A morte não é o fim
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Edição actual tal como 18h59min de 13 de agosto de 2014
Por R.C. Sproul Sobre Morte e Morrer
Tradução por Vitor Visconti
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As armas do naturalismo secular, quando apontadas para a fé cristã, assemelham-se a espingardas tanto quanto rifles cuidadosamente apontados. O maior alvo do naturalismo é a doutrina bíblica da criação. Se a doutrina da criação cair, todo a cultura Judaico Cristã caíra com ela. Todos os céticos sabem disso. Por isso Gênesis 1 é constantemente atacada.
A divina criação é atacada assim como o ensinamento bíblico de um Adão histórico, que está envolvido numa queda histórica que resulta na instauração da morte no mundo. Se Adão pode ser, ao lado da queda, confinado no gênero da mitologia, então vemos a morte como um fenômeno natural que não tem nenhuma relação com o pecado.
Muito está em jogo no ensinamento da queda, pois ela está ligada à doutrina da redenção. A função histórica de Adão é correspondida e conquistada pela vida histórica do último Adão, Jesus Cristo.
No século 18, quando Jonathan Edwards escreveu o seu extenso tratado sobre o pecado original, ele não argumentou baseando-se somente na Bíblia. Ele também afirmou que se a Bíblia omitisse alguma queda histórica, a razão natural teria que sugerir essa ideia baseada na realidade universal da presença do pecado. Se o pecado é apenas um resultado de más decisões que algumas pessoas tomam, nós poderíamos considerar que pelo menos 50% das pessoas que nascem nesse mundo escolheriam o caminho correto ao pecado, que é tão pernicioso para a humanidade. O fato de que 100% da raça humana peca é um indicador de que ela deve possuir um defeito inerentemente moral. Claro, Edward cita a queda, um evento histórico, como a responsável por essa fatal e universal falha.
Em Gênesis é dito que a alma pecadora irá morrer. Deus, ao alertar os nossos pais originais sobre a desobediência, declara “quando vocês comerem dessa fruta, perecerão” (Gênesis 2:17). Mas o registro prossegue dizendo que o dia em que Adão e Eva desobedeceram o seu Criador, não experimentaram a completude daquilo que a tradução grega do Velho Testamento chama de thanatos – a morte física. Por causa disso, muitos afirmam que Deus prometeu a morte espiritual, e não a morte física.
Para reiterar: a morte espiritual surgiu no mesmo dia em que Adão e Eva pecaram. Mas deixaram de experimentar a morte física naquele dia não por causa da negligência divina em relação aos avisos e julgamentos. Pelo contrário, foi um resultado da têmpera de Sua justiça com misericórdia, permitindo a redenção de Suas criaturas decaídas, mesmo que Adão e Eva ainda estivessem destinados a sucumbir com a morte física.
Desde a queda, todo os seres humanos que nascem nesse mundo como filhos naturais de Adão chegam “M.A.C”. Eles estão, num sentido espiritual, “mortos ao chegar” quando nascem. Mas essa morte espiritual não é a mesma que a morte biológica, ainda que esta também seja o destino inevitável de toda pessoa que peca. Então embora sejamos todos “M.A.C”, no sentido espiritual, chegamos biologicamente vivos. Nossos dias nesse planeta são vividos numa fila, à espera da morte, sob o fardo de sua sentença, que nos é imposta pelo pecado.
Em Romanos 5, Paulo liga o surgimento da morte no mundo ao pecado. Nos versos 12 a 14 ele escreve:
Portanto, assim como por um homem entrou o pecado neste mundo, e pelo pecado a morte, assim se passou também a morte a todos os homens por um homem, no qual todos pecaram. Porque até à lei o pecado estava no mundo: mas não era imputado o pecado, quando não havia lei. Entretanto reinou a morte desde Adão até Moisés, ainda sobre aqueles que não pecaram por uma transgressão semelhante à de Adão, o qual é figura do que havia de vir.
Depois, no verso 17, Paulo continua “Porque se pelo pecado de um, reinou a morte por um só homem: muito mais reinarão em vida por um só, que é Jesus Cristo, os que recebem a abundância da graça e do dom e da justiça”. Aqui Paulo afirma que mesmo que as leis de Moisés ainda não houvessem surgido nas tábuas de pedra do Monte Sinai, ainda assim Deus já haveria indelevelmente escrito suas leis em cada coração humano: elas estavam presentes antes mesmo dos dez mandamentos. Paulo fala sobre essa realidade pois a morte reinou de Adão até Moisés. Já que a morte é o castigo pelo pecado, e o pecado é definido como uma transgressão da lei, a conclusão a que o apóstolo chega é de que a morte veio ao mundo por causa da violação da lei de Deus.
Quando o contraste entre o primeiro Adão, e o último, Jesus Cristo, é relatado no Novo Testamento, nós vemos no trabalho de Cristo a conquista do último inimigo – a morte. O puritano Divino John Owen escreveu um clássico chamado “O fim da morte na morte de Cristo”. Owen dizia que durante a morte de Cristo, Ele aceitou a maldição que está inseparavelmente ligada à medida punitiva da própria morte. No entanto, aqueles que creem em Jesus ficaram livres da maldição: a morte não seria mais uma maldição para eles. O aguilhão fora removido. O escárnio do túmulo fora silenciado, e a morte tornou-se meramente uma transição dessa vida para a próxima. O contraste revelado no Velho Testamento não é de que essa vida seja má e a próxima, ruim. Pelo contrário, Paulo diz que esta vida é boa, mas morrer e se juntar a Cristo é melhor. Portanto, a morte representa, para aquele que acredita, um ganho, de fato, um ganho extraordinário.
Ao morrer, quando fechamos os nossos olhos não deixamos de estar vivos; mas experimentamos uma continuação de nossa consciência pessoal. Nenhuma pessoa é mais consciente e está mais alerta do que quando passa do véu desse mundo para o outro. Longe de adormecer, nós despertamos para a glória, em todos os seus significados. Para aqueles que creem, a morte não é o fim. A morte se rendeu ao poder conquistador do Um que ressuscitou como o primogênito de muitos irmãos.