A Graça de Deus é Surpreendente
De Livros e Sermões BÃblicos
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Edição actual tal como 19h51min de 30 de outubro de 2024
Por Phillip Holmes Sobre A Graça de Deus
Tradução por Lorena Sales
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Nós sabemos que as Escrituras anunciam que Deus é gracioso, mas muitos lutam para acreditar nisso. Outros se perguntam como é a graça de fato. Se levarmos a sério a justiça de Deus e a gravidade de nosso pecado todos os dias, talvez nos peguemos perguntando a Deus: "Você ainda me ama?" ou "Por que você é tão paciente comigo?" ou "Por que você não me matou por tudo o que fiz?"
À medida que nosso ódio e a consciência de nosso pecado aumentam, precisamos desesperadamente de uma visão bíblica da graça de Deus. Precisamos das Escrituras para nos dar uma imagem clara de quem Deus é e o quanto Ele nos ama em Cristo Jesus. Precisamos ver o Deus das Escrituras, que é tão gracioso que nos deixa boquiabertos, levando-nos às lágrimas e ao arrependimento.
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Como Pensamos a Respeito de Deus
Em Miquéias 6:6-7, os israelitas têm uma visão distorcida de quem é Deus. Nos versículos de um a cinco, o Senhor oferece uma repreensão carinhosa, perguntando: "Meu povo, que foi que eu fiz contra você?" Ele os lembra de como os livrou das mãos do Egito, e de outros atos de justiça que executou em favor deles.
A resposta deles nos versículos 6-7 é desconcertante, mas dolorosamente familiar:
"Com que eu poderia comparecer diante do Senhor e curvar-me perante o Deus exaltado? Deveria oferecer holocaustos de bezerros de um ano? Ficaria o Senhor satisfeito com milhares de carneiros, com dez mil ribeiros de azeite? Devo oferecer o meu filho mais velho por causa da minha transgressão, o fruto do meu corpo por causa do meu próprio pecado?"
Ao invés de responder com gratidão, eles se expuseram. Quer tenham tido a intenção ou não, eles pintam essa imagem de Deus que o faz parecer exigente, cruel e impossível de satisfazer. O tom não está claro. Podemos presumir que o interlocutor está genuinamente tentando se arrepender ou podemos supor que ele está indignado. A intenção deles, no entanto, não vem ao caso. A questão é que a visão deles sobre Deus não condiz com a realidade, e eu estou bem familiarizado com a visão que eles têm de Deus.
Na época da faculdade, um amigo querido e eu estávamos confessando pecados e orando. Durante nosso tempo de confissão e oração, descobrimos que tínhamos visões muito semelhantes a respeito de Deus. Nós dois víamos Deus como o pai furioso, sentado no trono, horrorizado e chocado por termos pecado novamente. O Deus que imaginávamos era impaciente, furioso e completamente decepcionado conosco. Pensávamos que nosso Deus celestial vivia em constante frustração com seus filhos rebeldes. Então, quando li Miquéias 6:6-7 recentemente, pude me identificar com os israelitas.
A Graça de Deus Não é Como a Graça do Homem
Parte da maneira como vemos a graça de Deus geralmente nasce de nossa experiência uns com os outros. Seja um pai, um parente ou nossa visão geral da humanidade, nossa experiência com pessoas pecaminosas e desonestas afeta nossa visão de nosso Deus santo e justo. Não estamos familiarizados com a graça, misericórdia e verdade que não são manchadas pelo pecado. Humanamente falando, embora tenhamos experimentado a graça, nunca conhecemos uma pessoa que a encarnasse perfeitamente.
Ao refletir sobre como amamos e demonstramos graça, duas coisas se destacaram para mim sobre o homem e nossa motivação para perdoar:
- O homem natural é motivado a ser gracioso porque está ciente (até certo ponto) de que é tão culpado quanto a pessoa que precisa de graça.
- O homem natural perdoa os outros porque muitas vezes conhece apenas uma pequena parte de tudo de que o outro realmente é culpado.
Estou certo de que existem mais motivações humanas para demonstrar graça, mas, a partir apenas destas duas, descobrimos dois fatores que desempenham um papel enorme em nossa capacidade de perdoar: nosso próprio pecado e a ignorância.
Graça Surpreendente
Quando comecei a processar isso, fiquei impressionado. Deus não é motivado por sua própria pecaminosidade nem habilitado por sua ignorância. Ele é um Deus santo e justo, completamente isento de pecado e cheio de bondade e amor. Ele nunca cometeu um erro e pode fazer tudo, exceto fracassar. Ele é perfeito em todos os seus caminhos. Se ele fosse um médico, nunca perderia um paciente. Se ele fosse um advogado, nunca perderia um caso. Não há nenhuma bússola moral que possa medir o quão íntegro e irrepreensível ele é.
No entanto, quando nós, seus filhos pródigos pecadores e rebeldes, cuspimos em seu rosto, nos atolamos em nossos pecados e entristecemos seu Espírito, ele nos chama ao arrependimento com os braços abertos e amorosos, dizendo: “Volte para casa, filho.”
Ele não é ignorante a respeito de todas as maneiras pelas quais pecamos contra ele. Ele sabe tudo que já fizemos e é capaz de suportar isso. Seu conhecimento de quem realmente somos nunca impedirá seu amor por nós. Ele está ciente até mesmo do mal por trás de nossas boas ações. A intimidade com que o Senhor nos conhece e, ao mesmo tempo, é capaz de nos abraçar amorosamente como seus filhos, é sobrenatural. A graça de Deus é surpreendente. Toda vez que penso nessa realidade, fico em lágrimas porque sirvo a um Deus cujo amor e graça me deixam perplexo.
Conhecendo a Graça de Deus Através das Escrituras
Ao longo das Escrituras, a mensagem dessa graça é proclamada. Nosso Deus é "compassivo e misericordioso, paciente, cheio de amor e de fidelidade, que mantém o seu amor a milhares e perdoa a maldade, a rebelião e o pecado" (Êxodo 34:6-7, NVI). Essa graça é distinta da fé cristã. Nenhuma outra religião enfatiza a graça divina da mesma forma que a Bíblia.
É por isso que a leitura da Bíblia e a comunhão com Deus são essenciais para o florescimento cristão. Quanto menos lemos e oramos a Bíblia, mais manchada fica nossa visão de Deus. Se você quer que a graça de Deus o surpreenda novamente, leia sua Bíblia.