Oração: O Poder do Hedonismo Cristão

De Livros e Sermões Bíblicos

Revisão de 18h51min de 21 de outubro de 2019; Kathyyee (disc | contribs)
(dif) ← Versão anterior | ver versão actual (dif) | Versão posterior → (dif)

Recursos relacionados
Mais Por John Piper
Índice de Autores
Mais Sobre Hedonismo Cristão
Índice de Tópicos
Recurso da Semana
Todas as semanas nós enviamos um novo recurso de autores como John Piper, R.C. Sproul, Mark Dever, e Charles Spurgeon. Inscreva-se aqui—Grátis. RSS.

Sobre esta tradução
English: Prayer: The Power of Christian Hedonism

© Desiring God

Partilhar este
Nossa Missão
Esta tradução é publicada pelo Traduções do Evangelho, um ministério que existe on-line para pregar o Evangelho através de livros e artigos disponíveis gratuitamente para todas as nações e línguas.

Saber mais (English).
Como podes Ajudar
Se você fala Inglês bem, você pode ser voluntário conosco como tradutor.

Saber mais (English).

Por John Piper Sobre Hedonismo Cristão
Uma Parte da série Desiring God

Tradução por Ana Norte

Review Você pode nos ajudar a melhorar por rever essa tradução para a precisão. Saber mais (English).



João 16:24

Até agora vocês não pediram nada em meu nome, e vocês receberão, para que a sua alegria seja completa.
'

Às vezes, cristãos hedonistas são questionados, Você está disposto a ser condenado pela glória de Deus? Isto é, você está disposto a renunciar à felicidade se isso glorificasse a Deus? O ponto desta questão é colocar os Cristãos Hedonistas em um dilema. Se nós dissermos que não, que não estamos dispostos à renúncia pela glorificação de Deus, então colocamos a nossa felicidade acima da glória de Deus. Se dissermos sim, que estamos dispostos a renunciar pela glória de Deus, então deixamos de ser Cristãos Hedonistas, porque paramos de procurar a felicidade.

Pressupostos Não Bíblicos sobre o Inferno e Deus

Mas este ataque ao Hedonismo Cristão falha porque ele assume duas coisas que não são verdadeiras: uma sobre o Inferno e outra sobre Deus. Quando o crítico pergunta, “Você está disposto a ir ao inferno pela glória de Deus?", ele falha em ver que se respondermos sim, significa que nosso maior desejo é glorificar a Deus pela nossa vida e morte. Logo, se tivermos que ir ao inferno para que Deus seja glorificado, o inferno seria o meio para satisfazer o nosso maior desejo. Mas daí o inferno não seria mais o inferno. Biblicamente, o inferno significa o sofrimento total e irreversível, com nenhuma satisfação. Então, a pergunta do crítico é construída sob um pressuposto não bíblico do inferno.

Ela é também construída sob um pressuposto não bíblico de Deus. A que acredita que Deus condenaria uma pessoa que está disposta a ser condenada pela glória de Deus. Mas este é um pressuposto não bíblico. O comprometimento justo de Deus de defender o valor de sua glória significa que ele também defenderá aqueles que valorizam a sua glória acima de todas as coisas. O Deus da Bíblia não pode condenar uma pessoa que ama a sua glória o suficiente para ser condenado. E, portanto, a pergunta, "Você está disposto a ser condenado pela glória de Deus?" é uma ofensa contra a justiça de Deus. Isso nos força a ver a possibilidade de que Deus seria injusto. E isso não pode ser questionado por que a visão do inferno e a visão de Deus que ela supõe são contrárias às revelações bíblicas.

O Nosso Interesse e a Glória de Deus são Um

Além disso, o Hedonismo Cristão não é o inimigo que o crítico busca. Ele busca pessoas que colocam os seus interesses antes do interesse de Deus, e que colocam a sua felicidade antes da glória de Deus. Mas o Hedonismo Cristão não faz isso. Tenha certeza que nós, Cristãos Hedonistas, buscamos os nossos interesses e a nossa felicidade com todas as nossas forças; mas aprendemos na Bíblia que o interesse de Deus é ampliar a sua glória através da sua misericórdia. Portanto, a busca pelo nosso verdadeiro interesse e felicidade nunca está acima da de Deus, mas sempre em Deus. A mais preciosa verdade da Bíblia é que o maior interesse de Deus é glorificar a abundância de sua graça através dos pecadores que se regozijam por ele. Quando nos apequenamos como crianças e não mostramos autossuficiência, mas corremos alegremente para o abraço do Pai, a glória de Sua graça é ampliada e o anseio de nossa alma é preenchido. Na sabedoria de Deus e pela graça de Deus, nosso interesse e sua glória são um só. Hedonistas Cristãos não idolatram quando buscam os dois juntos.

Uma das mais claras demonstrações de que a busca pela nossa felicidade e a busca pela glória de Deus são uma só é o ensinamento de Jesus sobre a oração no livro de João. As duas principais passagens estão em João 14:13 e 16:24. Uma mostra que a oração é a busca pela glória de Deus. A outra mostra que a oração é a busca pela nossa felicidade. Em João 14:13, Jesus diz, "E eu farei o que pedirem em meu nome, para que o Pai seja glorificado no Filho." Em João 16:24, ele diz, "Até agora vocês não pediram nada em meu nome, e vocês receberão, para que a sua alegria seja completa." A principal finalidade do homem é glorificar a Deus e usufruir dele para sempre. E o ato principal do homem que une esses dois objetivos é a oração. Portanto, Hedonistas Cristãos que buscam na glória de Deus a plenitude da sua própria felicidade serão acima de tudo reverentes. Assim como o cervo com sede se abaixa para beber no riacho, a postura característica do Cristão Hedonista é a de joelhos.

Se você for como eu, a mudança de ritmo no verão passado e a repentina explosão de atividades neste outono devem ter atrapalhado a disciplina de sua reverência. Provavelmente você só precisa se lembrar da sua importância, e logo voltará a meditar cedo pela manhã ou no meio do dia ou a rezar ao anoitecer. Nós precisamos, durante o ano, de um tempo para retomar o rumo e reajustar o curso. Eu espero que hoje seja esse tempo necessário na sua vida de reverência.

A Oração como a Busca pela Glória de Deus

Vamos olhar mais de perto a oração como busca pela glória de Deus e como busca da nossa felicidade, nesta ordem. Em João 14:13, Jesus diz, “E eu farei o que pedirem em meu nome, para que o Pai seja glorificado no Filho.” Supondo que você está totalmente paralisado e não consegue fazer nada além de falar. E supondo que um amigo confiável e forte prometeu morar com você e fazer tudo o que você precisar. Como você poderia glorificar o seu amigo se um estranho lhe visitasse? Você poderia dizer, "Amigo, por favor me levante e coloque um travesseiro atrás de mim para que possa olhar para a visita. E você poderia colocar os meus óculos?" E então o seu visitante veria com isso que você é impotente e que o seu amigo é forte e gentil. Você glorifica o seu amigo ao precisar e pedir a sua ajuda e por poder contar com ele.

Em João 15:5, Jesus diz, "Eu sou a videira, vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto, pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma." Então, nós realmente estamos paralisados. Sem Cristo, não somos capazes de coisas boas (Romanos 7:18). Mas Deus quer que demos frutos - que amamos as pessoas no reino. Então ele promete fazer por nós (como um amigo forte e confiável) o que não podemos fazer por nós mesmos. E como nós o glorificamos? Jesus dá a resposta em João 15:7, "Se vocês permanecerem em mim, e minhas palavras permanecerem em vocês, peçam o que quiserem, e lhes será concedido." Oremos. Pedimos a Deus para fazer através de Cristo o que não podemos fazer por nós mesmos - dar os frutos. E o versículo 8 dá o resultado que buscamos: "Meu Pai é glorificado pelo fato de vocês darem muitos frutos." E como Deus é glorificado pela oração? A oração é a confissão de que sem Cristo não podemos fazer nada. E a oração é se afastar de nós em direção a Deus na confiança de que ele dará a ajuda que precisamos. A oração nos apequena como necessitados e exalta Deus em sua abundância.

Outro texto de João que mostra como a oração glorifica Deus é em João 4:9–10. Jesus pediu a uma mulher por um copo de água:

A Samaritana disse a ele, "Como o senhor, sendo judeu, pede a mim, uma samaritana. água para beber?" Pois os judeus não se dão bem com os samaritanos. Jesus lhe respondeu, "Se você conhecesse o dom de Deus e quem está lhe pedindo água, você lhe teria pedido e ele teria lhe dado água fresca."

Se você fosse um marinheiro acometido com escorbuto, e um homem muito generoso subisse a bordo do navio com os bolsos cheios de vitamina C e lhe pedisse por uma fatia de laranja, você daria a ele. Mas se você soubesse que ele era generoso, e que ele tinha o que você precisava também, você pediria a sua ajuda.

Jesus disse à mulher, "Se você conhecesse o dom de Deus e quem eu sou, você rezaria para mim." Há uma direta relação entre não conhecer bem Jesus e não pedir muito dele. O fracasso da nossa vida reverente é geralmente o fracasso em conhecer Jesus. "Se você soubesse quem estava conversando com você, você me pediria!" Um Cristão que não ora é como um motorista de ônibus tentando tirar o ônibus do barranco sozinho porque ele não sabe que o Clark Kent está no ônibus. "Se você soubesse, pediria." Um Cristão que não ora é como ter o seu quarto cheio de vales-compras de uma loja, mas sempre comprar em outra loja porque você não sabe ler. "Se você soubesse o dom de Deus e quem fala com você, você pediria—VOCÊ PEDIRIA!"

E a implicação disso é que aqueles que pedem —Cristãos que rezam—o fazem porque veem que Deus é um grande doador e que Cristo é sábio e piedoso e poderoso de forma desmedida. E, portanto, a sua oração glorifica Cristo e honra o seu Pai. O principal ato de um homem é glorificar a Deus. Com isso, quando nos tornamos o que Deus nos criou para ser, nos tornamos pessoas reverentes.

Oração como a Busca pela Nossa Felicidade

Mas a principal finalidade do homem é usufruir Deus para sempre. E isso nos traz de volta à João 16:24, "Até agora vocês não pediram nada em meu nome, e vocês receberão, para que a sua alegria seja completa." Isso não é um convite ao Hedonismo Cristão? Busque a plenitude da sua felicidade! REZE! Da palavra sagrada e da experiência, podemos elaborar uma regra simples: Entre os Cristãos praticantes, não rezar sempre leva à tristeza. Por quê? Por que uma vida cheia de orações leva à plena felicidade e uma vida superficial de orações leva à não felicidade? Jesus dá ao menos dois motivos.

Um é dado em João 16:20–21. Jesus alerta os discípulos que eles lamentarão a sua morte, mas se regozijaram com a sua ressureição: "Digo-lhes que certamente vocês chorarão e lamentarão, mas o mundo se alegrará. Vocês se entristecerão, mas a tristeza de vocês se transformará em alegria. Quando uma mulher está em trabalho de parto, ela sofre, porque a sua hora chegou; mas quando ela tem o seu filho, ela não lembra mais do sofrimento, pela alegria de trazer um filho ao mundo. Então você sofre agora, mas eu lhe verei novamente e seu coração se alegrará, e ninguém tirará a sua alegria." Qual é a fonte da alegria dos discípulos? Resposta: a presença de Jesus. “Eu lhe verei de novo e seus corações se alegrarão." Nenhum Cristão pode ser plenamente feliz sem a comunhão vital com Jesus Cristo. Apenas o conhecimento sobre ele não é o suficiente, e nem trabalhar para ele. Devemos ter uma comunhão pessoal e vital com ele, senão o Cristianismo se torna um fardo sem alegria. Em sua primeira carta, João escreveu, "Nossa comunhão é com o Pai e com o Filho, Jesus Cristo. Escrevemos isto para que a nossa alegria seja completa" (1 João 1:4). Dividir com os outros a nossa comunhão com Jesus é essencial para a plena felicidade.

A primeira razão, então, para que a oração leve à plena felicidade é que a oração é o centro nervoso da nossa comunhão com Jesus. Ele não está lá fisicamente para ver. Mas na oração nós falamos com ele como se ele estivesse aqui. E na tranquilidade desse tempo sagrado, nós ouvimos as suas reflexões e extravasamos nossos desejos. Talvez João 15:7 seja o melhor resumo dessa comunhão: Jesus dá a resposta em João 15:7, "Se vocês permanecerem em mim, e minhas palavras permanecerem em vocês, peçam o que quiserem, e lhes será concedido." Quando as palavras de Jesus penetram na nossa mente, nós ouvimos os ensinamentos de Jesus vivo, pois ele é o mesmo ontem, hoje e sempre. E quando escutamos do fundo do coração, a linguagem da oração vem como um doce incenso ante o trono de Deus. A vida reverente leva à felicidade plena porque a oração é o centro nervoso da nossa comunhão vital com Jesus.

A outra razão para a oração levar à plena felicidade é que a oração gera o poder para fazer o que amamos fazer, mas que não podemos fazer sem a ajuda de Deus. O testo diz, "Peça, e você receberá, e a sua alegria será plena." A comunhão com Jesus é essencial à felicidade, mas há algo nele que nos impele a dividir a nossa vida com os outros. Um Cristão não pode ser feliz e mesquinho, porque é mais bem-aventurado o que dá antes de receber. Com isso, a segunda razão para uma vida de orações levar à plena felicidade é que nos dá o poder do amor. Se a fonte do amor secar, é porque o cano da oração não é fundo o suficiente.

Em resumo: A Bíblia nos ensina que o objetivo de tudo que fazemos é glorificar Deus. Mas também nos ensina que, em tudo que fazemos, devemos buscar a felicidade plena. Alguns teólogos tentaram separar essas duas buscas com perguntas como, "Você está disposto a ser condenado pela glória de Deus?" Mas a Bíblia não nos força a escolher entre a glória de Deus e a nossa felicidade. De fato, ela nos proíbe de escolher. E o que vimos no livro de João é que a oração, talvez mais claramente que qualquer coisa, personifica a unidade dessas duas buscas. A oração busca a felicidade na comunhão com Jesus e no poder de dividir a sua vida com os outros. E a oração busca a glória de Deus ao tratá-lo como o reservatório da esperança. Na oração nós admitimos a nossa pobreza e a prosperidade de Deus, nossa falência e a sua generosidade, nosso sofrimento e a sua misericórdia. Assim, a oração exalta e glorifica Deus precisamente ao buscar tudo que desejamos nele e não em nós mesmos. "Peça, e você receberá, que o Pai possa ser glorificado no Filho e que a sua alegria seja plena."

Planeje para Orar

Eu termino com uma exortação sincera. A não ser que eu esteja muito enganado, uma das principais razões para tantos filhos de Deus não terem uma vida significativa de reverente não é que não queremos, mas é porque não planejamos. Se você for tirar férias por quatro semanas, você não acorda um dia no verão e diz, "Ei, vamos hoje!" Nada estará pronto ainda. Você não saberá aonde ir. Nada foi planejado. Mas é assim que muitos de nós tratam a oração. Acordamos dia após dia e percebemos que o tempo importante para a oração deve ser parte da nossa vida, mas nada está já pronto. Não sabemos aonde ir. Nada foi planejado. Sem tempo. Sem lugar. Sem procedimento. E você sabe tão bem quanto eu que o oposto de planejar não são experiências profundas e espontâneas na oração. O oposto do planejamento é a rotina. Se você não planejar as suas férias, você provavelmente ficará em casa vendo TV. A vida espiritual natural e não planejada afunda para o mais baixo nível de vitalidade. Há uma maratona a ser corrida e uma luta para ser lutada. Se você quer renovar a sua vida de oração, você deve planejar para tê-la.

Assim, minha simples exortação é esta: eu o encorajo a tirar dez minutos desta tarde para repensar as suas prioridades e ver como a oração pode ser encaixada. Faça novas resoluções. Tente alguns novos empreendimentos com Deus. Arranje um horário. Arranje um lugar. Escolha uma parte da Escritura para lhe guiar. Eu tive que fazer isso sozinho porque eu fui pego pelo estresse dos dias atarefados. Todos nós precisamos corrigir no meio do curso. Torne este um grande dia para tornar à oração - pela glória de Deus e pela plenitude de sua felicidade.