Sua fraqueza não é em vão
De Livros e Sermões BÃblicos
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Edição actual tal como 19h54min de 28 de setembro de 2023
Por Jon Bloom Sobre Santificação e Crescimento
Tradução por Jonathan Josua
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Deus lhe deu muitas limitações porque ama você.
Se você é como a maioria das pessoas, enxergar suas limitações não faz você se sentir amado. Você se sente confinado, limitado, preso e exposto por elas. Você se sente desanimado pela sua fraqueza e por perceber quantas coisas não consegue fazer bem, ou sequer consegue fazer. Você pode até se sentir tentado a ficar ressentido com Deus por ter lhe dado tão poucas habilidades.
Mas isso só acontece porque você está olhando para si da perspectiva errada, isto é, olhando demais para si mesmo.
Deus lhe fez como um ser finito, com habilidades e fraquezas extremamente limitadas, para que você pudesse conhecer seu glorioso amor e se alegrar nele de todas as formas possíveis. Você tem todas essas limitações porque é muito amado.
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As situações em que experimentamos mais o amor
Nossa finitude, em si, não é consequência da queda, ainda que a corrupção que nos assola seja (2 Pedro 1:4). Deus fez o ser humano incrivelmente limitado desde o início porque fomos feitos para viver em um mundo de amor.
O que nossas limitações têm a ver com amor? Tudo, praticamente. Porque, da forma como Deus nos fez, nós sempre experimentamos o amor com mais intensidade nas situações em que a graça se faz mais necessária. Isso se aplica tanto aos momentos em que recebemos amor (de Deus e de outros) quanto àqueles em que demonstramos amor.
Em que situações amamos mais a Deus?
O ser humano sempre viveu e sempre viverá com base exclusiva na graça de Deus, nosso “Criador, Benfeitor, Proprietário, Defensor” (O vale da visão, 115). Isso se aplicava ao Éden antes da queda e continuará valendo na era vindoura, quando estivermos finalmente livres do pecado.
Mas isso se aplica especialmente à era atual, em que somos grandes pecadores que precisam de tamanha graça. Já fomos amados com o maior amor possível, quando o Pai deu seu único Filho para morrer em nosso lugar, estando nós num estado miserável e imerecedor (João 3:16; 15:13; Romanos 5:8). Nossa resposta, repleta de gratidão, ao seu amor gracioso produz um eco santo de alegria amorosa entre nós e Deus. Nós amamos a Deus com gratidão porque Ele nos amou primeiro de forma tão graciosa e sacrificial (1 João 4:19).
Quanto mais assimilarmos seu amor incompreensível por nós em nossa necessidade imensurável (Efésios 3:19), mais nosso amor por Ele crescerá. Por isso, a mulher perdoada por Jesus por seus grandes pecados tinha um amor maior por Deus do que Simão, o fariseu (Lucas 7:47). O momento em que mais experimentamos o amor de Deus por nós é quando temos mais necessidade de Sua graça.
Em que situações amamos mais uns aos outros?
Também é verdade que experimentamos mais intensamente o amor uns pelos outros nos momentos em que mais precisamos uns dos outros.
Quando Deus me concedeu minhas habilidades, raras que são, Seu propósito não era inflar meu ego. Ele me deu essas habilidades para que eu pudesse ter o incrível privilégio de amar alguém, servindo-o generosamente em um momento de necessidade, e depois receber em troca seu amor grato.
E quando Deus me deu as minhas fraquezas, que são muitas, Seu propósito não era me envergonhar e desencorajar. Ele me deu essas fraquezas para que eu pudesse ter o incrível privilégio de humildemente receber o amor de outra pessoa enquanto ela me serve generosamente em um momento de necessidade, para, então, responder alegremente a ela com um amor grato.
Assim como existe uma ressonância vertical de amor entre Deus e nós, também existem ressonâncias horizontais de amor entre nós quando amamos uns aos outros. E já que Deus é amor e todo amor tem origem nele (1 João 4:7-8), as ressonâncias verticais e horizontais se unem em uma única canção gloriosa de amor a Deus.
Você consegue ver o belo e amoroso propósito de Deus nas nossas limitações? O amor se expressa precisamente nos momentos em que experimentamos necessidades variadas. Como John Piper afirma de forma tão esclarecida: "O amor é o transbordamento da alegria em Deus que prontamente atende às necessidades dos outros" (Desiring God [Em Busca de Deus], p. 119). Aí está: a fusão dinâmica do amor vertical e horizontal de Deus. A glória de Deus é revelada quando obedecemos aos maiores mandamentos, ainda que de forma imperfeita nesta era (Lucas 10:27).
Um corpo de amor
Deus lhe deu muitas limitações porque te ama. Ele quer que você experimente o máximo de Seu amor, de todas as formas possíveis. E para que isso aconteça, Ele deve lhe dar um rio interminável de razões e uma enorme variedade de maneiras diversas para receber e demonstrar amor.
E é exatamente isso que Ele fez! Ele fez de você uma parte muito limitada de seu corpo, a igreja, e o colocou junto de outras partes que também são muito limitadas de diversas maneiras (1 Coríntios 12:18,27). Quando as partes interdependentes trabalham juntas, o corpo inteiro funciona (Romanos 12:4-5) e demonstra o amor de Deus (João 13:34-35). Suas forças e fraquezas singulares são dons indispensáveis para esse corpo. Sem eles, todo o corpo sofre, porque ficarão faltando expressões singulares do gracioso amor de Deus.
Se você se sente com frequência desencorajado por suas limitações, isso indica de que você está se olhando da perspectiva errada – focando demais em si mesmo. Você não está vendo o que Deus vê; provavelmente está se sentindo mal por se comparar com outras pessoas, com outras partes do corpo.
Um tratamento maravilhoso para tal desânimo é meditar, em espírito de oração, em 1 Coríntios 12 e 13. Também é provável que seja hora de parar de perguntar: "Por que não sou mais assim?”, e passar a perguntar: “Que oportunidades Deus está me dando, por meio de minhas limitações, de vivenciar mais o Seu amor gracioso?"
Porque a verdade é esta: você tem todas essas limitações porque é muito amado.