Um Pastor para Agora
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Edição tal como às 14h01min de 21 de julho de 2010
Por Mark Dever Sobre Ministério Pastoral
Tradução por Editora Fiel
Gosto muito de pensar na temporariedade de meu ministério pastoral.
Não porque não goste do ministério pastoral. Na verdade, eu o amo.
Não porque esteja cansado dele, pois preguei o meu primeiro sermão 31 anos atrás e ainda subo ao púlpito hoje com um sentimento de privilégio bem maior do que costumava ter naquela época.
Talvez eu ame pensar na natureza temporária de meu ministério porque tenho permanecido na igreja que pastoreio por quase quinze anos, o que me tem ensinado a estar ciente de minhas limitações. Lembro-me de que – a menos que o Senhor volte logo – não serei o último pastor principal que esta igreja terá.
Uma das maneiras de medir se estou indo bem em me concentrar nas coisas certas é fazendo esta simples pergunta: "Estou preparando esta igreja para o próximo pastor? Estou edificando este povo em torno de mim mesmo ou estou lembrando-os que esta igreja é a igreja de Cristo, e que o Espírito continuará aqui por muito tempo após a minha partida"?
Essas são perguntas desafiadoras e humilhantes. Elas me fazem lembrar que o trabalho pastoral é um privilégio. Ajudam-me a vencer as tentações de pensar de forma incorreta. Ajudam-me a lembrar que estou aqui para fazer a mesma coisa que qualquer outro pastor do distrito de Washington – dar glórias a Deus, trazendo pecadores a Cristo e edificando o corpo de Cristo.
Você ficaria surpreso, meu irmão pastor, com a rapidez com que esqueço-me de que Deus é a questão mais importante. Começo a pensar que tudo diz respeito a mim. Algumas pessoas deixam a igreja, e considero isso como uma rejeição pessoal. Por essa razão, tomei algumas precauções para me ajudar a não continuar pensando dessa maneira. Tento desenvolver um relacionamento com outros pastores evangélicos. Oro regularmente aos domingos de manhã pela prosperidade de outras igrejas evangélicas – até mesmo por igrejas de outras denominações. Oro pelos seus pastores, mencionando os seus nomes. Oro para que eles tenham bom êxito.
A igreja – a verdadeira igreja – é a igreja de Deus. Ela foi comprada pelo seu sangue (At 20.28). Está destinada a dar glórias a Ele (Ef 3.10-11).
Gosto muito da maneira como Charles Bridges aborda essa questão em seu clássico The Christian Ministry (O Ministério Cristão): "A igreja é o espelho que reflete o resplendor do caráter divino. Ela é o cenário maravilhoso no qual as perfeições de Jeová são exibidas ao universo".
Fantástico! E Deus chamou a mim! – e a você também, se você é pastor, para administrarmos a igreja. Sabemos que enfrentaremos um julgamento mais rigoroso, visto que somos mestres (Tg 3.1). Mas se posso ser usado dessa maneira, por que viveria por algo mais insignificante? Que grande privilégio poder oferecer todos os meus dias para fazer isso!
Então, por que mencionar o quanto tudo é temporário? Se amo muito o pastorado, por que me deleitar no fato do meu ministério pastoral ser temporário?
Por mais que eu ame a igreja de Cristo, pela graça de Deus, amo muito mais a Cristo e desejo estar com Ele. Estou exausto por causa do pecado neste mundo – principalmente por causa dos meus.
Recentemente, fui levado às lágrimas – lágrimas de alegria antecipada – enquanto ouvia a este emocionante hino da Sacred Harp (Harpa Sagrada), "Tudo está bem", no qual um crente descreve a chegada da morte:
O que é isso que, o meu corpo, vem roubar?
É a morte, é a morte?
Que esta chama mortal logo vem apagar.
É a morte, é a morte?
Se for a morte, livre, em breve, hei de ser,
de toda dor e sofrer.
O Rei da glória, eu hei de ver.
Tudo está bem! Tudo está bem!
Não chorem, não chorem por mim, meus amados.
Tudo está bem, tudo está bem!
Livre estou; meus pecados estão perdoados.
Tudo está bem, tudo está bem!
Não há nuvem que tenha o poder,
de meus olhos, Jesus, esconder,
Quero, em breve, aos altos céus ascender.
Tudo está bem, tudo está bem!
Atenção! A voz de meu Senhor e mestre clama,
Ele me chama de volta, Ele me chama!
Logo verei e gozarei minha recompensa vera.
Por que a espera? Por que a espera?
Até logo, meu amigos, adeus, adeus,
não mais estarei com os meus.
A coroa resplendente, vejo diante de Deus.
Tudo está bem! Tudo está bem!
Se aquilo que mais valorizamos é o nosso prestígio e posição terrenos, nosso sucesso e reputação, então, jamais poderemos dizer "tudo está bem" quando a morte se aproximar. Mas se realmente valorizamos o nosso Salvador, e se tudo quanto fazemos provém principalmente de nosso amor por Ele, então podemos nos unir ao autor desse hino e exclamar: "Tudo está bem, tudo está bem, pois tendo a Cristo, temos tudo!