A Preciosa Fornalha da Aflição
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Edição actual tal como 20h03min de 16 de abril de 2025
Por Vaneetha Rendall Risner Sobre Sofrimento
Tradução por Lorena Sales
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Veja, eu refinei você, embora não como prata; eu o provei na fornalha da aflição. (Isaías 48:10, NVI)
Há dez anos atrás, a fornalha da aflição ardeu mais intensamente do que o normal. De repente, sendo uma mãe solteira, minha vida se tornou um pesadelo. Eu chorava até adormecer todas as noites. Minhas filhas viviam com uma tristeza que se manifestava de diversas formas destrutivas. O meu corpo estava falhando. Alguns dias, eu lutava até para me vestir. Eu não sabia em quem confiar, e duvidava que conversar fosse ajudar de alguma forma. Ninguém poderia consertar isso para mim. Ninguém poderia consertar nada disso.
E hoje, embora eu não esteja em uma fase de dor tão intensa como aquela, pessoas que eu amo estão sofrendo. Como eles podem suportar? Como eu suportei?
Deus nos refina no fogo. As chamas em nossa vida nos santificam e nos atraem para Deus de maneiras que nada mais pode. Emergimos com uma fé mais forte e uma dependência incomparável nele. Mas o processo não é fácil.
Tabela de conteúdo |
Lutando para Respirar
Na fornalha da aflição, muitas vezes sinto que não consigo continuar. Eu me pergunto como posso continuar quando não vejo um fim. Eu me pergunto como posso suportar com graça quando o calor está quase me sufocando. Como é a vida cristã na fornalha?
Eu luto para respirar. E me pergunto se vou conseguir respirar ou se a fumaça vai me sufocar. É um momento de cada vez. Uma respiração de cada vez. Não consigo pensar no futuro enquanto estou na fornalha. Tudo o que posso fazer é orar para que eu sobreviva.
Eu sei que Deus é a minha única esperança, por isso preciso me envolver com ele. Enquanto olho em volta, ninguém mais está inalando o ar espesso e esfumaçado, então eles não conseguem entender o quão apavorada eu estou. Me perguntou se algum dia voltarei a respirar livremente. Não tenho certeza se Deus algum dia me livrará.
Então, eu me levanto de manhã, pego minha Bíblia e começo a falar com Deus, implorando para que ele remova a fumaça. Para diminuir o calor. Para me deixar sair da fornalha. Falo com ele sobre os meus medos. Sobre a minha ansiedade. Sobre o que eu quero que ele faça. Eu me debruço sobre a passagem das Escrituras que estou lendo, procurando promessas para reivindicar. Algo, qualquer coisa, a que eu possa me agarrar.
Nada Importa a não ser Deus
Quando faço isso, percebo que estou respirando normalmente. O meu coração não está mais acelerado. A minha mente não está sobrecarregada. É como se eu tivesse saído da fornalha por alguns minutos. Está claro. Eu não estou sufocando. Meus pulmões respiram profundamente novamente.
Posso rir. Tenho esperança. Me sinto leve. Nada importa a não ser Deus. Ele me mostra coisas que nunca vi antes. Começo a sublinhar minha Bíblia em todo lugar — Deus está falando comigo. Me sento e escuto. Às vezes, eu fico em silêncio, absorvendo a santidade do momento. Outras vezes, eu escrevo apressadamente no meu diário, tentando capturar tudo o que Deus está dizendo. Toda a Escritura é viva e cheia de promessas e esperança. Passagens que eu já havia lido antes, pelas quais passei com a pressa de concluir o meu "momento de silêncio", ganham um novo significado. Agora, eu me demoro sobre elas. Saboreando-as. Elas são como mel na minha boca — as coisas mais doces que eu vou provar o dia todo. Elas me sustentam.
Começo a entender Jeremias 15:16 de maneiras que nunca compreendi antes: "as tuas palavras foram encontradas eu as comi; elas são a minha alegria e o meu júbilo". Quando eu não estava na fornalha da aflição, essas palavras tinham pouco significado. Mas agora essas palavras são vida. Sopro de Deus. Cheias de alegria. Deus está me dando "os tesouros das trevas" (Isaías 45:3, NVI). Minha vida cotidiana parece quase desprovida de luz do sol, mas agora a luz está rompendo as nuvens.
Mais Viva no Fogo
Não consigo descrever adequadamente aqueles momentos. O tempo quase para. Me sinto mais viva aqui do que em qualquer outro lugar. Quero ficar aqui para sempre, contemplando a beleza do Senhor. Mas eu preciso começar o meu dia, então, eventualmente, fecho a Bíblia, empurro minha cadeira para trás e me preparo para o que o dia me reserva.
Ao me vestir, começo a me preocupar com as coisas do dia. O peso da vida me envolve e novamente sinto o ar ficando espesso. O futuro parece sombrio e envolto em névoa. Minha mente dispara com tudo o que tenho para fazer. O medo me domina. Nem consigo abotoar as minhas roupas. Como vou conseguir passar por isso?
Sobrecarregada, eu paro e oro. Peço a Deus por paz. Quando faço isso, é como se eu colocasse a cabeça para fora da fornalha e pudesse respirar de novo. Essa é a única maneira de eu sobreviver. Eu sussurro: "Agora estou prostrado no pó; preserva a minha vida conforme a tua promessa" (Salmos 119:25, NVI). E a paz toma conta de mim. O Espírito me conforta, assegurando-me que não estou sozinha.
Mais Conectada a Deus
Ao longo do meu dia, às vezes esqueço que Deus está comigo. Quando eu esqueço, a fornalha pode ficar tão quente que tenho medo de perder a consciência. Ouço o que as pessoas me dizem. Ouço as coisas negativas que estou dizendo a mim mesma. Ouço as vozes que me dizem que a minha situação é desesperadora. Mas então, o Espírito gentilmente me lembra que eu posso respirar se eu colocar minha cabeça para fora da fornalha. Então eu chamo a Deus e começo a respirar livremente novamente.
Finalmente entendo o que significa estar conectada a Deus durante todo o dia. Quando eu não estava desesperada, eu não falava com Deus continuamente. Agora, na fornalha, estou sempre ciente da sua presença. Chamar-lhe é a única maneira de respirar profundamente. Caso contrário, o calor da fornalha torna-se insuportável.
Me lembro das promessas de Deus. Quando eu atravessar o fogo, não serei queimada. As chamas não me deixarão em brasas (Isaías 43:2). Antes da fornalha da aflição, eu não sabia o que isso significava. Agora eu sei. Estou no fogo. As chamas quase me tragam. É sufocante e asfixiante.
Mas quando tiro a cabeça da fornalha, percebo que o fogo não tem poder sobre mim. Não me vai sobrecarregar. E embora eu possa desejar estar do lado de fora, como todo mundo, a água, a comida e o ar que recebo quando tiro a cabeça da fornalha são melhores do que qualquer água, comida ou ar que eu já tenha experimentado. A minha sede é saciada por "rios de água viva" (João 7:38, NVI). Estou comendo um mel mais doce do que já provei (Salmos 19:10). E o ar é fresco e puro, o sopro da vida do próprio Deus (Ezequiel 37:5).
Porção Mais Profunda de Cristo
A fornalha contém tesouros que não posso encontrar em outro lugar. Como disse Samuel Rutherford: "Se o Senhor vos chama ao sofrimento, não vos desanimeis. Pois através desse sofrimento, ele proverá uma porção mais profunda de Cristo”.
Apenas aqueles que sofreram podem compreender plenamente esses dons. Uma porção mais profunda de Cristo. A água vivificante. O mel da palavra. Embora a fornalha da aflição possa ser indescritivelmente quente, o que recebemos por meio dela é indescritivelmente doce. Nela, Deus nos refina, transformando nossa dor em ouro que durará por toda a eternidade. Mesmo em meio às minhas lutas, no intenso calor fornalha, sou grata.