Bagunçado, atrasado e feliz

De Livros e Sermões Bíblicos

(Diferença entre edições)
Pcain (disc | contribs)
(Criou nova página com '{{info|Messy, Late, and Happy}}<br> ====Como sobreviver aos domingos com crianças pequenas==== Quase tudo sobre ter uma família jovem vai contra um compromisso permanent...')

Edição actual tal como 19h17min de 10 de janeiro de 2025

Recursos relacionados
Mais Por Marshall Segal
Índice de Autores
Mais Sobre Santificação e Crescimento
Índice de Tópicos
Recurso da Semana
Todas as semanas nós enviamos um novo recurso de autores como John Piper, R.C. Sproul, Mark Dever, e Charles Spurgeon. Inscreva-se aqui—Grátis. RSS.

Sobre esta tradução
English: Messy, Late, and Happy

© Desiring God

Partilhar este
Nossa Missão
Esta tradução é publicada pelo Traduções do Evangelho, um ministério que existe on-line para pregar o Evangelho através de livros e artigos disponíveis gratuitamente para todas as nações e línguas.

Saber mais (English).
Como podes Ajudar
Se você fala Inglês bem, você pode ser voluntário conosco como tradutor.

Saber mais (English).

Por Marshall Segal Sobre Santificação e Crescimento

Tradução por Laís Pereira da Silva

Review Você pode nos ajudar a melhorar por rever essa tradução para a precisão. Saber mais (English).



Tabela de conteúdo

Como sobreviver aos domingos com crianças pequenas

Quase tudo sobre ter uma família jovem vai contra um compromisso permanente de várias horas nas manhãs de domingo.

Só para levar fisicamente todas as partes para fora da porta e para dentro do mesmo veículo (a qualquer hora do dia, em qualquer dia da semana) pode parecer algum tipo de operação militar sofisticada — acordar os dorminhocos e controlar os ansiosos, alimentar os famintos (de diferentes idades, apetites e gostos), encontrar meias que combinem (ou pelo menos meias que razoavelmente combinem) para vários tamanhos de pés, preparar rações suficientes para manter a tropa até a hora do almoço (muitas rações, uma quantidade irracional de ração), encontrar outra roupa para a menina de 2 anos porque ela acabou de esfregar o café da manhã no vestido, evitar a birra de última hora ou a fralda suja (há algo sobre esses últimos cinco minutos que tira o pior das crianças, literal e figurativamente).

E se você chegar à igreja antes do fim, precisará aprimorar uma variedade de táticas específicas e direcionadas para manter cada criança quieta, parada e atenta. Para o restante de vocês sem filhos, se uma criança de repente começar a chorar alguns assentos abaixo e distrair vocês, não percam o milagre de que ela não estava chorando, gritando ou rindo nos últimos trinta minutos (e façam uma oração rápida pela mamãe e pelo papai).

Nos últimos seis anos (desde que nosso primeiro filho nasceu), passei a acreditar que a guerra espiritual se intensifica entre as 17h de sábado e o meio-dia de domingo. Estou convencido de que Satanás envia reforços demoníacos para causar o máximo possível de estragos perversos. É claro que as famílias jovens não são as únicas tentadas a faltar à igreja, mas elas têm tantos motivos quanto qualquer outra (e muitas vezes mais). A Bíblia é clara, no entanto, que temos ainda mais motivos para ir de qualquer maneira.

Alegria incompleta

Deus dá a nós, pais, muitos motivos para continuarmos indo à igreja, mas como pai de três filhos menores de 7 anos, ainda amo encontrar mais. O apóstolo João escreve a uma igreja que ele conhecia bem,

Tenho muito que lhes escrever, mas não é meu propósito fazê-lo com papel e tinta. Em vez disso, espero visitá-los e falar com vocês face a face, para que a nossa alegria seja completa. (2 João 1:12 NVI)

Nossa presença fiel na manhã de domingo vale todo o esforço e despesa, porque algumas alegrias preciosas não são possíveis sem o ajuntamento. “Tenho tanta coisa que quero te dizer”, diz João, “mas papel e tinta não bastam”. As pessoas são as mesmas, o significado é o mesmo, as próprias palavras podem até ser mais ou menos as mesmas, mas algo é diferente quando essas palavras são compartilhadas cara a cara. João aprendeu o poder espiritual da proximidade constante.

João, é claro, tinha muito a dizer por escrito (cinquenta capítulos, em cinco livros da Bíblia) e escreveu sobre algumas das realidades mais sérias e emocionantes do universo. E, no entanto, ele também sabia que algumas palavras eram muito melhor ditas (e ouvidas) pessoalmente. Algumas realidades eram muito mais bem saboreadas, vistas e vivenciadas pessoalmente. Ele sabia que a plenitude de sua fé e alegria cristã não poderiam ser sentidas a uma distância segura.

A presença completa a alegria de uma forma que a tecnologia (como canetas, tinta e câmeras de alta definição) não consegue. Essa é uma das razões pelas quais as famílias jovens continuam gastando tudo o que lhes custa para chegar ao banco da igreja a cada semana. Mais do que qualquer outra coisa, queremos que nossa família seja feliz em Deus — e ser completamente feliz em Deus requer sentar-se consistentemente com o povo de Deus sob a palavra de Deus.

Para que sua alegria seja completa

A segunda carta de João não é o único lugar onde ele fala sobre essa plenitude de alegria. Pode-se argumentar que seu Evangelho e suas cartas foram uma longa tentativa de trazer essa alegria para se materializar em nós. Ele diz explicitamente em sua primeira carta, "Escrevemos estas coisas para que a nossa alegria seja completa" (1 João 1:4 NVI). Quando você rastreia esse fio condutor através do seu Evangelho, você vê que essa alegria não é um enfeite bonito no prato do cristianismo, mas a doçura em cada prato e mordida.

Quando Jesus se prepara para ir para a cruz, por exemplo, ele diz aos seus discípulos, "Tenho lhes dito estas palavras para que a minha alegria esteja em vocês e a alegria de vocês seja completa" (João 15:11 NVI). Jesus não estava apenas se certificando de que a doutrina deles fosse organizada e precisa, mas que seus corações estivessem cheios. Ele queria que a verdade dentro deles pegasse fogo. Cristo veio, ensinou, realizou milagres, morreu e ressuscitou não simplesmente por causa da verdade e da justiça, mas pela alegria — para que sua alegria fosse despertada e inflamada em nós.

Um capítulo depois, Jesus diz aos mesmos homens, “Até agora vocês não pediram nada em meu nome. Peçam e receberão, para que a alegria de vocês seja completa" (João 16:24 NVI). A Alegria é a resposta final para todas as nossas orações. Oramos e continuamos orando, para que possamos saborear uma profundidade e intensidade de felicidade que não experimentaríamos de outra forma. E então, alguns versos depois ele diz,

Vocês se entristecerão, mas a tristeza de vocês se transformará em alegria. . . . Agora é hora de tristeza para vocês, mas eu os verei outra vez, e vocês se alegrarão, e ninguém lhes tirará essa alegria. (João 16:20, 22)

Então, quando João escreve, “Espero visitá-los e falar com vocês face a face, para que a nossa alegria seja completa”, essa alegria é repleta de significado para ele. É um eco alto de suas últimas horas com Jesus e das centenas de horas que passaram juntos antes disso — caminhando pelas mesmas estradas, comendo a mesma comida, vivenciando as mesmas memórias, servindo as mesmas pessoas necessitadas.

Essa alegria para João, não é simplesmente o refrigério da boa companhia; isso está próximo da essência do que significa seguir Jesus. Fomos criados, chamados, redimidos e comissionados para encontrar alegria juntos — para encontrar Deus lado a lado, não apenas pelo Wi-Fi.

Famílias feitas para um corpo

Essa alegria não pode ser alcançada por meio de uma transmissão ao vivo porque nossas almas não foram feitas, em última análise, para letras e sermões; fomos feitos para fazer parte de um corpo. O apóstolo Paulo escreve,

Ora, assim como o corpo é uma unidade, embora tenha muitos membros, e todos os membros, mesmo sendo muitos, formam um só corpo, assim também com respeito a Cristo. . . . O corpo não é composto de um só membro, mas de muitos. (1 Coríntios 12:12, 14 NVI)

Famílias que constantemente faltam à igreja são como mãos decepadas ou olhos desonestos. Não seríamos apenas feios, mas funcionalmente inúteis. E não apenas inútil, mas também prejudicaríamos o corpo que precisa de nós — amputações espirituais. Onde está o sentido da audição? Em casa, debaixo dos cobertores, assistindo à transmissão ao vivo novamente. Onde está o sentido do olfato? Descansando um pouco mais porque está muito difícil sair. Onde está o sentido da alegria? Foi extinto e diluído pela nossa ausência.

A alegria cristã depende da presença física regular, porque é assim que o corpo funciona.

Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. Dele todo o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida em que cada parte realiza a sua função. (Efésios 4:15-16 NVI)

Assim como Paulo, João sabia que essa alegria se manifestava em relacionamentos reais, contínuos e de vida para vida. Afinal, ele nos deu a importantíssima ordem de Jesus: “Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros. Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros" (João 13:34-35). Como o mundo reconhecerá quem esteve com Jesus? Pela forma como amamos uns aos outros. E como nós amaremos uns aos outros sem nos comprometermos a nos ver?

O que as famílias não podem pagar

Quando eu ainda era solteiro, às vezes ficava perplexo com o fato de as famílias terem tanta dificuldade para ir à igreja. Claro, pode haver mais cabelos para pentear e cadarços para amarrar, mas quão difícil isso poderia ser? Essa confusão ingênua caiu sobre as rochas dos nossos terríveis dois anos. Os obstáculos para a vida normal da igreja com crianças pequenas são inegáveis. Mas ouçam-me, colegas pais: as recompensas também são.

Nenhuma família pode se dar ao luxo de ficar fora de casa regularmente nas manhãs de domingo. Claro, nem sempre estaremos tão organizados quanto gostaríamos e provavelmente nem sempre chegaremos na hora certa, mas com o tempo, toda a nossa família ficará mais feliz por ter estado lá. Caneta e tinta não funcionam; nem podcasts e e-mails. Fomos feitos para a alegria olho no olho, ombro a ombro, na igreja. Fomos feitos para um corpo. Fomos feitos para pertencer. E somente a nossa presença traz essa alegria do pertencimento à plena realidade.