As ondas do luto vão ceder

De Livros e Sermões Bíblicos

(Diferença entre edições)
Pcain (disc | contribs)
(Criou nova página com '{{info|The Waves of Grief Will Give Way}}<br> “Por que Deus me fez desse jeito? Eu O peço todos os dias para que me modifique, mas ele não me atende. Minha vida é irre...')

Edição actual tal como 19h04min de 26 de setembro de 2024

Recursos relacionados
Mais Por Sarah Walton
Índice de Autores
Mais Sobre Sofrimento
Índice de Tópicos
Recurso da Semana
Todas as semanas nós enviamos um novo recurso de autores como John Piper, R.C. Sproul, Mark Dever, e Charles Spurgeon. Inscreva-se aqui—Grátis. RSS.

Sobre esta tradução
English: The Waves of Grief Will Give Way

© Desiring God

Partilhar este
Nossa Missão
Esta tradução é publicada pelo Traduções do Evangelho, um ministério que existe on-line para pregar o Evangelho através de livros e artigos disponíveis gratuitamente para todas as nações e línguas.

Saber mais (English).
Como podes Ajudar
Se você fala Inglês bem, você pode ser voluntário conosco como tradutor.

Saber mais (English).

Por Sarah Walton Sobre Sofrimento

Tradução por Robson Pereira

Review Você pode nos ajudar a melhorar por rever essa tradução para a precisão. Saber mais (English).



“Por que Deus me fez desse jeito? Eu O peço todos os dias para que me modifique, mas ele não me atende. Minha vida é irrelevante, não há mais por onde tentar.” Meu filho contraiu-se no chão e chorou.

Sentei-me ao seu e lado, sem palavras, enfrentando meus próprios sentimentos de desespero e cansaço. Quase onze anos depois presenciar sua enfermidade mental transformar nossa meiga, perspicaz e atenciosa criança em alguém que não tem controle sobre suas próprias palavras e ações. Dor que eu nunca imaginei que um coração humano pudesse suportar preencheu todas as fendas da minha vida.

Palavras não conseguem expressar nossa tristeza como pais, à medida que assistimos, impotentes, nosso tesouro sofrer. É uma de muitas tristezas intensas e debilitantes que cristãos vivenciam. A dor chega, ondas após ondas, até que você não consegue se lembrar de como é viver em marés calmas. Ela vai e vem à sua maneira, surge em lugares inesperados e te transforma ao longo do caminho. Você clama a Deus, pedindo-lhe que corrija esse distúrbio. Eu sei que não estou sozinha.

Tabela de conteúdo

Fé em meio às nossas lágrimas

Por mais que o impacto da dor ou a adrenalina do instinto de sobrevivência possam fazer-nos parecer fortes durante algum tempo, “o tormento interior que se segue após a perda de algo ou de alguém que amamos” eventualmente chegará até nós (Uma dor santificada, 9).

No livro de Jó, vemos um homem que perdeu tudo, seu rebanho, seus criados e todos os seus dez filhos. Com um golpe só, a sua riqueza, segurança e família foram-lhe retiradas. No entanto, em resposta a uma aflição impenetrável, “Jó levantou-se, rasgou o manto e raspou a cabeça. Então, prostrou se com o rosto em terra em adoração, e disse, “Nu saí do ventre da minha mãe e nu partirei. O Senhor o deu, o Senhor o levou, louvado seja o nome do Senhor”. (Jó 1:20–21).

Isso é incrivelmente diferente da forma como a maioria de nós, incluindo os cristãos, reage às provações. Na cultura ocidental, muitas vezes estamos inconformados com a dor, fazendo o nosso melhor para evitar a realidade de que a morte e a decadência são provas de que este mundo está a definhar.

Em vez disso, esforçamo-nos por parecer fortes, pensar positivo e preencher as nossas vidas com o que quer que seja que ajude a disfarçar a dor. Ou ficamos de luto, acreditando que podemos ser dispensados de adorar a Deus como o fazemos (recomeçaremos a viver para ele quando nos sentirmos melhor ou a dor tiver passado). Lamentavelmente, em vez de permitir que a dor e a perda nos conduzam a uma esperança maior, muitos de nós evitam encarar o abatimento de frente, preenchendo o sofrimento profundo com qualquer coisa que possa atenuar a aflição, em vez de o fazer com Deus. Confiamos em outras coisas além do nosso grande Consolador ou da nossa família eterna.

A dor não é um sinal de incredulidade

Uma razão pela qual vemos alguns com medo de lamentar com outros cristãos, é que eles temem que possa parecer incredulidade. Mas John Piper explica uma realidade diferente quando diz:

Os soluços de tristeza e dor não são os sinais de descrença. Jó não sabe nada de uma atitude leviana, insensível, superficial “Louva a Deus de qualquer forma” como resposta ao sofrimento. A magnificência de seu culto é porque foi na dor, não porque substituiu a dor. Deixe suas lágrimas fluírem livremente quando sua calamidade chegar. E deixemos o resto de nós chorar com aqueles que choram.

A dor e as lágrimas não são sinais de fé fraca, mas respostas normais e saudáveis ao quebrantamento deste mundo. É natural lamentar as perdas e a dor que experimentamos nesta vida. Negar a nós mesmos a liberdade de sentir luto não apenas nos prejudica, mas nos nega a oportunidade de experimentar a doçura da presença de Cristo na amargura da nossa dor. Recusar-se a chorar pela perda afasta aqueles que chorariam conosco e Aquele que promete enxugar cada lágrima em nossas faces.

Inquietante Terra de Luto

Vivemos na terra entre a dor presente e a glória futura. Vivemos inquietos em nossa dor, mas em paz na presença de Cristo. Confiamos nele em nossa fragilidade, a espera pelo dia da plenitude e redenção na vinda de Jesus.

E enquanto esperamos, nós choramos na fé. Enquanto é possível desonrar a Deus permitindo que nossa tristeza dê lugar à incredulidade e amargura em relação a Deus (que é pecado), não precisamos responder assim. Quando adoramos a Deus em nossa dor e declaramos que ele é digno de nossa confiança, mesmo em nossas mais profundas tristezas, quando escolhemos descansar em sua bondade e soberania, mesmo quando nossas circunstâncias parecem sem esperança, nós trazemos glória ao seu nome. Ter esperança não significa que não iremos chorar. Ter esperança significa que choramos com a confiança de que Deus “os restaurará, os confirmará, os fortalecerá e os porá sobre firmes alicerces” (1 Pedro 5:10).

E essa tristeza pode durar mais do que o esperado. Jó não o fez, e nós também não vamos atravessar a dor da perda em uma ou duas semanas e nunca mais sentir a ausência ou a dor novamente. De fato, normalmente não sentimos todo o peso da nossa dor até que o choque passe, cessam as refeições, amigos não aparecem e o mundo parece seguir em frente enquanto nós ficamos com nossa dor, com as lembranças diárias da nossa perda. Mas é aqui, no lugar inquietante do luto, que começamos a entender a profundidade do amor e da bondade de Deus para conosco.

É aqui que começamos a entender extraordinariamente que Jesus, "um homem de dores e experimentado no sofrimento" (Isaías 53:3), não é alheio e distante à nossa dor. Ele nos deu o seu Espírito, que “nos ajuda em nossa fraqueza. Pois não sabemos como devemos orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Romanos 8:26).

Não da forma como deveriam ser

Quando uma nova onda de dor chega, podemos deixar as lágrimas virem, clama ao Senhor em nossa dor e então nos lembrarmos da esperança do evangelho. Lembramos a nós mesmos, como Jó, “Quanto a mim, eu sei que o meu Redentor vive” (Jó 19:25). Nossa dor reconhece que as situações não são como deveriam ser, enquanto nossa fé no evangelho nos lembra que nossa dor não é o fim da nossa história.

Jesus pagou o preço por nossos pecados, quebrando o poder do pecado, da morte e do sofrimento. Quando ele retornar, ele redimirá o que foi perdido e restaurará o que foi quebrado. Se você está em Cristo, seu sofrimento não é mais sem sentido, mas está produzindo algo eternamente precioso para você (1 Pedro 1:6–7).