O sucesso pode ser perigoso

De Livros e Sermões Bíblicos

(Diferença entre edições)
(Criou nova página com '{{info|Success Can Be Perilous}}<br> Nunca ficamos mais vulneráveis ao pecado do que quando somos bem-sucedidos, admirados pelos outros e prósperos, como o Rei Davi tragi...')
 

Edição actual tal como 20h02min de 6 de junho de 2025

Recursos relacionados
Mais Por Jon Bloom
Índice de Autores
Mais Sobre Santificação e Crescimento
Índice de Tópicos
Recurso da Semana
Todas as semanas nós enviamos um novo recurso de autores como John Piper, R.C. Sproul, Mark Dever, e Charles Spurgeon. Inscreva-se aqui—Grátis. RSS.

Sobre esta tradução
English: Success Can Be Perilous

© Desiring God

Partilhar este
Nossa Missão
Esta tradução é publicada pelo Traduções do Evangelho, um ministério que existe on-line para pregar o Evangelho através de livros e artigos disponíveis gratuitamente para todas as nações e línguas.

Saber mais (English).
Como podes Ajudar
Se você fala Inglês bem, você pode ser voluntário conosco como tradutor.

Saber mais (English).

Por Jon Bloom Sobre Santificação e Crescimento

Tradução por Lorrayne Gomes Molina Gromann

Review Você pode nos ajudar a melhorar por rever essa tradução para a precisão. Saber mais (English).



Nunca ficamos mais vulneráveis ao pecado do que quando somos bem-sucedidos, admirados pelos outros e prósperos, como o Rei Davi tragicamente descobriu.

Era primavera novamente. Davi costumava adorar tardes quentes e perfumadas de primavera no telhado do palácio. Mas este ano as flores de amendoeira cheiravam a arrependimento profundo.

Davi não queria nem olhar para a casa vazia de Urias. Se ao menos ele não tivesse olhado para lá um ano atrás. A memória latejava de dor. Sua consciência o avisou para parar de observar Bate-Seba. Mas em sua inércia induzida pelo desejo, parecia que ele não conseguia se afastar.

Que autoengano patético! Não conseguia se afastar. Ele nunca teria tolerado uma desculpa tão fraca em outro homem. Se Natã tivesse aparecido inesperadamente enquanto olhava maliciosamente, ele teria se afastado? Oh, sim! Não teria arriscado sua preciosa reputação!

Mas lá no telhado sozinho, ele havia se demorado. E naqueles minutos, a indulgência pecaminosa se transformou em um plano perverso e, por fim, letal.

Davi chorou. Seu soberano e luxurioso egoísmo havia despido uma mulher casada de sua honra, assassinado seu leal e valente marido e matado seu próprio bebê inocente. O que restava agora para Bate-Seba era uma tristeza desolada e vazia.

E ele estremeceu com a promessa sombria do Senhor: “Por isso, a espada nunca se afastará de sua família” (2 Samuel 12:10). A destruição não havia terminado todo o seu curso.

Como ele havia chegado a isso?

Davi pensou naqueles anos angustiantes em que Saul o perseguiu em torno de Horesa. Quantas vezes ele se sentiu desesperado? Diariamente, ele dependia de Deus para sobreviver. Ele ansiava por fuga e paz naqueles dias. Agora ele os via como os melhores de sua vida.

E então vieram os anos tumultuosos e inebriantes de unir Judá e Israel sob seu reinado e subjugar seus inimigos. E tudo culminou com a promessa quase inacreditável de Deus de estabelecer o trono de Davi para sempre.

Algum homem já havia sido tão abençoado por Deus? Todas as promessas feitas a ele foram cumpridas. Tudo o que Davi tocou floresceu. Nunca Israel, como nação, esteve tão espiritualmente viva, tão politicamente estável, tão rica, tão militarmente poderosa.

E no auge dessa prosperidade sem precedentes, Davi cometeu um pecado tão hediondo. Por quê? Como ele poderia ter resistido a tantas tentações em dias perigosos e difíceis para então se render no auge do sucesso?

Quase no exato instante em que a pergunta se formou em sua mente, ele soube a resposta. Orgulho. Orgulho monstruoso e obcecado de si mesmo.

Honrado por seu Deus, um herói para seu povo, um terror para seus inimigos, cercado por assistentes bajuladores e riqueza transbordante, a erva venenosa da auto-adoração havia crescido insidiosamente no coração de Davi. O humilde pastor que Deus havia arrancado por pura graça das colinas de Belém para servir como rei havia sido encoberto em sua própria mente por Davi, o Grande, o salvador de Israel - um homem cujo status elevado lhe dava privilégios especiais.

Davi cobriu o rosto com as mãos enquanto a vergonha tomava conta dele novamente. O corpo de Bate-Seba não passava de um privilégio especial que ele decidira conceder a si mesmo. E, ao fazer isso, ele se colocou acima de Deus, de seu ofício, de sua nação, da honra e da vida de Urias, do bem-estar de Bate-Seba — de tudo. Davi havia sacrificado tudo ao ídolo de si mesmo.

Davi caiu com o rosto no chão e chorou novamente. E ele derramou seu coração quebrantado e contrito a Deus.

Mas uma profunda esperança foi tecida no remorso profundo que Davi sentiu. Sabendo que merecia a morte, Davi se maravilhou e adorou a Deus pelas profundezas insondáveis da misericórdia nas palavras: “O Senhor perdoou o seu pecado. Você não morrerá.” (2 Samuel 12:13). Isso o deixou sem fôlego. Esta palavra veio antes mesmo de um único sacrifício ter sido oferecido.

Era um amor que superava o entendimento. Algo milagroso estava em ação ali, algo muito mais poderoso do que o horrível pecado. Davi não tinha certeza de como funcionava. O que ele sabia é que queria que outros transgressores conhecessem os caminhos incrivelmente graciosos de Deus.

O maior inimigo de nossas almas é o orgulho patologicamente egoísta no cerne de nossa natureza caída. Se formos bem a fundo, é isso que encontraremos alimentando os desejos fortes e pecaminosos de nossos apetites.

E é por isso que a prosperidade pode ser espiritualmente tão perigosa. Tendemos a ver nossa necessidade de Deus mais claramente na adversidade. Mas os tempos de sucesso podem ser os mais perigosos porque somos levados muito facilmente a pensar mais em nós mesmos do que deveríamos. O orgulho que exalta a si mesmo é o que nos leva a usurpar o governo legítimo de Deus. Devemos tomar cuidado com esse perigo que se esconde nas bênçãos.

E, quando pecamos, devemos correr para o trono da graça e não o evitar (Hebreus 4:16). Deste lado da cruz, agora entendemos completamente o que Davi não sabia: Deus afastou nossos pecados colocando-os sobre si mesmo. Somente na cruz ouviremos: “O Senhor também anulou o seu pecado; você não morrerá.” Nunca.