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English: Know What Not to Say

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Por Jon Bloom Sobre Santificação e Crescimento

Tradução por Carla Schnerring

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Os cristãos devem ser os mais cuidadosos ao falar. Devemos ser caracterizados por dois tipos de temor quando se trata de palavras: devemos temer diante de Deus e devemos temer diante das palavras que falamos.

Sabemos que devemos temer diante de Deus, pois ele nos diz:

"Este é aquele a quem olharei: o humilde e contrito de espírito, e que teme diante da minha palavra." (Isaías 66:2)

Mas por que devemos temer diante das palavras que falamos? Porque Jesus disse:

"Eu lhes digo que, no dia do juízo, as pessoas darão conta de toda palavra inútil que pronunciaram, pois pelas suas palavras serão justificados, e pelas suas palavras serão condenados." (Mateus 12:36–37)

“Toda palavra inútil.” Isso deveria nos fazer parar. Isso deveria nos fazer temer, pensando em quantas palavras falamos. E por "falar" quero dizer todas as palavras que saem de nossas bocas, nossas canetas e nossos teclados. Falamos milhares de palavras todos os dias, às vezes dezenas de milhares.

Quando experimentamos esses dois tipos de temor, ambos acontecem pela mesma razão: amamos e tememos a Deus e não queremos profanar sua santa palavra ou profanar sua santidade com nossas palavras impuras. Esse temor nos faz querer falar com cuidado e, às vezes, até ficar em silêncio. Porque acreditamos,

Tudo tem o seu tempo, e há tempo para todo propósito a baixo do céu: ... tempo de ficar em silêncio e tempo de falar. (Eclesiastes 3:1, 7)

Tabela de conteúdo

Um Tempo para Ficar em Silêncio

Realmente existe um tempo para ficar em silêncio. E esse tempo aparece mais frequentemente do que a maioria de nós está acostumada a pensar.

Vivemos numa era de fala incessante. Nunca na história humana a comunicação tem sido tão constante. Mesmo quando estamos em silêncio, não estamos calados, pois recebemos e transmitimos palavras através das mídias digitais. Nossa cultura não acredita que "o tolo multiplica palavras" (Eclesiastes 10:14).

Por um lado, acredita-se que palavras multiplicadas trazem conhecimento multiplicado, e que conhecimento multiplicado traz sabedoria multiplicada. Por outro lado, por não temer a Deus, simplesmente não se importa com a quantidade de palavras que fluem. Por isso, somos incessantemente inundados com informações, análises, comentários, críticas, opiniões e zombarias por todos os meios de comunicação. Não podemos evitar sermos condicionados por esse ambiente.

Com advento das redes sociais, quase todos agora têm uma plataforma de transmissão onde podem se manifestar publicamente sobre qualquer questão social, cultural, política, econômica, ou teológica, qualquer polêmica, qualquer escândalo, qualquer coisa a qualquer momento que quiserem, independente do que saibam. E embora a democratização da comunicação pública seja um fenômeno histórico notável e tenha, sem dúvida, alguns benefícios maravilhosos, é algo perigoso, espiritualmente falando. Trata-se de um fórum imenso e cacofônico de palavras multiplicadas, tolas e descuidadas, pelo qual todo participante, quer saiba ou não, prestará contas a Deus.

O Início da Sabedoria

Os Cristãos sabem que "o temor do Senhor é o princípio da sabedoria" e "o princípio do conhecimento" (Salmo 111:10; Provérbios 1:7). E uma expressão desse temor é tremer diante da palavra santa de Deus, e da nossa própria palavra.

Somos ensinados que é profundamente sábio cultivar a disciplina de sermos lentos para falar (Tiago 1:19). Ser lento para falar implica que há um tempo para o silêncio. Às vezes, isso significa que devemos permanecer em silêncio por um período adequado, seja breve ou prolongado, enquanto estamos rápidos para ouvir (ouvimos atentamente), para que possamos obter uma compreensão precisa de um problema antes de falamos cuidadosamente. E, em outros momentos, significa que simplesmente não devemos nos expressar. O primeiro caso é sempre uma necessidade para nós; o segundo é frequentemente uma necessidade.

Deus nos chama para viver de forma contrária ao nosso costume de língua afiada. Em um mundo onde informações de comentário rápido e contra comentário rápido estão constantemente colocando fogo e violência as palavras (Tiago 3:5), os filhos e filhas de Deus são chamados a ser pacificadores que apagam o fogo (Mateus 5:9). E uma das formas subutilizada de fazer a paz é reconhecer o tempo de manter o silêncio. Menos palavras podem significar menos combustível para os incêndios.

Um Tempo para Falar

Mas os cristãos não devem ficar sempre em silêncio. Há um tempo para falar, e há coisas que devemos dizer. Nosso Deus é um Deus que fala, e sabemos que Ele definitivamente quer que falemos (Mateus 24:14; 28:19-20).

Mas, quando Deus fala, Ele fala de forma muito intencional e, considerando Sua onisciência, Ele fala com tremenda moderação. E é assim que Ele quer que falemos, como Seus filhos e embaixadores, que são tudo, menos oniscientes (2 Coríntios 5:20): de forma intencional e com moderação. Ele quer que aprendamos a falar com Jesus.

Nós, como Jó, temos a tendência de falar impetuosamente e com confiança sobre coisas que realmente não entendemos (Jó 42:3). Mas Jesus frequentemente dizia menos do que sabia, porque estava ouvindo atentamente o Pai e falava apenas o que discernia que deveria dizer (João 8:26). O fato de ele ter uma boca e uma plataforma pública não significava que deveria usá-la o tempo todo. Pelo contrário, ele disse: "Nada faço por minha própria autoridade, mas falo exatamente como o Pai me ensinou" (João 8:28). Ele viveu perfeitamente e nos deu o exemplo dessa verdade:

Põe, O Senhor, guarda à minha boca; vigia a porta dos meus lábios! (Salmo 141:3)

Deus posiciona seus filhos estrategicamente em todas as esferas. Ele nos dá a cada um algumas tarefas e nos instrui a falar algumas coisas para que possamos levar o evangelho àquelas esferas limitadas em que estamos inseridos. Cada um de nós deve discernir, com orações, suas esferas e limitações. Nenhum de nós, como indivíduos, igrejas ou organizações, é chamado a abordar todas as questões atuais. E, se isso é verdade para questões sobre as quais temos conhecimento , é ainda mais verdadeiro para aquelas com as quais temos pouco ou nenhuma experiência pessoal.

Se estivermos em alguma forma de liderança em que somos chamados a tratar de tal questões, devemos primeiro orar por sabedoria, depois ser publicamente honestos sobre o que não sabemos e não sucumbir à pressão de tentar falar mais do que realmente sabemos. E então, se o Senhor nos conduzir, devemos buscar o entendimento necessário para falar de forma mais útil.

E quando discernirmos a direção de Deus para falar, devemos, como Jesus, lembrar que nossas bocas, dedos e plataformas ainda pertencem a Deus. Não somos livres para dizer o que quisermos sobre o que sabemos. Não fazemos nada por nossa própria autoridade, mas devemos dizer apenas o que discernimos que Deus quer que digamos.

Rígido, Gentil ou Silencioso?

Falamos a verdade em amor (Efésios 4:15), mas não falamos para ganhar "curtidas"; falamos para obter a aprovação de Deus. Isso significa que, às vezes, falamos uma verdade amorosa que é suave e doce (Provérbios 16:24), e outras vezes falamos uma verdade amorosa que é, graciosamente, difícil (Provérbios 27:6). Isso é falar como Jesus, que às vezes dizia coisas como: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mateus 11:28), e, em outras ocasiões, dizia coisas como: “Se não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis” (Lucas 13:5).

Discernir quando dizer uma verdade amorosa e suave, quando dizer uma verdade amorosa e firme, e quando não dizer nada é a tensão que Deus propositadamente nos deu para nos mantermos dependentes dele em oração. Frequentemente, isso não é claramente óbvio. Há momentos em que realmente queremos falar, mas não devemos. E há momentos em que realmente não queremos falar, mas devemos.

O que mais nos ajudará a discernir quando é o momento de permanecer em silêncio ou de falar será cultivar um santo temor diante da palavra de Deus e das nossas palavras. O tipo certo de temor do Senhor é o nosso melhor protetor bucal.