nós que conseguimos dormir bem, o sono não pode ser o verdadeiro descanso. O rei David escreve,” Deito-me em paz e logo adormeço, porque só Tu, Senhor, me fazes viver em segurança (Salmo 4:8).

O sono não faz com que o jardim cresça, é Deus que faz. Quando recebemos o descanso D´Ele como dádiva, sem amar mais o sono do que a Ele, somos semelhantes a um homem abençoado como fala numa outra parábola:”Quer esteja a dormir, quer se levante de noite e de dia a semente germina e cresce, sem ele saber como” (Marcos 4:27). Nós plantamos e regamos, meditamos e rezamos, amamos e servimos – tudo com vigilância e depois vemo-Lo a dar o crescimento.


Translator's Notes

1expresssão que significa:”fora de horas”/ “fora do seu tempo devido”
2Sinónimo:”penetrante”