Como sobreviver a um inverso espiritual

De Livros e Sermões Bíblicos

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English: How to Survive a Spiritual Winter

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Por Sara Hagerty Sobre Santificação e Crescimento

Tradução por Andréa Koch

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Um árvore não sobrevive ao inverno sem raízes saudáveis. Nem nós.

Lembro-me daquela manhã sombria de fevereiro quando eu e meu marido carregamos nosso carro e dirigimos pelas florestas nuas das montanhas de Blue Ridge, para mudarmos para o porão da casa de meus pais. Tudo parecia frio, inclusive meu coração. Semanas antes, meu pai foi diagnosticado com um câncer no cérebro de rápido crescimento, pelo qual todos ainda estávamos atordoados.

Saía da casa deles, apenas para fazer corridas rápidas pelo subúrbio de Ohio e voltava para casa para mais inverno, enquanto observava meu pai declinar. Não pude escapar desta estação. Tinha entrado num inverno espiritual.

Tabela de conteúdo

Uma estação Sagrada

O que eu não sabia era que aquele era um inverno sagrado. Deus estava fazendo algo escondido que eu não conseguia ver.

No início de nossos trinta anos, nossos amigos estavam dando passos decisivos para impactar o mundo para Deus: compartilhar o evangelho com os vizinhos durante refeições partilhadas, mudar-se para zonas empobrecidas de uma cidade com seus martelos e orações e criar fundações para libertar mulheres da escravidão. Enquanto isto, eu estava cozinhando sopas de tomate e jogava cartas na cozinha dos meus pais, vendo meu pai outrora forte, morrer.

Parecia tudo tão injusto.

Quando Deus me salvou aos quinze anos, respondi dedicando-me ao evangelho. Então, no meu auge, fui incapaz de aliviar a dor do homem que tinha criado sua filha para acreditar que a vida não tinha limites. A minha oferta agora era uma xícara de sopa.

No entanto, foi no porão escuro da casa dos meus pais, ouvindo meu pai incansavelmente subir as escadas durante a noite escura, que comecei a ver o inverno como sagrado.

Uma árvore no frio

O Salmo 1, fala sobre o homem que medita dia e noite ao Senhor:

Ele é como uma árvore plantada junto a um curso de água, que dá o seu fruto no seu tempo e sua folha não murcha. Ela prospera, em tudo o que ele faz. (Salmo 1:3)

A árvore caducifólia conhece as estações. Na primavera, brotam ramos de vida e folhas verdejantes. Elas e os frutos que as acompanham, se desenrolam sob o calor do verão, exuberantes e vivas. No outono, o verde musgo transforma-se em dourado, mas apenas por um instante, antes que o inverno comece sua atração e o castanho assuma o controle. Esta árvore é despida no inverno, mas não está morta. Imóvel, com as raízes repousando e à espera, cresce muito lentamente.

A árvore prospera no inverno, cumprindo o propósito de Deus. Embora, para quem não sabe, com certeza pareça estéril.

Sem reconhecer as estações, podemos apenas ver essa esterilidade. Vemos uma vida próspera em Deus, semelhante à árvore opulenta no início da primavera, com folhas e frutos entrelaçados. Esquecemo-nos que esse florescimento surge graças ao preparo que o inverno proporciona.

Bem-aventurados os sedentos

Naquele inverno sagrado — quando me senti escondida, invisível para amigos que não estavam familiarizados com longas horas de cuidados, passando meus dias sem realizações visíveis e frutos aparentes - comecei a ver que poderia cultivar uma vida invisível e privada em Deus. As minhas raízes ainda estavam vivas, embora escondidas.

No porão, nas estações subterrâneas da minha vida, sua palavra e seu sussurro tornaram-se frescos para mim. Eu o queria, não para poder ensinar, partilhar ou fazer sermões, mas porque tinha sede. Só sede. Durante as noites agitadas de meu pai, eu precisava que Deus destacasse uma frase de sua palavra para sustentar meu coração de menina.

Eu não estava a mudar o mundo; Eu estava mudando a roupa dos meus pais. Mas através disso, Deus estava a me mudar. Com sua palavra aberta no balcão, sussurrou palavras de encorajamento e de promessa: “ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte . . . o meu cálice transborda” (Salmos 23:4–5).

O homem bem-aventurado, comparado à árvore do Salmo 1, encontrou seu prazer meditando em Deus, dia e noite (Salmo 1:2–3). Meditando na palavra de Deus - cantando-a, chorando pelas páginas, levando meu coração zangado à sua palavra para obter respostas e pedindo uma onda surpreendente de elevação do seu Espírito - atingiu um novo significado quando fui preparada para o inverno.

No inverno, me apaixonei. Ele se tornou minha alegria – porque era tudo o que tinha. Seu sussurro, a minha canção de inverno de volta para ele. E isso foi sua glória.

Novas práticas para cultivar raízes

Para aqueles que estão no inverno (talvez até um inverno prolongado), há alguns lembretes que podem ajudar a manter as nossas raízes:

1. Receba sua estação.

Antes de doar suas energias em direção ao desejo do outro. A rendição, embora dolorosa, coloca-nos em posição de receber tudo o que Deus pretende para essa época específica, muito melhor do que se lutarmos contra ela. Deus está sempre nos orientando, em direção ao nosso crescimento, mesmo no nosso inverno. Esta é uma verdade que nos é dada em João 15.

2. Crie novos espaços

Encontre áreas onde você possa se apaixonar novamente por Deus. Estações aparentemente estéreis podem convencê-lo de que suas raízes estão endurecidas. Não necessariamente.

As oportunidades frustradas são uma nova chance de ver Deus, através de sua palavra de uma forma nunca antes vista. Comece um novo hábito de se envolver com a palavra Dele no meio do seu dia frustrado. Escreva canções a partir da Sua palavra. Faça caminhadas sem fones de ouvido, rezando um versículo para Ele. Peça ao seu Espírito que dirija os seus olhos para as formas como Ele está trabalhando nas pequenas áreas da sua vida. O inverno é uma época em que o interior pode ser alimentado, mesmo quando o exterior parece estéril.

3. Não perca seu sonho por causa da fruta.

Nossa cultura é amplamente orientada para a ação. Mas os sonhos adormecidos não são sonhos mortos; são muitas vezes, novas oportunidades de diálogo com Deus. Ele te criou para desejar frutos e deseja frutos para você (João 15:8). O inverno é uma época para levar a Deus, esses desejos em oração. O inverno também pode ser uma estação em que se cultivam os sonhos.

Gratidão pelo inverno

O meu inverno, aparentemente estéril, começou ainda antes de o meu pai ser diagnosticado e durou anos após sua morte. Mas durante essa longa temporada, eu tinha este único versículo em um bloco de notas, colocado atrás da pia da minha cozinha:

“Eu lhe darei os tesouros das trevas e as riquezas ocultas dos lugares secretos, para que saibas que eu, o Senhor, que te chamo pelo seu nome, sou o Deus de Israel.” (Isaías 45:3, NVI)

Agora, durante uma espécie de primavera, vejo que tudo se revelou verdadeiro. Ele cultivou as minhas raízes no inverno e deu-me tesouros que ainda hoje dão frutos dentro de mim. E isso não teria acontecido sem os meus invernos.