As Coisas de Deus
De Livros e Sermões BÃblicos
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Edição actual tal como 15h42min de 4 de novembro de 2019
Por R.C. Sproul Sobre Santificação e Crescimento
Tradução por Isaias Lobao
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Uma coisa é um aluno discordar de seu professor. Mas é outra coisa inteiramente diferente é um aluno repreender seu professor por seu ensino. No entanto, foi exatamente isso que o apóstolo Pedro fez. Ele teve a ousadia de confrontar a Palavra de Deus encarnada, Aquele que encarna toda a verdade, e repreendê-Lo pelo que estava ensinando (Marcos 8:32).
Para piorar a situação, a palavra grega traduzida na Bíblia como "repreensão" está ligada com a condenação de demônios. Quando Jesus amordaçou os demônios, Ele o fez repreendendo-os, julgando-os dignos de condenação. Mt 17:18; Marcos 1:25; 9:25; Lucas 4:35; 9:42). É claro que o protesto de Pedro não foi moderado; ele levantou-se contra Jesus com toda hostilidade. O apóstolo que disse: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo", e que ouviu Jesus dizer: "Feliz é você, Simão filho de Jonas!" (Mat. 16: 16-17a), tem a presunção de corrigir e admoestar seu Mestre.
Qual foi a natureza da repreensão de Pedro? Ele afirmou: “Nunca, Senhor! Isso nunca te acontecerá" (v. 22b. Pedro estava dizendo que todas as coisas que Jesus havia previsto (Sua traição e execução) certamente não aconteceriam. Por quê? Porque Pedro estava preparado para impedir que elas acontecessem - ou assim ele pensava.
A resposta de Jesus foi igualmente afiada. Marcos nos diz: “Jesus, porém, voltou-se, olhou para os seus discípulos e repreendeu Pedro, dizendo: Para trás de mim, Satanás! Você não pensa nas coisas de Deus, mas nas dos homens". (8:33). Aqui está novamente a palavra grega que os escritores do evangelho usaram para descrever como Jesus falou aos demônios. Agora, Marcos a usa para descrever o que Jesus disse a Pedro, e as palavras de Jesus demonstram a severidade dessa correção, pois o Senhor chamou Seu discípulo de "Satanás".
Por que Jesus equiparou Pedro ao diabo? Creio que foi porque Pedro apresentou a mesma tentação que o Diabo trouxe a Jesus no deserto no início de Seu ministério. Em seu registro da tentação final de Jesus, Mateus escreve:
Depois, o diabo o levou a um monte muito alto e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e o seu esplendor. E lhe disse: "Tudo isto lhe darei, se você se prostrar e me adorar". Jesus lhe disse: "Retire-se, Satanás! Pois está escrito: ‘Adore o Senhor, o seu Deus e só a ele preste culto’". (4:8–10)
Satanás pediu a Jesus que se curvasse diante dele. "Ninguém vai ver", sugeriu. “Se você fizer isso, te darei todos os reinos deste mundo. Você não terá que passar pela Via Dolorosa (“o caminho da dor”). Não haverá cruz; não haverá taça da ira; não haverá sofrimento.” A promessa dessa tentação foi a aquisição de um trono sem a experiência da dor e do sofrimento.
Nosso Senhor resistiu a essa tentação, assim como todas as ofertas de Satanás. Porém, Lucas nos diz que Satanás "o deixou até ocasião oportuna”. (4: 13b). Tem-se um mau presságio, a sugestão de que Satanás terminou aqui.
Quem poderia prever que o “tempo oportuno” se seguiria na esteira da mais alta confissão de fé entre os discípulos? Quem poderia prever que Satanás falaria através do porta-voz dos discípulos, o homem que havia dito: "Você é o Cristo"? No entanto, Jesus imediatamente reconheceu a obra de Satanás.
Jesus disse a Pedro: “Você não pensa nas coisas de Deus, mas nas dos homens". (Marcos 8:33). Pedro não reconhecia o Messias do ponto de vista de Deus, mas imaginava o Messias como um líder político que libertaria os judeus do domínio romano. Para Pedro, era inconcebível que o Messias sofresse - embora o Antigo Testamento tenha dito que sofreria.
Jesus mostrou a Pedro que existem duas maneiras de ver as coisas - o caminho de Deus e o homem. Essa é a divisão entre devoção e impiedade. A pessoa piedosa está profundamente preocupada com as coisas de Deus, mas o ímpio não. Em vez disso, está preocupada com este mundo.
Precisamos nos avaliar sobre esses critérios de tempos em tempos. Precisamos nos perguntar: “Onde está meu coração? Qual é a minha principal preocupação? Estou preocupado com as coisas deste mundo, ou meu coração arde pelas coisas de Deus? Estou procurando primeiro o reino de Deus e Sua justiça? Ou há alguma outra prioridade, alguma ambição, algum objetivo ao qual toda a minha energia é dedicada?
Precisamos especialmente nos fazer essas perguntas se acharmos que o ensinamento de Jesus nos ofende e nos leva a questionar ou até repreendê-lo. Que nunca sejamos tão imprudentes.