Você Está Ocupado Demais Para Discipular Alguém?
De Livros e Sermões BÃblicos
(Criou nova página com '<span class="fck_mw_template">{{info|Are You Too Busy to Disciple Someone?}}</span><p>Ultimamente, tenho dedicado grande parte do meu tempo a discipular e orientar jovens cr...')
Edição actual tal como 14h56min de 13 de novembro de 2019
Por Ajith Fernando Sobre Santificação e Crescimento
Tradução por Jaianny Apolinario
Você pode nos ajudar a melhorar por rever essa tradução para a precisão. Saber mais (English).
Ultimamente, tenho dedicado grande parte do meu tempo a discipular e orientar jovens cristãos, tanto os leigos como os ministros. Também espero estar influenciando líderes e estudantes de teologia a tomar para si a tarefa de discipular outras pessoas.
Esta foi uma tarefa que o próprio Jesus assumiu durante seu ministério terreno. Sem dúvidas, ele abençoou as multidões com seus ensinamentos públicos. Porém, ele dedicou a maior parte de seu tempo a um grupo pequeno, àqueles poucos homens (os doze), a quem chamamos de seus “discípulos”. Jesus os chamou para viver uma temporada de aprendizagem sob sua orientação: “Sigam-me, e eu os farei pescadores de homens” (Mateus 4:19). Durante três anos e meio, eles cresceram em conhecimento sob a tutela e sob os cuidados pessoais do Mestre. E justamente por terem sido discipulados por ele, possivelmente não houve quase nenhuma dúvida em suas mentes quanto ao que o Mestre os estava chamando para fazer ao dizer: “Vão e façam discípulos de todas as nações” (Mateus 28:19).
Paulo seguiu seu exemplo ao investir em colaboradores mais jovens como Timóteo e Tito. O próprio Paulo, em suma, encorajou Timóteo a discipular a próxima geração de líderes da igreja e a ensiná-los a fazer o mesmo: “E as palavras que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confie-as a homens fiéis que sejam também capazes de ensinar outros” (2 Timóteo 2:2).
Obstáculos da modernidade
Apesar do ensinamento bíblico, compreendo o quão difícil pode ser manter um ministério de discipulado e convencer as pessoas a separar o tempo necessário para se dedicar ao discipulado de outros. Ao usar o termo discipulado, me refiro ao trabalho de cuidar pessoalmente de um seleto número de outros cristãos (poucos, não muitos) e de ajudá-los a se tornarem discípulos de Cristos inteiramente comprometidos — que por sua vez, investirão em outros da mesma maneira.
Tudo isso as vezes parece uma batalha difícil devido a alguns dos problemas que as igrejas encontram no processo de discipulado. Em primeiro lugar, o discipulado é um ministério que, inicialmente, não rende estatísticas impressionantes (apesar de que, a longo prazo, os resultados podem sim ser impressionantes). O fato de que apenas um pequeno número de pessoas se beneficia de um esforço tão intenso sugere que isto é um desperdício de tempo, e muitos doadores e líderes não ficam impressionados com um investimento aparentemente tão improdutivo. É um investimento que vai totalmente contra nossos instintos e princípios modernos.
Além disso, é difícil manter o discipulado em nosso mundo tão agitado. As oportunidades de exercer ministérios públicos impressionantes acabam tomando o pouco tempo que nos resta e que poderia ser dedicado a cuidar pessoalmente de um número reduzido de pessoas. Além de outros obstáculos, parece que estamos fascinados pelas exibições públicas de talento nessa nossa cultura do estrelato. Para alguém que está trilhando o caminho ascendente em direção ao status de celebridade, pode parecer tola a escolha de reduzir sua agenda a fim de investir em um grupo de poucas pessoas.
A resposta para nossas necessidades mais urgentes
Apesar de tudo isso, o discipulado pode ser a resposta para algumas das necessidades mais urgentes da igreja nos dias de hoje. Para começar, as estatísticas evidenciam uma epidemia de solidão entre os cristãos. O cuidado que um mentor/discipulador dedica a seu discípulo pode ser um grande antídoto para a solidão. Além disso, parece haver também uma epidemia de insegurança entre cristãos, o que resulta em pessoas se comportando de maneira insensata e consequentemente arruinando seu testemunho, especialmente perante situações desafiadoras. Tal insegurança poderia ser drasticamente reduzida através dos experientes conselhos e do cuidado amoroso e empenhado de um pai ou de uma mãe espiritual.
Também temos visto pessoas extremamente talentosas ficando pelo caminho por causa de erros cometidos durante momentos fundamentais de suas vidas. Ah! Se eles tivessem alguém para guiá-los! Muitos bons cristãos estão enfrentando problemas em sua vida profissional, familiar e pessoal. A questão é que eles estão cometendo grandes erros ao reagir a esses problemas. A influência de um cristão mais maduro em suas vidas pode ajudá-los a conseguir lidar com seus problemas e a avançar na direção correta.
Infelizmente, assim como aconteceu em todas as eras, continuamos a encontrar pessoas que se converteram a Cristo e que estão ativas na igreja, mas que continuam fazendo coisas que não são compatíveis com o cristianismo (como mentir, vaguear por lugares duvidosos na internet e ser rude com seu cônjuge) sem sequer perceber que isto é um problema. Um bom discipulador perceberia este comportamento e o contestaria. Ao mesmo tempo, jovens talentosos e líderes em potencial tem subido os degraus da escada eclesiástica após a igreja perceber o quanto estes são úteis. Alguns deles acabam vivenciando uma queda terrível. Haviam falhas graves em suas vidas que resultaram na queda, que poderia ter sido evitada por um discipulador.
Uma das maiores necessidades que temos enquanto líderes é a de atentar bem para nossa própria vida (1 Timóteo 4:16). Ser um discipulador ajuda as pessoas a se manterem espiritualmente alertas. Porém não podemos exigir dos outros uma coisa que nós mesmos não nos esforçamos para fazer, ao menos não com tanta intensidade. Somos levados a nos manter em bom estado a fim de ter condições para verdadeiramente ajudar aqueles a quem discipulamos. Paulo disse “Tornem-se meus imitadores,” e rapidamente acrescentou, “como eu o sou de Cristo” (1 Coríntios 11:1).
Parentalidade espiritual
O cristianismo não é uma religião individualista. A vida cristã acontece na comunidade e o corpo contribui de maneira fundamental e inegociável para o crescimento do cristão (Hebreus 10:25). Alguns membros específicos do corpo podem nos ajudar de maneira profunda e pessoal. O cuidado amoroso de pais espirituais (discipuladores) pode ser o meio principal usado por Deus para nos fazer crescer. Os discipuladores não precisam ser mais velhos que os discípulos. Alguns dos discipulados mais eficazes atualmente acontecem quando alguém ajuda seus semelhantes a crescerem (2 Timóteo 2:22; Hebreus 10:24).
Estudos bíblicos em pequenos grupos podem ser um meio ideal de discipulado. Porém, de acordo com minha experiência, é preciso adicionar um "elemento pastoral" ao etos do grupo. O que quero dizer com isto é que o esforço para ajudar deve acontecer de acordo com o bem-estar total das pessoas do grupo. Também deve haver um esforço consciente a fim de saber o que se passa na vida de cada pessoa. Não que cada pessoa do grupo tenha de saber tudo sobre a vida de todo mundo. Porém, os membros devem sentir que realmente estão sendo cuidados e que são responsáveis por pelo menos algumas pessoas do grupo, que por sua vez estão ardentemente dedicadas ao seu bem-estar.
Paulo frequentemente se dirige a seus discípulos como "meu filho" (1 Coríntios 4:17; 1 Timóteo 1:2, 18; 2 Timóteo 1:2; 2:1; Tito 1:4; Filemom 10). Que Deus possa renovar, em nossos dias, essas relações intencionais e pessoais de parentalidade espiritual, de maneira que nós também estejamos aptos para fazer o mesmo.