A Exuberante Onipotência de Deus?
De Livros e Sermões BÃblicos
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Edição tal como às 20h07min de 5 de novembro de 2012
Por John Piper
Sobre A Missão da Igreja
Uma Parte da série Taste & See
Tradução por Desiring God
Qual o lugar de Deus em sua vida quando você lê o jornal, conversa ao telefone, assiste à TV, lê uma revista, vai ao teatro ou a uma aula na faculdade? Deus é a realidade mais importante do universo. Mas Ele é quase completamente ignorado. E, se Deus não é ignorado, Ele é, provavelmente, menosprezado e não reverenciado. Apesar disso, Deus é o fator mais vital em todos os assuntos que dizem respeito à qualquer nação. Sem Deus, não haveria qualquer nação. No entanto, Ele é ignorado pelos líderes de nossa cultura, em quase tudo o que eles fazem. O menosprezo para com Deus é o pior dos males no Ocidente hoje. Isto é como se uma formiga em seu formigueiro desacreditasse da terra.
Se a igreja deve reafirmar o legítimo lugar de Deus na alma do homem e no centro de toda a vida, precisamos ter uma visão mais nítida do que Ele faz e de quem Ele é. Uma das razões por que damos um testemunho mínimo sobre a realidade de Deus é que o nosso entendimento da realidade dEle também é mínimo. Em nome do impacto imediato e relevante, diminuímos a própria grandeza que Lhe traria glória. Sem isto, não reafirmaremos, com ousadia e amabilidade, o legítimo lugar de Deus em todos os aspectos da vida.
Carecemos de uma portentosa visão do grande Deus, que está plenamente comprometido em demonstrar, com prazer, sua grandeza por fazer-nos o bem. Ou seja, precisamos ver a majestade de Deus e conhecer o seu esplendor jorrando sobre nós, com exuberante onipotência. Não basta crermos que Deus é infinito, poderoso e terrível—e isso é realmente verdadeiro. Temos de experimentar esta magnificência como a demonstração do zelo irresistível de Deus em deleitar suas criaturas, por revelar a Si mesmo a elas.
Precisamos ter a mesma visão que Jonathan Edwards tinha aos vinte anos de idade, quando pregou um sermão intitulado “Nada do que há na Terra pode representar as glórias do céu”. Edwards se deleitou tanto no Deus deste sermão, que pregou esta mensagem em, pelo menos, seis cidades fora de sua comunidade, em Bolton. A doutrina do sermão continha palavras como estas: “Os santos estão destinados a uma felicidade inconcebível e indizível”. Edwards discerniu isso com base no propósito de Deus em glorificar a Si mesmo na criação do mundo e com base na convicção de “que esta glória de Deus [consiste] no ato de a criatura admirar, regozijar-se e exultar na manifestação da beleza e da excelência divina. Pois Deus não recebe glória daqueles que contemplam a sua glória e não se deleitam nela. A essência do glorificar a Deus consiste em que a criatura se regozije na manifestação da beleza de Deus, que é o gozo e a felicidade sobre os quais falamos” (The Works of Jonathan Edwards, v. 14, Kenneth Minkema [Ed.]—New Haven, Yale University Press, 1997, p. 144). Em outras palavras, a certeza e a grandeza da felicidade do povo de Deus é tão certa quanto o zelo dEle por sua própria glória.
Esta é a visão de que necessitamos. Faremos bem ao meditar em alguns versículos que refletem a maravilha da exuberante onipotência de Deus em fazer o bem àqueles que esperam nEle.
- O Senhor, teu Deus, está no meio de ti, poderoso para salvar-te; ele se deleitará em ti com alegria; renovar-te-á no seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo. Os que estão entristecidos por se acharem afastados das festas solenes, eu os congregarei, estes que são de ti e sobre os quais pesam opróbrios (Sofonias 3. 17, 18).
- Farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim. Alegrar-me-ei por causa deles e lhes farei bem... de todo o meu coração e de toda a minha alma (Jeremias 32.40, 41).
- Porque, quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é totalmente dele (2 Crônicas 16.9).
- O Senhor tornará a exultar em ti, para te fazer bem (Deuteronômio 30.9).
- Porque o Senhor se agrada do seu povo e de salvação adorna os humildes (Salmos 149.4).
- Não faz caso da força do cavalo, nem se compraz nos músculos do guerreiro. Agrada-se o Senhor dos que o temem e dos que esperam na sua misericórdia (Salmos 147.10, 11).
- Glorificado seja o Senhor, que se compraz na prosperidade do seu servo! (Salmos 35.27).
- E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades (Filipenses 4.19).
- Para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus (Efésios 2.7).
- Nunca mais te chamarão Desamparada, nem a tua terra se denominará jamais Desolada; mas chamar-te-ão Minha-Delícia; e à tua terra, Desposada; porque o Senhor se delicia em ti; e a tua terra se desposará. Porque, como o jovem desposa a donzela, assim teus filhos te desposarão a ti; como o noivo se alegra da noiva, assim de ti se alegrará o teu Deus (Isaías 62.4, 5).
A exuberante onipotência de Deus em fazer-nos o bem é uma das descobertas mais vivificantes que o ser humano pode fazer. Oh! Que creiamos nisso, e o experimentemos, e recordemos sempre até que se torne parte de nossa natureza o sentir a verdade de que “os santos estão destinados a uma felicidade inconcebível e indizível”! A confiança permanente nesta verdade transformaria nossas atitudes e nos manteria firmes em meio a intensa adversidade.