A felicidade não é uma opção
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Edição actual tal como 18h41min de 26 de setembro de 2024
Por David Mathis Sobre Gozo
Tradução por Robson Pereira
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Sua felicidade é importante para Deus
A felicidade é essencial na vida cristã. As escrituras são claras: O povo de Deus é tanto ordenado a se alegrar quanto caraterizado pela alegria.
Nosso Pai celestial não é indiferente à nossa satisfação. A felicidade não é um enfeite na prática da vida cristã. A felicidade não é a cobertura do nosso bolo, mas sim um ingrediente essencial em uma massa complexa.
Não é que haja apenas felicidade, mas que em nossas perdas e sofrimentos mais dolorosos, descobrimos a profundidade imensa das fontes da alegria cristã. Somente aqui, na dificuldade e na escuridão, sentimos o gosto da essência dessa felicidade, que não é fina, frívola e vazia, mas espessa, substanciosa e completa.
A felicidade é possível
Ouvir que a felicidade não é opcional chega a alguns ouvidos com promessa e esperança. Se a felicidade é essencial, então isso deve significar que a felicidade é possível. Em um mundo de pecado e sofrimento, bagunça e miséria, é uma boa notícia ouvir que a felicidade é possível.
Por um lado, a alegria é ordenada em toda a bíblia. Isso foi ordenado ao povo da primeira aliança de Deus, Israel, talvez especialmente nos Salmos. “Alegre-se Israel no seu Criador; exulte o povo de Sião no seu Rei” (Salmos 149:2). “Alegre-se Jacó, regozije-se Israel” (Salmos 14:7). “Alegrem-se no Senhor” (Salmos 97:12). “Prestem culto ao Senhor com alegria” (Salmos 100:2). “Alegrem-se no Senhor e exultem, vocês que são justos! Cantem de alegria, todos vocês que são retos de coração!” (Salmos 32:11). Com literalmente centenas de outros exemplos em todo o Antigo Testamento.
Deus não se dirige apenas a Israel; Ele ordena que todas as nações se regozijem em Seu Criador (“Exultem e cantem de alegria as nações”. Salmos 67:4), e até ordena que o mundo natural participe da alegria (“Regozijem-se os céus e exulte a terra!” (Salmos 96:11).
No Novo Testamento, o próprio Deus, em plena humanidade, não muda de tom quando se torna o “homem de tristeza” em nosso mundo decaído (Isaías 53:3), mas comanda nossa alegria tanto quanto qualquer outro, e nos dá ainda mais motivos para nos alegrarmos. “Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a recompensa de vocês nos céus” (Mateus 5:12). “Saltem de alegria” (Lucas 6:23). “Alegrem-se, porque seus nomes estão escritos nos céus”. (Lucas 10:20). Sim, a alegria é possível, uma alegria tão real e rica que nos voltamos para os amigos e vizinhos e dizemos, “Alegrem-se comigo” (Lucas 15:6, 9).
Como se isso não fosse claro o suficiente, o apóstolo Paulo reforça o assunto em suas cartas às igrejas. “Alegrem-se na esperança”. “Alegrem-se com os que se alegram” (Romanos 12:12, 15). “Sem mais, irmãos, exortem-se” (2 Coríntios 13:11). “Alegrem-se sempre” (1 Tessalonicenses 5:16) E depois, a onda de alegria de Filipenses: “Estejam vocês também alegres, e regozijem-se comigo. (Filipenses 2:18). “Alegrem-se no Senhor” (Filipenses 3:1). “Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: alegrem-se” (Filipenses 4:4). Não é que sejamos indiferentes às complexas dores da vida nesta época, contudo, em Cristo, temos acesso a uma alegria profunda e interior que é simultaneamente maior e mais intensa do que as maiores de nossas tristezas, somos “entristecidos, mas sempre alegres” (2 Coríntios 6:10).
Um dos motivos pelos quais a Bíblia é tão firme em sua insistência na nossa alegria é a bondade de Deus. A nossa obrigação de alegrar-se está fundamentada na certeza do bem que encontramos Nele. “Vocês se alegrarão com todas as coisas boas que o Senhor, o seu Deus, lhes dá” (Deuteronômio 26:11). A alegria no coração da criatura corresponde à bondade no coração do Criador. A alegria é a resposta adequada do recebedor à bondade do Doador.
Mas eu não estou feliz
Alguns veem nos comandos possibilidades de felicidade, outros veem problemas. E ambos os entendimentos são justificados. Somos pecadores, espiritualmente mortos por natureza (Efésios 2:1-3) Muitas vezes, somos emocionalmente inconsistentes e espiritualmente sem sabor. Mesmo em Cristo, diariamente, passamos pela montanharussa emocional, do coração apático ao espírito vibrante, e, em seguida, volta a ficar frio.
Aqueles de nós que conhecem a si mesmos, e estão aprendendo a ser honestos com a realidade, reconhecem o quão pouco somos verdadeiramente felizes e pedem ao nosso Pai repetidamente, “Devolve-me a alegria da tua salvação” (Salmos 51:12).
Para pessoas tão preguiçosas e autoconscientes, ouvir que a felicidade não é opcional pode parecer mais uma condenação do que uma possibilidade. Pode ser um novo peso a ser carregado em ombros já sobrecarregados.
Mas nossa falta de alegria não é o fim da história. Uma peça infinitamente poderosa permanece na equação.
Deus está totalmente comprometido com sua felicidade
Com nossos infindáveis fracassos em vista, é uma notícia tão espetacularmente boa que o próprio Deus está totalmente comprometido com nossa alegria eterna Nele. De fato, há um sentido em que Ele está tão comprometido com nossa alegria Nele quanto com Seu propósito final no universo: que Ele seja honrado e glorificado. Isso porque nossa alegria está ligada à Sua glória. Nas palavras do verso poético de John Piper, Deus é mais glorificado em você quando você está mais satisfeito com Ele.
Deus é justo e, portanto, não é indiferente à sua glória. E a boa notícia para aqueles de nós que reivindicam o sangue e a justiça de Seu Filho é que Ele não é indiferente à nossa alegria. Não é a “alegria” magra, frívola e vazia que meras circunstâncias externas em um mundo decaído podem trazer, mas a alegria espessa, substanciosa e rica que pode ser mais profunda e mais ampla do que os ambientes mais tristes da vida.
Em Cristo, Deus não só deixou de estar contra nós com Sua ira onipotente, como agora está a nosso favor, para nossa alegria profunda e duradoura, em todo Seu amor onipotente. Sua promessa por meio de Jeremias chega até nós em Cristo: “Terei alegria em fazer-lhes o bem, e os plantarei firmemente nesta terra de todo o meu coração e de toda a minha alma” (Jeremias 32:41)
Nossa felicidade não será perfeita nesta vida, sempre teremos dificuldades e lutas. Teremos nossas angústias e ansiedades. Teremos nossos altos e baixos. No entanto, mesmo aqui temos gostos. Não apenas a alegria indomável está chegando, mas mesmo agora experimentamos a doçura, especialmente no sofrimento. “Mesmo não O tendo visto, vocês O amam; e apesar de não O verem agora, creem Nele e exultam com alegria indizível e gloriosa” (1 Pedro 1:8)
É uma boa notícia o fato de a felicidade não ser opcional na vida cristã, porque o peso final não recai sobre nossas costas fracas, mas sobre os ombros todo-poderosos do próprio Deus.