Não Enfrente a Incredulidade Sozinho

De Livros e Sermões Bíblicos

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English: Don’t Face Unbelief Alone

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Por Jon Bloom Sobre Santificação e Crescimento

Tradução por Danielle Barbosa

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Todos nós precisamos muito de outros cristãos de confiança para nos ajudar a lutar por nossa fé e contra a incredulidade - e a maioria de nós sabe disso. O problema é que, a verdade tende a ser menos óbvia para nós quando mais precisamos confiar nela. Frequentemente queremos evitar o que realmente precisamos.

Desejos pecaminosos, medos irracionais ou exagerados, a pálida dúvida desencorajadora e produtora de ansiedade, o manto de escuridão e desespero, todos possuem grande poder para distorcer nossas percepções de realidade. Mas quando estamos no meio deles, parecem sólidos e muito reais para nós. A promessa do pecado pode parecer muito sedutora, as ameaças do medo e dúvida podem ser aterrorizantes, e a tentação para se desesperar pode ser convincentemente inevitável. Quando estamos nessas situações, precisamos muito da ajuda de irmãos e irmãs confiáveis e sábios para discernir o que é real e o que não é.

Mas quando estamos no meio de tudo, é exatamente aí que não queremos expor o que está acontecendo dentro de nós. Sabemos que a Bíblia nos ensina, "encorajem-se uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama "hoje", de modo que nenhum de vocês seja endurecido pelo engano do pecado" (Hebreus 3:13 NVI) Porém, quando a necessidade é mais intensa, para buscar ou receber ajuda, muitas vezes experimentamos uma resistência interna profunda.

Portanto devemos nos assegurar em outra verdade: confiar no Senhor com todo nosso coração e não nos apoiarmos em nosso próprio entendimento (Provérbios 3:5 NVI), e isso não é algo que simplesmente fazemos por conta própria; tem uma dimensão comunitária. Precisamos de nossos irmãos e irmãs para nos ajudar a confiar no Senhor, mesmo quando gostaríamos de fazer isso sozinhos.

Resistência Interna

Por que sentimos tanta resistência para buscar ou receber a ajuda da qual precisamos? Três principais colaboradores são tipicamente orgulho (minha percepção do que é verdade é mais válida do que eu acredito que a sua seria), vergonha (eu não quero que você veja minha fraqueza ou maldade), e medo (você pode me rejeitar, ou eu posso abrir mão do controle que quero manter).

Quando o pecado de orgulho está presente, sua trajetória é destruição (Provérbios 16:18). Mas vergonha e medo são geralmente emoções complexas, alimentadas parcialmente por várias tendências pecaminosas e/ou fraquezas em nós e parcialmente por fatores externos, como experiências passadas dolorosas e marcantes. O efeito de teia que cria é que essas respostas distorcem como vemos aqueles que podem nos ajudar, minando nossa confiança nessas pessoas e produzindo no lugar, resistência a elas.

Se escutarmos à resistência, podemos enxergar os lugares confusos e perigosos aos quais nos levarão. Desejos pecaminosos, medos inadequados, dúvidas, e desespero minam nossa confiança no que Deus nos fala em sua Palavra; e orgulho, vergonha, e medo minam nossa confiança em nossos irmãos e irmãs. Incredulidade pode se tornar um círculo vicioso, nos deixando isolados e crescentemente vulneráveis a mais e mais mentiras.

Desconfie de Sua Resistência Interior

Podemos ver o quão crucial é, quando se trata de incredulidade e resistência à sabedoria de outros cristãos confiáveis, que consideramos seriamente o comando bíblico de não nos apoiarmos em nosso próprio entendimento (Provérbios 3:5). Os avisos da Bíblia sobre isso não poderiam ser mais claros.

O temor do Senhor é o princípio do conhecimento;
mas os insensatos desprezam a sabedoria e a disciplina. (Provérbios 1:7 NVI)

Não seja sábio aos seus próprios olhos;
tema o Senhor e evite o mal. (Provérbios 3:7 NVI)

O caminho do insensato parece-lhe justo,
mas o sábio ouve os conselhos. (Provérbios 12:15 NVI)

Quem ouve a repreensão construtiva
terá lugar permanente entre os sábios.

Quem recusa a disciplina faz pouco caso de si mesmo,
mas quem ouve a repreensão obtém entendimento.
O temor do Senhor ensina a sabedoria,
e a humildade antecede a honra. (Provérbios 15:31-33 NVI)

Quem se isola busca interesses egoístas
e se rebela contra a sensatez. (Provérbios 18:1 NVI)

Ouça os conselhos e aceite instruções,
e acabará sendo sábio. (Provérbios 19:20 NVI)

Quem confia em si mesmo é insensato,
mas quem anda segunda a sabedoria não corre perigo. (Provérbios 28:26 NVI)

Aqueles que viveram nos tempos em que esses provérbios foram escritos não eram fundamentalmente diferentes de nós. Eram submetidos as mesmas tentações de dúvidas e sentiam os mesmos tipos de resistência para buscar o conselho de outras pessoas, seja por orgulho, vergonha, ou medo. E os escritores de provérbios chamam tolice, ceder a esses impulsos.

Não somos feitos para nos apoiarmos ao nosso próprio entendimento. Somos feitos para temer ao Senhor e escutar os conselhos daqueles que provaram e se mostraram confiáveis. O que significa que devemos cultivar uma desconfiança saudável à nossa resistência em confiar em sábios irmãos e irmãs.

Confiando no Senhor ao Confiar em Outros

Há oitenta anos, nos dias perigosos, desorientadores, e duvidosos, do reino de terror do Terceiro Reich, Dietrich Bonhoeffer escreveu para sua comunidade cristã fraterna:

Deus nos orientou que O buscássemos e encontraríamos sua palavra viva no testemunho de um irmão, nos lábios de um homem. Portanto, um cristão precisa encontrar outro cristão que lhe fale a palavra de Deus. Ele precisa dessa pessoa de novo e de novo quando ficar incerto e desencorajado, pois por si mesmo ele não pode ajudar-se sem desmentir a verdade. Ele precisa de seu irmão como alguém que o apoia e proclama a divina palavra de salvação. (Life Together)

Essa é a verdade. Um cristão precisa de outro cristão que fale a palavra de Deus para ele. Precisamos disso mais do que pensamos. E precisamos especialmente quando estamos desorientados quanto ao que é real e verdadeiro, quando sentimos forte resistência ao compartilhar nossa luta com outro cristão. Porque confiar no Senhor com todo nosso coração não é algo que possamos fazer sozinhos; confiamos com outras pessoas, com a comunidade que o Senhor nos proveu.

Quando Estamos Mais Vulneráveis

Há graças com as quais o Senhor nos abençoa somente através de nossos irmãos e irmãs. Como Paulo escreveu, "a cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito, visando ao bem comum" (1 Coríntios 12:7 NVI). E "assim como cada um de nós tem um corpo com muitos membros e esses membros não exercem todos a mesma função, assim também em Cristo nós, que somos muitos formamos um corpo, e cada membro está ligado a todos os outros. Temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi dada" (Romanos 12:4-6 NVI).

Portanto, o Senhor pede que nos humilhemos e confiemos nossos desejos pecaminosos, medos irracionais e exagerados, as dúvidas que nos estremecem, pensamentos sombrios e desesperadores, em membros confiáveis de nossa comunidade de fé, desconfiando da resistência que sentimos em fazer isso. Porque Ele estabeleceu que recebamos a ajuda do Espírito através de outros membros. Pois quando estamos sozinhos é mais provável que sejamos endurecidos pelas mentiras do pecado.