Se Você Pensa que “Já chegou lá”

De Livros e Sermões Bíblicos

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Edição actual tal como 17h47min de 5 de novembro de 2012

Na ocasião eu não percebi, mas eu apreciava a celebridade ministerial que vivenciei nos meus primeiros dias no interior. Eu era o centro de uma pequena igreja e escola cristã em rápido crescimento, e eu adorava isso. Nos estávamos vendo frutos em um lugar onde não tinham tido tantos, e as pessoas estavam ansiosas. Parecia haver pessoas agradecidas por todo lugar e elas expressavam seu agradecimento com frequencia. Através de meios que até então não percebia, eu obtive os créditos sobre isso.

Eu estava sem perceber o quão orgulhoso eu tinha me transformado até que um homem perguntou se poderia encontrar-se comigo. Estava certo de que ele se sentia culpado em razão de um dos meus gloriosos sermões e desejava se aconselhar comigo. Encontramo-nos em um jantar, uma refeição em que nenhum de nós acabou comendo e que, rapidamente tornou-se claro que ele não queria falar sobre si mesmo. Ele gastou horas dando exemplos, um após outro, do meu orgulho. Ele disse que achava que eu achava que a minha função era dar “a opinião final sobre tudo”.

Eu estava arrasado. Achei que ele tinha sido incorreto e cruel. Porém não pude escapar de suas palavras e liguei para meu irmão Tedd para perguntar-lhe o que deveria fazer. Tedd me deu o melhor e mais duro conselho. Ele simplemente disse: “Ouça”. Em poucas semanas após, eu tentei fazer o melhor possível para parar, ouvir e olhar.O que eu ví foi uma pessoa arrogante que tinha iniciado maneiras sutis, e não tão sutis, de obter creditos sobre aquilo que so a graça pode produzir. O que ouvi foi sobre uma pessoa que tinha esquecido quem era. Eu vi um jovem pastor que já tinha começado a agir como já estivesse “chegado lá”.

Quisera que eu pudesse dizer que sou livre para a auto-avaliação das desiluções do meu jovem ministério. Há momentos em que os comentárioss congratulatórios de um ouvinte agradecido tranforma-se em auto-congratulação. Há momentos que sou defensivo quando alguém ousa questionar ou confrontar-me. Há momentos que sou muito auto-consciente e nem perto de ser Cristo-consciente, como eu deveria ser. Eu ainda luto com a minha latente autoconsciencia da verdade e o elogio de outros tende a confirmar o elogio para mim mesmo que ainda carrego no coração. Porisso eu ainda clamo por ajuda. Eu ainda necessito ser regatado de mim mesmo. Mas tenho ainda uma esperança: a graça transformadora de Jesus Cristo.

Então, quais são as tendencias de estilo de vida de um pastor cujo ministério parte de uma posição de “já cheguei lá”? Se voce pensa que “já chegou lá”, voce:

Pensará que não necessita daquilo que voce prega.

Sinclair Ferguson disse que ele decidiu ser um homem que fica abaixo de sua propira pregação. Até mesmo a preparação deve ser um reconhecimento de necessidaade continua, um pedido por ajuda divina e uma celebração da inesgotável graça sempre presente. Observe Isaias 6: “ Porque eu sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de lábios impuros”.

Se voce pensa que “já chegou lá”, prepare material sobre o que foi dito acima para pessoas que infelizmente ainda precisam daquilo que voce já não mais precisa. Voce está desesperadamente carente das verdades que voce regularmente prepara para expor aos outros?

Não estará aberto ao ministério do corpo de Cristo.

O sentimento de que “já cheguei lá” tende a produzir auto-suficiencia. Se voce acha que é sábio, voce não procura a sabedoria dos outros. Se voce pensa que é sensato e equilibrado, voce não anseia pela proteção dos outros. Se voce se acha uma pessoa de fé madura, voce não procura a coragem dada pelo encoragamento de outros. Se voce não enxerga seu pecado, voce não enxerga o valor da confissão desse pecado para aqueles que podem lhe aconselhar e advertir. Se voce pensa que está acima de qualquer tentação que lhe recai, voce não solicitará que outros olhos estejam alertas por voce e outros corações orando em seu favor.

O sentimento de que “já cheguei lá”, quer conciente ou não, sempre lhe deixará de fora da proteção e santificação essenciais do ministerio do corpo de Cristo.

Irá esperar dos outros a perfeição que voce pensa que obteve.

A situação de “já cheguei lá” não é o solo no qual a graça pastoral cresce. As pessoas que se rotulam como retas tendem a esperar e requerer dos outros a mesma retidão que eles pensam que tem alcançado. Antes de ser o solo no qual a grace cresce, a situação de “já cheguei lá” é o solo no qual crescem expectativas não realisticas, críticas, impaciencia e julgamentos cruéis.

Não sei dizer quantos membros tem compartilhado comigo que o relacionamento com o pastor mais antigo (e estas são minhas palavras) é mais carcterizado pela lei do que pela graça. Se voce acha que está guardando a lei, então voce se sente confortavel em imputar a lei para os outros. Mas se você está aflito com a realidade que, diariamente, voce lamentavelmente falha no atendimento as exigencias de Deus, o seu descanço não está na sua própria justiça, mas na justiça de Cristo, então você naturalmente irá ministrar aos outros a mesma graça que você tão desesperadamente precisa e tão graciosamente recebe das mãos de Deus.

Sentir-se-á qualificado para mais controle.

Se você está impressionado com a sua própria sabedoria e força, se você procura alimentar evidências para a sua própria justiça, então faz sentido que voce se sinta auto-confiante. Você acha que é capaz, preparado para lidar com tudo o que Deus coloca em seu prato. Porque você está convencido de que é forte e sábio, é natural para você avaliar que está no controle. Você não carrega em si desejo de sabedoria ou proteção contra fraquezas pessoais.

Vamos ser honestos. Há lutas de poder demais na igreja local. O ministério de evangelização se torna facilmente politizado. Orgulho faz com que você ansei por poder (mesmo que voce possa não notar). A fome de poder faz com que você reúna aliados do ministério, e o desejo de controle faz com que você identifique os inimigos do ministério. De alguma forma, o ministério do evangelho tornou-se um campo de batalha política pelo poder humano.

Esta é uma forma de ministério que perdeu seu centro. Jesus deixou a edificação. Um rei está sendo colocado para a frente, mas não o Rei. Um reino está sendo construído, mas não o Reino. Se, como pastor voce exerce o pastorado, você está fazendo isso para os outros, mas se, como pastor voce foi para o lado politico, você está fazendo isso por você.