Combatendo a Incredulidade da Arrogância
De Livros e Sermões BÃblicos
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Nesse texto, qual é o oposto de gloriar-se? O oposto é reconhecer a verdade de que nossas diferentes habilidades são dons de Deus. Os coríntios foram apanhados em comparando e opondo as capacidades de uma pessoa com as de outra (1:12). Paulo diz, então, que esse tipo de gloriar-se no homem teria sido impossível se eles houvessem provado a verdade de que as habilidades são dons de Deus e não base para própria vanglória. | Nesse texto, qual é o oposto de gloriar-se? O oposto é reconhecer a verdade de que nossas diferentes habilidades são dons de Deus. Os coríntios foram apanhados em comparando e opondo as capacidades de uma pessoa com as de outra (1:12). Paulo diz, então, que esse tipo de gloriar-se no homem teria sido impossível se eles houvessem provado a verdade de que as habilidades são dons de Deus e não base para própria vanglória. | ||
- | + | Assim, pois, a primeira forma de se combater a incredulidade da arrogância é apropriar-se com clareza dessa verdade, descansar nela e desfrutá-la. Portanto, aquele que se gloria glorie-se em Deus e não no homem. | |
'''2. Tiago 4:6-8''' | '''2. Tiago 4:6-8''' |
Edição actual tal como 18h03min de 10 de fevereiro de 2010
Por John Piper
Sobre Santificação e Crescimento
Uma Parte da série Battling Unbelief
Tradução por Roberto Freire
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1 Coríntios 4:7
Definindo crer e incredulidade
Permitam-me principiar por definir o que é crer e o que é a incredulidade. Jesus, em João 6:35, disse: “Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede.”
Entendo, por isso, que ser incrédulo quanto a Jesus (NÃO crer em Jesus) é afastar-se dele a fim de buscar satisfação em outras coisas. E, CRER em Jesus, é vir a Jesus para a satisfação de nossas necessidades e de nossos anseios.
Crer não é, primordialmente, concordar com fatos mentalmente; é, principalmente, um apetite no coração que se fixa em Jesus por satisfação. “Aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede!”
Portanto, a vida eterna não é concedida àqueles que meramente pensam que Jesus é o Filho de Deus. É dada aqueles que bebem de Jesus como o Filho de Deus. “Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna.” (João 4:14). Ele é o pão da vida para aqueles que dele se alimentam – que recebem sua nutrição e satisfação dEle. Isto é o que significa crer no unigênito Filho de Deus e ser salvo.
A mais profunda forma de incredulidade
Outra forma de incredulidade sobre a qual devemos comentar aqui é a incredulidade de um caráter arrogante. Existe uma correlação muito próxima entre a incredulidade e o orgulho. Veja como eu descreveria esse relacionamento: INCREDULIDADE é afastar-se de Jesus (ou de Deus) a fim de buscar satisfação em outras coisas. ORGULHO, ou ARROGÂNCIA, é a pessoa afastar-se de Deus com o fim específico de buscar satisfação em si própria.
A cobiça é afastar-se de Deus para buscar satisfação em coisas. Impaciência é afastar-se de Deus para buscar a satisfação rápida em seu próprio plano de ação. A lascívia é afastar-se de Deus para encontrar satisfação em sexo. A amargura é afastar-se de Deus para buscar satisfação na retaliação.
Porém, mais profunda do que qualquer outra forma de incredulidade, é a incredulidade da arrogância porque, por detrás de todas essas disposições pecaminosas acima mencionadas, há um espírito de autodeterminação e de exaltação de si mesmo. Assim, se justifica tomarmos em último lugar nesta série, esse pecado, a saber, o pecado de um caráter orgulhoso e arrogante. E mais ainda se justifica tratar deste tema na ocasião do advento de Cristo porque, na vinda do Filho de Deus na forma de homem, está o mais extraordinário ato de humildade e de abnegação.
Quando eu identifico o orgulho como uma forma de incredulidade, faço-o com a seguinte aplicação prática: a luta contra o orgulho – ou contra a arrogância – é uma batalha contra a incredulidade; ou, colocando positivamente, a luta pela humildade é a milícia da fé.
Diversas passagens bíblicas sobre o orgulho
O que quero fazer, então, é começar por 1 Coríntios 4:7 e, em seguida, olhar outras diversas passagens bíblicas sobre o orgulho. Todas essas passagens contrastam o orgulho com algo mais. Elas demonstram o oposto do orgulho. Quero que, em cada caso, vocês possam ver o fato de que aquilo que é o oposto do orgulho é da essência da fé. Em outras palavras, quero que vejam na Bíblia que o orgulho é uma forma de incredulidade, que seu oposto é a fé, e que a maneira de se combater o orgulho é crer em tudo o que Deus é para você através de Jesus Cristo.
Minha oração, em cada ponto, é para que o apetite de vocês por Deus seja feito insaciavelmente forte.
1. 1 Coríntios 4:7
“Porque quem te diferencia. O que tens tu que não tenha recebido? E, se o recebeste, porque te glorias como se não o houveras recebido?”
Nesse texto, qual é o oposto de gloriar-se? O oposto é reconhecer a verdade de que nossas diferentes habilidades são dons de Deus. Os coríntios foram apanhados em comparando e opondo as capacidades de uma pessoa com as de outra (1:12). Paulo diz, então, que esse tipo de gloriar-se no homem teria sido impossível se eles houvessem provado a verdade de que as habilidades são dons de Deus e não base para própria vanglória.
Assim, pois, a primeira forma de se combater a incredulidade da arrogância é apropriar-se com clareza dessa verdade, descansar nela e desfrutá-la. Portanto, aquele que se gloria glorie-se em Deus e não no homem.
2. Tiago 4:6-8
“Antes, dá maior graça. Portanto, diz: Deus resiste aos soberbos, dá, porém, graça aos humildes. Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e Ele se chegará a vós.”
Aqui, o oposto do orgulho, é submeter-se e chegar-se a Deus. A arrogância deseja ser independente, governar-se a si mesma, ser autônoma. Por isso, é inevitável que entre em conflito com Deus. Por essa razão aqueles que não querem se submeter aos ensinos divinos, se mantêm o mais distante de Deus que lhes for possível.
Se vêm à igreja e ouvem Deus confrontá-los com seu estilo de vida, vão-se para nunca mais voltar, porque gostam de serem seus próprios mestres e fazerem as coisas segundo seus próprios propósitos.
Tiago, porém, diz que tais pessoas deveriam parar de fugir e que, ao contrário, deveriam se aproximar. Deveriam deixar sua rebelião e se submeterem. Porque Deus se opõe ao arrogante, mas dá graça ao humilde (v. 6).
Portanto, a maneira de combater a incredulidade da arrogância, nesse versículo, é deixar de deleitar-se na autodeterminação e em distanciar-se de Deus e começar a deleitar-se no direito de Deus em dizer-lhe o que é melhor para você, e na comunhão que se oferece àqueles que se aproximam de Deus em fé (Hebreus 10:22; 11:6).
3. Tiago 4:13-16
“Eia, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã, iremos a tal cidade, e lá passaremos um ano, e contrataremos, e ganharemos. Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco e depois se desvanece. Em lugar do que devíeis dizer: Se o Senhor quiser, e se vivermos, faremos isto ou aquilo. Mas, agora, vos gloriais em vossas presunções; toda glória tal, como esta, é maligna.”
A forma em que o ato de vangloriar-se se demonstra neste texto, é através da incredulidade na soberania de Deus sobre as coisas ordinárias da vida. Um homem diz simplesmente: “ Viajarei para esta determinada cidade no Natal.” E Tiago diz, “Não esteja tão certo disso.” Diga em vez disso (v. 15), “Se o Senhor quiser, viverei e viajarei para esta determinada cidade no Natal.”
Você crê que Deus seja soberano sobre se você chegará (ou não chegará) em casa, em sua volta da igreja neste dia? Você crê que Ele é soberano sobre seus negócios e sobre suas viagens e sobre sua saúde? “Se o Senhor quiser, e se vivermos …” (v. 15).
Tiago nos diz que não crer nos direitos soberanos de Deus para guiar sua vida, ou para tomá-la, resultará em uma vida de arrogância. A maneira de combater a arrogância é ceder à soberania de Deus em todos os detalhes de sua vida, e descansar em Sua imensurável habilidade de trabalhar em favor daqueles que esperam nEle.
4. 1 Pedro 5:5-7
“Semelhantemente vós, jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes. Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que, a seu tempo, vos exalte, lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós.”
Aqui Pedro nos ensina que todos deveríamos estar revestidos de humildade e, em seguida, nos diz que uma das coisas que faremos nessa humildade, será lançarmos nossas ansiedades sobre o Senhor.
Porque “lançar nossas ansiedades sobre o Senhor” é o oposto da arrogância? Porque o orgulho não pode, em si, admitir ter ansiedades e, especialmente, não gosta de admitir sua necessidade da ajuda de qualquer outra pessoa para seu suporte.
Então, temos aqui o centro do que é, realmente, a fé. A fé admite a necessidade de ajuda. O orgulho, não. A fé confia em Deus para dar-lhe a ajuda necessária. O orgulho, não. A fé lança suas necessidades sobre Deus. O orgulho, não o faz.
Portanto, uma das formas para combater a incredulidade da arrogância, ou do orgulho, é admitir que você tem ansiedades, e acalentar o privilégio de ser convidado a lançá-las sobre Deus.
Uma maneira bastante prática de cultivar uma atmosfera de humildade e fé, na família e na igreja, é a de expressar sua necessidade pessoal de Deus quando você ora.
Pode ser que você diga que ora dessa maneira, quando ora em secreto. Agradeço a Deus se você assim o faz. Porém apelo, a bem do amor e da verdade, para que você em suas orações em companhia de outros, não oculte este âmago da fé. Se não ouvimos uns dos outros aquelas orações contritas que expressam necessidade e desespero, nossa comunhão será superficial, a humildade e a fé serão formais, o orgulho estará espreitando à porta e nós nos tornaremos uma igreja que se engana a si mesma, uma igreja doentia.
Oh que grande ministério é, para o meu espírito, quando oro com santos que expressam, em palavras, sincera necessidade por Deus e seu anelo pela ajuda de Deus em suas próprias vidas.
Quantos há que se convenceram a si mesmos de que orar em voz alta por outros é amor, mas orar em vós alta por si mesmos é egoísmo. Eu creio que a verdade é simplesmente o oposto: é o orgulho, não o egoísmo, que remove das reuniões de oração o delicioso aroma da fé em corações contritos. Assim, pois, lhes rogo, mesmo não sendo por outra razão que não a de ministrar ao meu próprio coração, que deixem que seus desejos pela ajuda de Deus e por Sua rica presença, sejam ouvidos quando nos reunimos para orar!
5. Jeremias 13:15-16
“Escutai, e inclinai os ouvidos, e não vos ensoberbeçais; porque o SENHIOR falou. Dai glória ao SENHOR, vosso Deus, antes que venha a escuridão e antes que tropecem os vossos pés nos montes tenebrosos; antes que, esperando vós a luz, Ele a mude em sombra de morte e a reduza à escuridão.”
“ Não vos ensoberbeçais. Dai glória ao Senhor.” O oposto da arrogância é dar glória a Deus.
Mas, qual o significado disso? Você não pode dar glória a Deus no sentido de fazê-lo glorioso. Você pode dar-lhe glória fazendo as coisas que demonstram Sua glória. Como o que, por exemplo? Bem, ouçam a Romanos 4:20: “E não duvidou das promessas de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus.” A fé dá glória a Deus por demonstrar que Deus é gloriosamente confiável.
A fé adora exibir a glória da graça de Deus e a glória da Sua força e a glória da Sua sabedoria. A fé opera por agir de maneira a maximizar a alegria de ver Deus exibindo Sua glória. O que, em outras palavras, simplesmente significa que a fé ama ver Deus sendo Deus.
E tudo isso é o exato oposto ao orgulho e à arrogância. O orgulho tem prazer na lisonja de sua própria glória. Jesus disse em João 5:44: “Como podeis vós crer, recebendo honra uns dos outros e não buscando a honra que vem só de Deus?” Em outras palavras, “não podeis.” -Você nunca virá a Jesus para receber dele todo o seu prazer, se é sua intenção receber esse prazer no louvor dos homens.
6. Jeremias 9:23-24
“Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas. Mas o que se gloriar glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor.”
Que batalha temos em nossas mãos! A arrogância inimiga nos vem de todos os lados:
- gostamos de ser admirados pelo modo como usamos nossas mentes – “Que graus tão altos, que soluções inteligentes, que gênio em piadas, que vitória no jogo de palavras cruzadas”;
- gostamos de ser admirados por causa de nossos corpos – por podermos trabalhar longas horas e arduamente, ou porque somos musculosos e estamos em boa forma física, ou porque podemos correr com rapidez, ou porque podemos levantar grandes pesos ou correr longas distâncias;
- gostamos de ser admirados por causa de nossas posses – porque vivemos em certa comunidade, ou temos certo carro, ou certo aparelho estereofônico, ou por termos adquirido certo portfólio.
Jeremias, porém, diz: “Vence o inimigo orgulho, por engrandecer a Deus”. Glorie-se nisto, em que você conhece a Deus. Você quer jactar-se de seu intelecto? Jacte-se de Deus. Quer gloriar-se de sua força e beleza? Glorie-se na força e na beleza de Deus. Você quer gabar-se de sua casa própria? Gabe-se das propriedades de Deus.
Como melhor lutar contra a arrogância
Quando tudo o que devemos dizer já está dito, qual é a mais básica resposta bíblica à questão de como melhor combater a arrogância?
Em 6 de dezembro eu fiz esse registro em meu diário; a confissão de minha própria necessidade e, ao mesmo tempo, minha resposta a essa questão:
“Não é esta a mais efetiva maneira para poder por um freio ao meu prazer de ser admirado: a de concentrar-me na exaltação de Deus?” - A abnegação e a crucificação da carne são essenciais, mas, oh, como é fácil exaltar-me até mesmo em minha abnegação! Como poderá esse insidioso prazer em ser exaltado ser quebrado, exceto em que eu submeta todas as minhas faculdades ao prazer de exaltar a Deus?
Hedonismo cristão é a solução final. É algo mais profundo que a mortificação do próprio ego. Você terá que baixar ainda mais profundamente na sepultura da sua natureza carnal, para poder encontrar o verdadeiro e libertador córrego da milagrosa água que o extasiará em sua sede pela glória de Deus. Só nessa absorção, nessa admiração totalmente satisfatória, está o fim do seu próprio ego.