O Que Não Perguntar Para Quem Está Sofrendo

De Livros e Sermões Bíblicos

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English: What Not to Ask Someone Suffering

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Por Nancy Guthrie Sobre Sofrimento

Tradução por Jurema Homem da Silva

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Sempre me perguntam o que dizer ou fazer para quem está sofrendo pela morte de um ente querido. E eu fico contente que me perguntem. Fico contente que queiram saber o que é realmente útil e importante e o que é completamente inútil e até mesmo prejudicial. Gostaria de dizer-lhes que eu sempre sei o que dizer, mas às vezes as palavras me faltam. Também gostaria de dizer-lhes que eu nunca digo as coisas erradas. Mas eu digo. Na verdade, alguns dias atrás, eu cometi um erro que frequentemente falo aos outros para não cometerem. Assim que eu disse, desejei não tê-lo dito. Eu devia ter dito outra coisa, mas foi o que saiu. Talvez também seja o que saia quando você está conversando com uma pessoa enlutada. Isto foi o que eu disse, ou, na verdade, o que eu perguntei:

Como você está?

Não parece tão errado, não é mesmo? É uma pergunta que demonstra que nos importamos com as pessoas. Faz com que as pessoas saibam que não nos esquecemos de sua perda. Realmente é um convite para que a pessoa enlutada converse sobre isso. Mas muitas delas dizem que simplesmente odeiam esta pergunta. Elas se sentem na obrigação de relatar como estão se virando nesta missão que lhes foi dada: continuar a viver depois que seu ente querido morreu. Uma missão para a qual elas não tiveram nenhum treinamento e para qual elas parecem não ter nenhuma força. É uma pergunta que elas não sabem como responder. Dizer "eu estou bem" não é muito correto. Pode até funcionar, Talvez até se sintam melhor, mas sabem que não estão "bem". "Eu estou péssima" soa deprimente. "Eu estou com raiva" não soa bem. "Eu estou chorando o tempo todo" soa patético.

Algo Está Errado

"Como você está?” É uma daquelas perguntas que sempre aborreceram meu marido, David, logo depois que nossa filha, e mais tarde nosso filho, morreram. Ele sempre se sentia como se esperassem que pouco a pouco ele estivesse voltando à vida normal. No nosso livro, When Your Family’s Lost a Loved One*, ele escreveu: "No meio da minha própria dor e confusão, de repente eu me senti também responsável para com os outros em dar uma satisfação dos meus progressos. Conforme eu pronunciava as palavras, ficava imaginando se o meu relato fazia sentido.”

Quem pergunta provavelmente quer ouvir algo assim da pessoa enlutada: Que tudo está melhorando, que o mundo está mais brilhante, que a escuridão está se dissipando e que as lágrimas estão sendo postas de lado. Mas, na maioria das vezes, isto simplesmente não é o que está acontecendo, e é embaraçoso ser honesto ao falar sobre a confusão, a desatenção e o isolamento do luto. A realidade sobre o luto é que, às vezes, logo após a perda, nós nos sentimos fortes, mas, à medida que o tempo passa, e a falta daquela pessoa se torna uma realidade em nossa vida, nós nos sentimos fracos e infelizes. E é embaraçoso falar sobre isso.

Receamos que se te contarmos quão tristes nós estamos, você poderia pensar que há algo “errado” com o jeito com que nós estamos lidando com o luto. Receamos que você presuma que nós deveríamos estar com dificuldades de retornarmos à vida normal e que estamos indo pela direção errada. Às vezes queremos gritar que nunca seremos “normais” novamente. E às vezes, apenas queremos dizer: “Como eu estou? Eu estou triste. E gostaria que o mundo, incluindo você, simplesmente me desse algum tempo e espaço para estar triste. Quem eu amava, morreu e eu sinto a falta dele. Ele significava muito para mim. E por isso é compreensível que eu não vá superar sua falta tão fácil e tão rapidamente.”

O Que Você Deveria Dizer?

Portanto, se você interage com alguém que esta passando pelo sofrimento do luto, o que você deveria perguntar no lugar de “como vai você?” Eis aqui algumas sugestões:

Como tem passado nestes momentos de luto?” Esta pergunta presume que é compreensível que a pessoa está triste e lhe dá a oportunidade de falar sobre isso.

Não consigo imaginar quão difícil deve estar sendo esses dias sem (dizer o nome da pessoa falecida). Quais são as horas do dia ou dias da semana que você tem achado mais difícil?” Continue dizendo o nome da pessoa que morreu. Isto é música para os ouvidos da pessoa enlutada.

Realmente tenho sentido a falta (dizer o nome da pessoa que morreu) quando eu......” É um conforto para a pessoa enlutada saber que ele, ou ela, não é o único que sente falta da pessoa que morreu.

“Frequentemente penso em você quando estou (cuidando do jardim, dirigindo por perto da sua casa, fazendo uma caminhada, me levantando de manhã, etc) e orando por você para que sinta o conforto de Deus. Tem algo em especial em que eu poderia estar orando por você enquanto está passando por este período de luto.”

“A data de aniversário/data da morte (dizer o nome da pessoa que morreu) está chegando e deve ser muito difícil ver chegar este dia sem ele, ou ela, aqui.” O que você acha? Tem alguma coisa que podemos fazer para te ajudar a passar este dia?

“A data de aniversário da sua mãe/do seu pai/a sua data de aniversário está chegando. Estarei especialmente pensando e orando por você nesses dias. Adoraríamos que você fosse lá em casa. Você iria?”

De certo modo, todas essas perguntas estão dizendo “como você está?” Mas, de algum modo, elas expressam um desejo de participar do sofrimento do outro, em vez de simplesmente ter um relato do sofrimento da pessoa. Deste jeito, nós estamos próximos do “suportar as cargas uns dos outros” (Gálatas 6.2).

N.T.: Quando Seu Parente Perde Um Ente Querido (Tradução livre).