O Que O Inferno Diz Sobre Deus?
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Por Greg Morse Sobre O Céu e o Inferno
Tradução por Mônica Couto Valadares
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A Verdade que Muitos Não Suportam Ouvir
Quando crianças, amamos histórias. Deitamos na cama ou nos aconchegamos no colo dos nossos pais, enquanto a voz de nossa mãe ou pai nos leva a mundos imaginários. Nós investigamos Onde os Monstros Vivem. Nós nos juntamos à investigação, Você é Minha Mãe? Tiramos o chapéu para Babar, aprendemos lições de vida com o site da Charlotte, ficamos com os braços estendidos em direção à A Árvore Generosa. Nós imaginamos qual o verdadeiro sabor dos Ovos Verdes com Presunto.
Então nós envelhecemos. Mas espero que não tanto para atravessar o guarda-roupas para Nárnia ou escavar Cavernas de cinco por cinco com Stanley Yelnats ou viver nelas com O Hobbit. Podemos imaginar vendo as cores pela primeira vez com O Doador de Memórias ou voar em um Nimbus 2000 com o menino com a cicatriz do raio. Nós, humanos, somos criaturas de histórias.
Como tal, nascemos com uma habilidade única: a capacidade de detectar notas indesejadas na narrativa. Como a tecla errada tocada no piano. Os pequenos dizem ao seu pai: "Não é assim que deveria ser!" Mas, infelizmente, muitos ouvem a história de Deus e protestam da mesma maneira quando ele lê aquele capítulo que abrange a eternidade.
Verdade que Alguns Corações Não Conseguem Suportar
Como muitos lutam com a existência do inferno — ou como nós mesmos lutamos com ele — essa percepção inata ressurge. Muitos lêem: "Estes irão para o castigo eterno" — para serem atormentados com fogo e enxofre, dia e noite, sem qualquer alívio ou descanso, para sempre (Mateus 25:46; Apocalipse 14:9–11) — e reflexivamente dizem: "Isso não é como deveria ser." Eles balançam suas cabeças, Como isso pode ser uma boa história? Dessa maneira tentam nos resgatar da ortodoxia com Rob Bell, que escreve,
Contar uma história sobre um Deus que inflige punições implacáveis às pessoas porque elas não fizeram, disseram ou acreditaram nas coisas corretas, em um breve período de tempo chamado vida, não é uma história muito boa. (O Amor Vence, 110)
Para Bell e companhia, a inexistência de um final feliz para todos — ou mesmo para a maioria — soa estranho. Mesmo a aniquilação, para eles, parece um bom desfecho. Um Deus que puniria os humanos por uma eternidade é devastador, esmagador, insuportável, traumatizante, assustador, cruel, errado, insustentável, inaceitável, horrível, antipático. Ouça o que Bell diz: este Deus é um ser que nenhuma boa música ou café pode superar.
O desafio, então, não é simplesmente provar a existência do inferno, a partir de uma exegese, mas responder por que a história de Deus é melhor do que a que teríamos escrito — porque é. Devemos tentar raciocinar com o coração, pois Jesus nos ensinou uma verdade extraordinária quando revelou que a mente interpreta mal o que o coração detesta: "Por que vocês não compreendem o meu discurso? É porque vocês são incapazes de ouvir o que eu digo" (João 8:43). Isso acontece com muitos hoje em dia quando pensam no inferno.
Quatro Verdades Sobre O Inferno
Não devemos abordar este assunto de forma leviana. Estamos falando de um inferno real para pessoas reais por uma eternidade real. Um lugar que teria sido melhor nunca ter nascido do que ter que entrar. Um lugar de fogo. Punição. Banimento. Escuridão externa. Maldição. Destruição. Angústia. Segunda morte. Um lugar onde os vermes se banqueteiam, os homens fortes choram e os dentes rangem. As quatro cartas descrevem um castigo sem fim para aqueles que conhecemos há pouco tempo.
A maneira como Paulo considerava a perda de seus companheiros e como Jesus lamentava a incredulidade de Israel, ensina que não precisamos deixar de lado nosso amor por aqueles os quais perdemos, ao discutir a perda eterna como uma punição apropriada por seus pecados. Considere quatro verdades.
1. Quem Irá Para o Inferno
A primeira consideração é esclarecer que tipo de criatura estará sob a ira de Deus para sempre. A velhinha que se mostrou uma vizinha generosa, gentil, paciente, misericordiosa e amável pode ter um funeral peculiar. Mas a pessoa elogiada não é a pessoa que ela realmente foi nem quem ela se mostrará ser na eternidade vindoura. Deus a escondeu de nós. Na morte, Deus reapodera-se de todas as virtudes emprestadas e toda a enxurrada de maldade do seu coração é liberada. Ela será totalmente entregue ao seu pecado (Romanos 1:24, 26, 28).
O ódio a Deus, a impaciência, os pensamentos lascivos, a ganância, a calúnia, a maldade, tudo irá debandar. O mal que se manifestou em forma de semente na terra se transformará em florestas. A luz da graça universal se afastará dela, e ela será entregue às trevas que tanto amava (João 3:19). A sua total depravação, agora exposta, fará com que os santos que mais cuidavam dela na terra estremeçam. O pecado, totalmente entronizado, desumaniza.
Podemos ver a impiedade amadurecer em nossa própria vida. O pequeno Adolf, dormindo em seu berço, torna-se Hitler. Jezabel lança de lado suas bonecas para matar profetas. Mas isso não se compara à mudança que se vê quando os corações se endurecem completamente, e eles se deparam com o Mestre que odeiam. Deus cortou nosso tempo de vida para evitar tal amadurecimento (Gênesis 6:3). Enquanto os cidadãos do céu são os mais decadentes na terra, os cidadãos do inferno são os mais humanos.
João lança um raio de luz sobre os atormentados no Livro do Apocalipse. Essas criaturas ainda odiarão a Deus, ainda amaldiçoarão o nome de nosso Senhor, ainda blasfemarão contra o Espírito Santo que habita eternamente dentro de nós — mesmo sob a dor do julgamento.
O quarto anjo derramou sua taça sobre o sol e lhe foi permitido queimar as pessoas com fogo. Eles foram queimados pelo calor intenso e amaldiçoaram o nome de Deus que tinha poder sobre essas pragas. Eles não se arrependeram e lhe deram glória.
O quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da besta, e o seu reino mergulhou nas trevas. As pessoas roeram suas línguas de aflição e amaldiçoaram o Deus do céu por suas dores e feridas. Eles não se arrependeram de suas ações. (Apocalipse 16:8–11)
Entre roerem-se de angústia, eles ainda movem suas línguas mastigadas para amaldiçoar nosso Deus. "Horrores imortais", C. S. Lewis os chamou corretamente. Preferindo ser queimados a serem salvos, eles compartilharão o destino de seu pai, o diabo. Que companheirismo os filhos da luz compartilharão com estas criaturas quando ambos forem vistos como realmente são?
2. O Que O Inferno Diz Sobre Deus
Alguns, como Bell, acreditam que Deus não pode ser glorificado no inferno. "A crença de que multidões incalculáveis de pessoas sofrendo para sempre não traz glória a Deus. A restauração traz glória a Deus; o tormento eterno não. A reconciliação traz glória a Deus; a angústia sem fim não. Renovação e retorno fazem com que a grandeza de Deus brilhe através do universo; punição sem fim não" (O Amor Vence, 108).
Contemple a sabedoria do homem. Ao que o apóstolo Paulo responde,
E se Deus, querendo mostrar sua ira e para dar conhecimento do seu poder, suportou com grande paciência os vasos da ira preparados para a destruição, a fim de dar a conhecer as riquezas da sua glória sobre os vasos da misericórdia, que ele previamente preparou para a glória — mesmo nós a quem ele chamou, não apenas dentre os judeus, mas também dentre os Gentios? (Romanos 9:22–24)
O inferno, como toda a criação, fala da glória de Deus. Bell diz que não; Deus diz que certamente sim. O Todo-Poderoso não se envergonha disso. A justa vingança de Deus contra aqueles que trocaram sua glória e o rejeitaram por toda a vida não será conduzida em becos escuros. Ele mostra sua ira e revela o seu poder. Por quê? Para comunicar aos seus filhos todas as riquezas da sua glória.
Ao contrário de como poderíamos escrever a história da redenção, o lago de fogo nos aquece com a lembrança de que nosso Deus é poderoso, justamente severo e abundantemente misericordioso para com os seus. O céu não será o céu, no plano perfeito de Deus, sem a lembrança da condenação justa de Deus — está além, até, expor eternamente as cicatrizes de Cristo. Seremos modestos. Ficaremos maravilhados. Seremos gratos pela misericórdia de Deus para conosco.
Os não redimidos odeiam isso. Eles já começam a ranger os dentes. Começando com os homens como o término de todas as coisas, eles não concederão a Deus o direito de sua divindade: "Eu terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia, e terei compaixão de quem eu quiser ter compaixão" (Romanos 9:15). Eles mostram o quão arrogante a criatura pode ser quando diz a Deus que Ele deve salvar todos os homens; quando eles ficam chocados — não que Deus tenha misericórdia de algum deles, mas que Ele não mostrará a todos misericórdia comprada com sangue.
3. O Que O Inferno Diz Sobre Cristo
Em todas as discussões sobre o inferno, devemos lembrar que Deus, o Filho, o conhece melhor do que qualquer outra pessoa — incluindo todos submersos nele para sempre. Mil vidas depois, não mais perto do fim do que quando começaram, eles não estarão nem perto de dizer aquelas palavras que encontramos nos lábios do Salvador nos Evangelhos: "Está consumado!" (João 19:30). Com todo o tormento que experimentam, eles permanecem apenas perto da superfície daquele lago ardente no qual Cristo, por amor ao seu povo, mergulhou até o fundo.
Quando Paulo, o apóstolo que experimentou incessante angústia por seus companheiros que não foram salvos (Romanos 9:1–3) e trabalhou pela salvação deles (Romanos 10:1–4), considerou a recusa da criatura ao seu Senhor, assumindo o amor ao inferno, ele disse: "Se alguém não tem amor pelo Senhor, seja amaldiçoado. Nosso Senhor, venha!" (1 Coríntios 16:22). Em outras palavras, quando ele considerou a proposta recusada de Jesus Cristo — que não apenas se ajoelhou para pedir, mas se inclinou até o túmulo — ele disse: é apropriado que tal pessoa seja condenada.
O Rei da glória viajou do trono celestial para um estábulo, para o lixo de uma cruz, para submergir sob o fogo da ira de Deus — para ser rejeitado por insignificantes que preferem suas luxúrias, desejos e egos a ele? Qual deve ser o resultado quando o mundo passa batido pelo Rei da glória em busca de vidas de pornografia e ESPN? Inferno. Deus chama os anjos: "Fiquem aterrorizados, Ó céus, com isso; fiquem abismados, fiquem absolutamente desolados. . . . Eles me abandonaram [e agora o meu Filho], a fonte de água viva, e cavaram as suas próprias cisternas, cisternas rachadas que não retêm água" (Jeremias 2:12–13). Hades testemunha que preferir qualquer coisa a Cristo — não o próprio inferno — é eternamente aterrador.
4. O Que Aprendemos Com os Contos de Fadas
Talvez devêssemos prestar mais atenção às histórias dos nossos filhos. O padrão é familiar: o Reino intocado desaba, a terra é amaldiçoada, o mal obtém vantagem. Isso prepara o terreno para o herói desafiar a maldição e, a um grande custo para si mesmo (auto-sacrifício), conquistar o dragão, conduzindo ao último estado que supera o primeiro — a luz que brilha melhor para aqueles que viram a escuridão.
No entanto, lembre-se de como essas histórias terminam: a bruxa, o monstro, o rei diabólico e seus capangas são derrotados e banidos do Reino. Você já viu uma criança chorar por eles? Nenhuma criança que eu conheço protesta contra a morte de Scar, Lorde Voldemort ou do Rei Bruxo de Angmar. Embora a analogia se desfaça, como inevitavelmente acontece com todas as analogias, devemos ainda perguntar por qual razão. Porque sabemos que é justo que os vilões sejam punidos. Nós simplesmente não gostamos do fato de que nós — e aqueles que amamos — somos por natureza os vilões da narrativa.
Tanto os escritores do Antigo como do Novo Testamento exaltam algo peculiar aos nossos ouvidos modernos: Deus, o homem de guerra, matando seus inimigos. O homem moderno, feito mais à imagem do humanismo secular do que do Santo de Israel, duvida, Cantando sobre Deus ter lançado ao mar o exército do Faraó — como é possível? (Êxodo 15). Nossos ancestrais espirituais celebraram a santidade de Deus, seu poder e seu amor para salvar seu povo de seus inimigos — enquanto os egípcios o consideravam indigno de ser amado.
Mas isso é impiedoso? Insensível? Não seremos capazes de desfrutar do céu enquanto aqueles que conhecemos estão no inferno? O Livro de Deus, juntamente com os contos de fadas e os grandes épicos, ensina-nos que a morte dos perversos define romances e comédias, não tragédias. Um dia, o lago de fogo será preenchido, o maligno senhor da guerra e todos os seus asseclas serão conquistados, e celebraremos a vitória do nosso Rei sobre aqueles que amaldiçoaram o nome do seu Filho e consumiram o seu povo.
Quando levamos em consideração a história da eternidade, devemos silenciar aquele protesto carnal que lança Deus no banco dos réus para apresentar sua defesa diante do que sentimos. Ele é o oleiro; nós somos o barro. Ele é onisciente; nós somos estúpidos sem Ele. Ele é o Juiz do mundo; certamente fará o que é correto. E o direito inclui o inferno; o lançamento de Sauron e seus orcs na escuridão total do Monte da Perdição. Ao fazê-lo, ele transmite toda a gama de seu poder e glória ao seu povo, toda a graça de seu Filho e o equilíbrio perfeito de seu propósito e plano — dos quais os resgatados não encontrarão uma única nota indesejada.