A Alegria de Deus em Nós
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Edição actual tal como 20h25min de 13 de fevereiro de 2025
Por Jon Bloom Sobre Santificação e Crescimento
Tradução por Vanderci Sentello
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Por que o Espírito Produz Felicidade?
Ao lermos o Novo Testamento, encontramos uma conexão única entre o Espírito Santo e a alegria. Vou dar alguns exemplos. Lucas nos diz como Jesus uma vez “se alegrou no Espírito Santo” (Lucas 10:21, ARC) e Paulo nos diz como os cristãos tessalonicenses “receberam a palavra em muita tribulação, com a alegria do Espírito Santo” (1 Tessalonicenses 1:6–7, ARA). Em Romanos, Paulo nos instrui que “o reino de Deus não é comida, nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Romanos 14:17).
Eu chamo essa conexão de única (e digna de mais reflexão), porque o Novo Testamento combina alegria com o Espírito Santo de uma maneira, que não o faz com outros sentimentos. Por exemplo, não lemos sobre pessoas experimentando a “tristeza do (ou no) Espírito Santo” ou a “ira do (ou no) Espírito Santo”, embora esteja claro, que o Espírito pode ser entristecido (Efésios 4:30) e irritado (Romanos 1:18).
Então, por que o Novo Testamento vincula exclusivamente a alegria ao Espírito Santo? Para explorar essa questão, veremos brevemente quem (e o que) é o Espírito Santo, o que significa para nós experimentar essa alegria capacitada pelo Espírito e que diferença isso faz na vida cristã.
Espírito da Alegria
Duas qualificações antes de me aprofundar mais. Primeiro, as poucas palavras que estou prestes a compartilhar sobre a natureza do Espírito Santo são, creio eu, fundamentalmente úteis para entender a alegria, que o Espírito Santo produz em nós. Eu não tenho espaço aqui, no entanto, para oferecer um tratamento completo dessa realidade complexa, então se você quiser explorar isso mais profundamente, leia o sermão de John Piper e o artigo de Scott Swain, que são bons lugares para se começar.
Segundo, é útil ter em mente que, embora a Escritura descreva o Espírito Santo como uma pessoa divina distinta do Pai e do Filho (João 15:26), também o descreve como o Espírito do Pai (Mateus 10:20) e o Espírito do Filho (1 Pedro 1:11). Em um texto, Paulo se refere ao Espírito em todas as três maneiras trinitárias no espaço de três versículos (Romanos 8:9–11). Ao falarmos sobre a alegria do Espírito Santo, precisamos nos lembrar da individualidade de Deus.
Agora, vamos investigar mais profundamente a natureza da Trindade no que se refere à alegria. Citando textos do Novo Testamento, como 1 João 4:16b — “Deus é amor, e aquele que permanece no amor, permanece em Deus, e Deus, nele” — os teólogos, desde a época de Agostinho, entenderam que o Espírito Santo é o amor vivo e personificado, que flui entre o Pai e o Filho (João 17:26). John Piper diz desta forma — e observe a conexão entre o amor de Deus e a alegria de Deus:
Deus, o Espírito Santo, é a pessoa divina que “se origina” (eternamente!) do Pai e do Filho em seu amor mútuo. E esse amor não é um amor “misericordioso”, como se precisassem de piedade. É um amor fraterno, gratificante, exultante. É a Alegria. O Espírito Santo é a Alegria de Deus em Deus. Para ter certeza, ele é completo de tudo o que são Pai e Filho, ele é uma pessoa divina por direito próprio. Mas isso significa que ele é mais, não menos, do que a Alegria de Deus (“Podemos Explicar a Trindade?”).
Piper continua dizendo: “Isso significa que a Alegria está no coração da realidade. Deus é Amor, significa mais profundamente, Deus é Alegria em Deus.” Se uma dimensão essencial da natureza do Espírito é que ele é a “Alegria de Deus em Deus” personificada, isso nos ajuda a entender o que torna a alegria, que ele produz em nós, uma alegria única.
A Alegria de Deus em Nós
Quando experimentamos a alegria do Espírito Santo, provamos a alegria, que está no centro da realidade absoluta. Pois quando nascemos de novo pelo Espírito (João 3:6–7), recebemos o dom surpreendente, incrível, capacitador e inestimável do Espírito Santo, que reside em nós, como Jesus prometeu:
"E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós.” (João 14:16-17).
E quando o Espírito Santo habita em nós, o Pai e o Filho habitam em nós — e nós neles (João 17:20–21):
"Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada." (João 14:23).
Dado tudo o que Jesus diz sobre o Espírito em João 14–16, sabemos que o Espírito considerou originalmente, o que ele quis dizer quando disse:
“Tenho-vos dito isso para que a minha alegria permaneça em vós, e a vossa alegria seja completa.” (João 15:11).
Pois a única maneira pela qual podemos permanecer no Filho (João 15:4–5), a única maneira pela qual o Filho e o Pai podem permanecer em nós (João 14:23), a única maneira pela qual as palavras do Filho podem realmente permanecer em nós (João 15:7), e a única maneira pela qual a alegria do Filho no Pai e a alegria do Pai no Filho podem permanecer em nós, é pelo Ajudador, o Espírito Santo, habitando em nós.
É por isso que Jesus disse, que nossa experiência com o Espírito Santo seria como ter “rios de água viva” dentro de nós (João 7:38–39). O Espírito é a fonte interior de alegria em Deus, que experimentamos ao “vivermos pela fé no Filho de Deus” (Gálatas 2:20).
Alegria de Acreditar
Isso nos leva à experiência única de alegria, que um cristão experimenta pelo poder do Espírito Santo nesta era. Vemos isso em todo o Novo Testamento, mas Paulo capta isso magnificamente em Romanos 15:13:
“Que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança nele, para que vocês transbordem de esperança, pelo poder do Espírito Santo.”
Paulo descreve o fundamento dessa esperança fortalecida pelo Espírito e produtora de alegria em Romanos 5:
“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo. Por meio de quem também temos acesso pela fé a esta graça em que estamos, e nos regozijamos na esperança da glória de Deus. E a esperança não nos envergonha, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi dado.” (Romanos 5:1–2, 5).
E Pedro descreve a alegria divina, produzida pelo amor que experimentamos pelo Jesus agora invisível, em quem acreditamos, por causa de sua palavra revelada pelo Espírito:
“Embora você não o tenha visto, você o ama. Embora você não o veja agora, você acredita nele e o celebra com a alegria, que é inexprimível e cheia de glória, obtendo o resultado de sua fé, a salvação de suas almas.” (1 Pedro 1:8–9)
É assim que o Novo Testamento tipicamente descreve a alegria que recebemos do Espírito Santo: a esperança na glória da graça de Deus, recebida pela fé, nos enche de profunda alegria no Espírito.
Ele estava observando o Pai, pelo poder de seu Espírito, revelar o evangelho do reino aos “filhinhos” e enchê-los de esperança na glória da graça de Deus, para com eles, enquanto acreditavam nela, o que levou Jesus a “alegrar-se no Espírito Santo” (Lucas 10:21). Foi a esperança na glória da graça de Deus para com eles, que encheu os discípulos gentios “de alegria e do Espírito Santo” ao crerem no evangelho (Atos 13:52). E foi a esperança na glória da graça de Deus para com eles, que encheu os tessalonicenses “com a alegria do Espírito Santo”, ao crerem na mensagem do evangelho, embora a recebessem “em muita aflição” (1 Tessalonicenses 1:6–7).
A Busca pela Alegria
Todos nós sabemos, por experiência pessoal e observação, que os cristãos nem sempre são cheios da alegria do Espírito Santo. O fato de o Novo Testamento repetidamente chamar nossa atenção para casos específicos, em que os crentes experimentaram essa alegria, mostra que os primeiros cristãos nem sempre a experimentaram.
Mas Paulo disse que “a alegria no Espírito Santo” é uma dimensão crucial do reino de Deus (Romanos 14:17). É algo que devemos buscar. Pois a Alegria está no coração da realidade e se o Espírito habita em nós, temos aquele que é a Alegria suprema, habitando dentro de nós. Portanto, experimentar a alegria do Espírito Santo é experimentar a alegria da “vida” (1 Timóteo 6:19).
Não somente isso, mas é também experimentar uma alegria persistente. Pois essa alegria capacitada pelo Espírito, não pode ser destruída por perseguição (Colossenses 1:24), sofrimento (Romanos 5:3–4), várias provações (1 Pedro 1:6–7), tristeza (2 Coríntios 6:10) ou uma sentença de morte (Filipenses 1:21). Na verdade, é a esperança dessa alegria diante de nós, que nos ajuda, como Jesus, a suportar todo tipo de adversidade, sofrimento e morte (Hebreus 12:2). E isso porque essa Alegria de Deus é uma alegria eterna — ela sobreviverá à morte e só aumentará em nós para sempre (Salmos 16:11; Marcos 10:21). Na verdade, é a esperança dessa alegria eterna diante de nós, a qual nos apegamos pela fé, que nos torna “mais do que vencedores” sobre qualquer obstáculo ao amor de Deus em Cristo Jesus (Romanos 8:35–39).
E assim, “Que o Deus da esperança [nos] encha de toda alegria e paz na fé, para que pelo poder do Espírito Santo [nós] transbordemos em esperança”.